ATA DA SEXAGÉSIMA SEGUNDA
SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA
LEGISLATURA, EM 16.08.1999.
Aos dezesseis dias do mês de agosto do
ano de mil novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas
foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Clênia
Maranhão, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá,
João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Dib, Juarez Pinheiro, Maristela Maffei,
Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e Sônia Santos. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos
Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino,
Gilberto Batista, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Motta, José Valdir,
Lauro Hagemann, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal e Tereza Franco.
Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da
Qüinquagésima Oitava Sessão Ordinária que, juntamente com a Ata da
Qüinquagésima Sétima Sessão Ordinária, deixou de ser votada face à inexistência
de "quorum" deliberativo. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador
Elói Guimarães, o Projeto de Lei do Legislativo nº 126/99 (Processo nº
2591/99); pelo Vereador Hélio Corbellini, o Projeto de Lei do Legislativo nº
124/99 (Processo nº 2565/99); pelo Vereador João Bosco Vaz, os Projetos de Lei do
Legislativo nºs 123 e 128/99 (Processos nºs 2560 e 2613/99); pelo Vereador João
Carlos Nedel, 03 Pedidos de Providências; pelo Vereador Jocelin Azambuja, os
Pedidos de Informações nºs 112 e 113/99 (Processos nº 2546 e 2548/99, respectivamente);
pelo Vereador Luiz Braz, 02 Pedidos de Providências; pela Vereadora Maristela
Maffei, o Projeto de Lei do Legislativo nº 108/99 (Processo nº 2350/99); pelo
Vereador Paulo Brum, a Indicação nº 47/99 (Processo nº 2543/99). Do EXPEDIENTE
constaram: Ofícios nºs 430/99, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre;
08/99, da Senhora Inajá Barros Leite, Presidenta do Conselho Municipal de
Assistência Social de Porto Alegre/RS. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Flávio Casal, Presidente da Associação
de Moradores Serra Verde, que defendeu a edição de normas destinadas a
regulamentar o Programa de Orçamento Participativo de Porto Alegre, elencando
problemas de infra-estrutura verificados na Lomba do Pinheiro e questionando
dados atinentes à execução de obras priorizadas por esse Programa na região. Na
oportunidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Reginaldo
Pujol, João Dib, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Isaac Ainhorn, Guilherme
Barbosa e Cláudio Sebenelo manifestaram-se acerca do tema tratado durante a
Tribuna Popular. Também, constatada a existência de “quorum”, foi aprovado
Requerimento da Vereadora Sonia Saraí, solicitando Licença para Tratar de
Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado
empossado na vereança o Suplente Giovani Gregol, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Isaac Ainhorn, reportando-se ao tema da Tribuna Popular, teceu
considerações a respeito do Projeto de Lei do Legislativo nº 30/99, que
estabelece normas para o funcionamento do Programa de Orçamento Participativo
de Porto Alegre, destacando a necessidade de implementação de mecanismos que
garantam a autonomia da participação da comunidade nas decisões do Poder Executivo.
Na oportunidade, o Vereador José Valdir formulou Requerimento verbal,
solicitando informações a respeito da tramitação do Projeto de Resolução nº
28/99 (Processo nº 2060/99), Requerimento este posteriormente retirado de tramitação
pelo Autor. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão denunciou ato
de violência cometido por integrante da Frente Popular contra militante do PMDB
durante manifestação ocorrida hoje na Esquina Democrática, ressaltando a
necessidade de que sejam adotadas medidas visando a defender a liberdade de
expressão a todos e solicitando o acompanhamento do assunto pela Comissão de
Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Na ocasião, através de Questão de
Ordem, os Vereadores Paulo Brum e Guilherme Barbosa manifestaram-se,
respectivamente, a respeito do andamento dos trabalhos da presente Sessão e
sobre o pronunciamento efetuado pela Vereadora Clênia Maranhão. Também,
constatada a existência de “quorum”, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador
Nereu D’Ávila, adendado pelo Vereador Isaac Ainhorn, solicitando alteração na
ordem dos trabalhos da presente Sessão, após ser encaminhado à votação pelo
Vereador Luiz Braz. A seguir, foi iniciado o período de GRANDE EXPEDIENTE, hoje
destinado a homenagear o Movimento das Bandeirantes pelos 80 anos de existência
no Brasil e 55 anos de existência no Rio Grande do Sul, nos termos do
Requerimento nº 129/99 (Processo nº 1766/99), de autoria do Vereador Nereu
D’Ávila. Compuseram a Mesa: o Vereador Nereu D’Ávila, Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre; a Senhora Dalva Escobar Copetti, Presidenta da
Federação de Bandeirantes do Brasil – Região Rio Grande do Sul; a Senhora
Dorvalina Fialho, Coordenadora da Federação de Bandeirantes do Brasil – Região
Rio Grande do Sul; a Senhora Neila Horn, Assessora do Colegiado Nacional da
Federação de Bandeirantes do Brasil - Região do Rio Grande do Sul; o Senhor
José Flávio Seguézio, representante do Lions Clube Internacional; o Vereador
Adeli Sell, 1º Secretário da Casa. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Nereu
D’Ávila saudou o Movimento das Bandeirantes pelos 80 anos de existência no
Brasil e 55 anos de existência no Rio Grande do Sul, historiando fatos
relativos à sua fundação e salientando a importância das atividades realizadas
por esse Movimento no intuito de promover o desenvolvimento intelectual, social
e espiritual de seus integrantes. O Vereador Isaac Ainhorn destacou a
importância da atuação do Movimento das Bandeirantes junto à população gaúcha e
brasileira, comentando o desenvolvimento educacional propiciado por esse
Movimento aos seus membros e ressaltando seus princípios norteadores, fundados
na participação comunitária, no aprimoramento pessoal e no exercício consciente
e responsável dos direitos de cidadania. Na ocasião, o Vereadores Reginaldo
Pujol e Cláudio Sebenelo registraram que o pronunciamento do Vereador Isaac
Ainhorn durante o período do Grande Expediente foi efetuado também em nome das
Bancadas do PFL e PSDB, respectivamente. Em continuidade, o Senhor Presidente
concedeu a palavra à Senhora Dorvalina Fialho, que agradeceu a homenagem hoje
prestada por este Legislativo ao Movimento das Bandeirantes pelos 80 anos de
existência no Brasil e 55 anos de existência no Rio Grande do Sul. Às quinze
horas e trinta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quinze horas e trinta e seis minutos, constatada a
existência de “quorum”. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Cláudio Sebenelo teceu
críticas à administração do Partido dos Trabalhadores na Prefeitura de Porto
Alegre, tecendo considerações a respeito da intervenção promovida pelo
Executivo Municipal no sistema de transporte coletivo urbano da Cidade em mil
novecentos e 80 e nove e afirmando que as conseqüências financeiras dessa
intervenção serão suportadas pelos contribuintes do Município. A Vereadora
Clênia Maranhão pronunciou-se a respeito de acordo firmado entre a Prefeitura
Municipal e Associação das Empresas de Transportes de Passageiros de Porto
Alegre - ATP, em decorrência da intervenção no transporte coletivo da Cidade
ocorrida há dez anos, manifestando-se contrariamente ao fato de não ter sido
oportunizado o acompanhamento da questão por esta Casa. Também, referiu-se à
agressão sofrida hoje por militante do PMDB na Esquina Democrática. O Vereador
Cyro Martini contraditou os pronunciamentos efetuados pelos Vereadores Cláudio
Sebenelo e Clênia Maranhão, relativos à intervenção promovida pelo Executivo
Municipal no sistema de transporte coletivo da Cidade, analisando dados
relativos à conjuntura vigente à época em que ocorreu essa intervenção e
afirmando que a ação da Prefeitura Municipal foi realizada no intuito de
qualificar os serviços de transporte colocados à disposição da comunidade
porto-alegrense. Na ocasião, o Vereador Adeli Sell, na presidência dos
trabalhos, registrou o falecimento do Senhor Jairo Angeli Guatimozim, tendo
sido realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma à Sua Senhoria por
solicitação do Vereador Cláudio Sebenelo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Antonio Hohlfeldt discorreu sobre a intervenção no transporte coletivo de Porto
Alegre, mencionando posicionamentos assumidos por Sua Excelência na ocasião,
quando exercia o cargo de Secretário Municipal dos Transportes. Ainda, informou
estar protocolando Requerimento de convocação do Senhor Prefeito Municipal de
Porto Alegre e do Senhor Procurador-Geral do Município, para esclarecerem o
acordo firmado entre o Executivo Municipal e a ATP em função do ocorrido. Após,
o Vereador Antonio Hohlfeldt procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, do
Requerimento aludido por Sua Excelência em seu pronunciamento em Comunicação de
Líder. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Renato Guimarães comentou as razões que
levaram a Prefeitura Municipal de Porto Alegre a estabelecer acordo com a
Associação das Empresas de Transportes de Passageiros de Porto Alegre - ATP, em
função da intervenção no transporte coletivo ocorrida em mil novecentos e
noventa e nove. Também, referiu-se aos resultados de pesquisas de opinião veiculadas
através da imprensa, relativas aos índices de popularidade do Senhor Presidente
da República. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib manifestou-se sobre
a intervenção realizada há dez anos pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre
em relação ao sistema de transporte coletivo, criticando os termos em que tal
medida foi tomada. Ainda, reportou-se ao acordo firmado entre o Executivo
Municipal e a ATP, para ressarcimento de prejuízos decorrentes dessa
intervenção, declarando não ter sido o assunto tratado pela Prefeitura
Municipal com a transparência necessária. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora
Sônia Santos referiu-se ao acordo firmado entre a Prefeitura Municipal e a ATP,
questionando sua legitimidade e ressaltando a necessidade de que esta Casa
possa exercer plenamente sua função fiscalizatória. Ainda, apoiou o
Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt, que solicita o comparecimento do
Senhor Prefeito Municipal e do Procurador-Geral do Município para prestarem
esclarecimentos sobre os termos desse acordo. O Vereador Elói Guimarães
historiou dados relativos às atividades e aos cálculos de composição tarifária
promovidos pela Secretaria Municipal dos Transportes no período anterior à
administração do Partido dos Trabalhadores à frente da Prefeitura Municipal,
afirmando ter ocorrido uma ideologização, por parte desse Partido, das questões
atinentes ao transporte coletivo com o propósito de obter vantagens de cunho
eleitoral. O Vereador Gilberto Batista manifestou-se sobre o incidente ocorrido
hoje na Esquina Democrática, onde militante do PMDB sofreu agressões físicas
quando participava de manifestação política, declarando a necessidade de defesa
dos princípios básicos da democracia e do direito à livre expressão de idéias.
Ainda, questionou a legalidade do funcionamento de banca instalada na Esquina
Democrática, a qual comercializa material do Partido dos Trabalhadores. Na
oportunidade, o Vereador João Dib formulou Requerimento verbal, solicitando
alteração na ordem dos trabalhos e da matéria constante na Ordem do Dia. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz externou sua contrariedade ao ato de
violência ocorrido hoje no Centro da Cidade, onde um integrante do PMDB foi
agredido durante manifestação na Esquina Democrática, ressaltando que atitudes
como esta atentam contra a democracia. Também, teceu considerações sobre o
acordo estabelecido entre a Prefeitura Municipal e a ATP, em função da
intervenção realizada há dez anos no sistema de transporte coletivo da Capital.
O Vereador Guilherme Barbosa, contraditando o pronunciamento do Vereador Luiz
Braz, discorreu sobre o processo de intervenção promovido pelo Executivo
Municipal sobre o transporte coletivo de Porto Alegre, salientando ter sido
esta uma medida necessária para que o funcionamento desse serviço não fosse
interrompido. Ainda, ao declarar o posicionamento do PT contrário à violência,
afirmou que a denúncia apresentada pela Vereadora Clênia Maranhão será
devidamente investigada. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi
aprovado o Requerimento verbal do Vereador João Dib anteriormente apregoado,
adendado pelo Vereador Guilherme Barbosa, solicitando alteração na ordem de
apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, e foi aprovado Requerimento
verbal do Vereador Décio Schauren, solicitando a votação prioritária, durante a
Ordem do Dia, do Requerimento nº 176/99. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Reginaldo Pujol manifestou seu repúdio ao incidente ocorrido hoje na Esquina
Democrática, envolvendo militante do PMDB, ressaltando que todas as formas de
agressão são atentatórias ao livre exercício dos direitos de cidadania e da
liberdade de expressão e destacando a importância de que a Comissão de Defesa
do Consumidor e Direitos Humanos proceda ao acompanhamento deste caso. Após, foi
apregoada a Emenda nº 02, de autoria do Vereador Nereu D’Ávila, ao Projeto de
Resolução nº 40/99 (Processo nº 2457/99). A seguir, constatada a existência de
"quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado o Requerimento nº
176/99 (Processo nº 2601/99 - Moção de Apoio ao Movimento das Cooperativas de
Trabalho, que visa o cumprimento da Lei Complementar nº 84/96 e do parágrafo
único do artigo 442 da CLT), de autoria do Vereador Décio Schauren. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 12/99,
após ser discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol. Na oportunidade, a Vereadora
Clênia Maranhão informou que alguns Vereadores participariam hoje, no Centro da
Cidade, de ato público contra a violência. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado
o Projeto de Lei do Executivo nº 13/99, com ressalva da Emenda nº 01 a ele
aposta, após ser discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol e encaminhado à
votação pelo Vereador João Dib. Após, foi rejeitada a Emenda nº 01 aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 13/99. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 01,
de autoria do Vereador Cláudio Sebenelo e subscrita pelo Vereador Guilherme
Barbosa, ao Projeto de Resolução nº 39/99 (Processo nº 2455/99). Foi rejeitado
Requerimento do Vereador João Dib, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da
discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 14/99, tendo o Senhor Presidente
prestado esclarecimentos acerca dos artigos 178, parágrafo único, e 110, § 4º
do Regimento e tendo o Vereador Juarez Pinheiro manifestado-se a respeito do
assunto. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Executivo nº 14/99, com ressalva da Emenda nº 01 a ele aposta, por vinte e dois
votos SIM, após ser discutido pelos Vereadores João Dib e Reginaldo Pujol e
encaminhado à votação pelo Vereador João Dib, em votação nominal solicitada
pelo Vereador João Dib, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada,
Carlos Alberto Garcia, Cyro Martini, Décio Schauren, Guilherme Barbosa, Helena
Bonumá, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel,
João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maristela
Maffei, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e
Giovani Gregol. Foi rejeitada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 14/99, por seis votos SIM e quatorze votos NÃO, em votação nominal
solicitada pelo Vereador João Dib, tendo votado Sim os Vereadores Isaac
Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal e
Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini,
Décio Schauren, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João Bosco Vaz, João Motta,
José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maristela Maffei, Renato
Guimarães e Giovani Gregol. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Decreto Legislativo nº 15/99, por dezessete votos SIM, três votos
NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido pelos Vereadores João Dib, Reginaldo
Pujol, Pedro Américo Leal, João Carlos Nedel, Isaac Ainhorn e Juarez Pinheiro e
encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Luiz Braz, Isaac Ainhorn,
Antonio Hohlfeldt, Guilherme Barbosa e Lauro Hagemann, em votação nominal
solicitada pelo Vereador João Dib, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell,
Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Gilberto Batista, Guilherme
Barbosa, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Motta, José Valdir,
Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Renato
Guimarães e Giovani Gregol, Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Luiz Braz e
Sônia Santos e tendo optado pela Abstenção o Vereador João Dib. Na ocasião, foi
aprovada a prorrogação da Sessão, nos termos regimentais; os Vereadores José
Valdir e Isaac Ainhorn, através de Questões de Ordem, manifestaram-se acerca
dos pronunciamentos realizados, respectivamente, pelos Vereadores João Dib e
Juarez Pinheiro durante a apreciação do Projeto de Decreto Legislativo nº
15/99; e o Senhor Presidente, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador
Antonio Hohlfeldt, prestou esclarecimentos a respeito do artigo 216, inciso III
do Regimento. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução
nº 38/99, com ressalva das Emendas a ele apostas, por vinte votos SIM e um voto
NÃO, em verificação de votação solicitada pelo Vereador João Dib, após ter sido
aprovado em sua votação simbólica, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell,
Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Gilberto Batista, Guilherme
Barbosa, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Motta, José Valdir,
Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maristela Maffei, Nereu D'Ávila,
Pedro Américo Leal, Renato Guimarães, Sônia Santos e Giovani Gregol e Não o
Vereador João Dib. Na oportunidade, o Vereador Juarez Pinheiro formulou
Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando que as
Emendas nºs 01, 02, 03 e 04, apostas ao Projeto de Resolução nº 38/99, fossem
apreciadas conjuntamente. Foram aprovadas as Emendas nºs 01, 02, 03 e 04
apostas ao Projeto de Resolução nº 38/99, por vinte votos SIM e um voto NÃO, em
votação nominal solicitada pelo Vereador João Dib, tendo votado Sim os
Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Gilberto
Batista, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João
Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maristela
Maffei, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Renato Guimarães, Sônia Santos e
Giovani Gregol e Não o Vereador João Dib. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Resolução nº 39/99, com ressalva da Emenda nº 01 a ele
aposta, por vinte e um votos SIM e um voto NÃO, em votação nominal solicitada
pelo Vereador João Dib, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio
Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Gilberto Batista, Guilherme Barbosa,
Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Motta, José Valdir, Juarez
Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maristela Maffei, Nereu D'Ávila, Pedro
Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos e Giovani Gregol
e Não o Vereador João Dib. Após, foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto
de Resolução nº 39/99. Em Discussão Geral e Votação, foi apregoado o Projeto de
Resolução nº 40/99 que, após ser discutido pelos Vereadores Lauro Hagemann e
Juarez Pinheiro, teve suspensa sua discussão face à inexistência de
"quorum", tendo os Vereadores João Dib e Guilherme Barbosa
manifestado-se a respeito. Às dezenove horas e 55 minutos, constatada a
inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Nereu D'Ávila, Juarez Pinheiro e Adeli Sell e secretariados pelos Vereadores
Adeli Sell e Isaac Ainhorn. Do que eu, Adeli Sell, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro):
Passamos à
O Sr. Flávio Casal,
representando a Associação de Moradores Serra Verde, está com a palavra pelo
tempo regimental de dez minutos.
O
SR. FLÁVIO CASAL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores. Sou representante da
Associação de Moradores Serra Verde, da Lomba do Pinheiro, participante, há
quatro anos, como delegado do Orçamento Participativo daquela região, membro
atuante do Conselho Popular, da CLIS, do CRAS, também dessa região.
O que me traz aqui é
exatamente problemas que temos enfrentado, que existem no Orçamento
Participativo no que tange ao regulamento. Nada que vou dizer é pessoal. O
Orçamento Participativo não deve acabar.
Há falhas no estudo de
viabilização de obras: ao pavimentar as Ruas Cassimbas e São Marcos, linha do
ônibus Bonsucesso, na Vila Bonsucesso, tanto o esgoto pluvial, quanto cloacal
deste trecho foi lançado em caminho natural em direção ao Parque Saint Hilaire,
sem porém aumentarem os tubos de passagem sob o leito da Rua Rio Negro.
Problemas: a quantidade de água represada e sua força carregou mais de vinte
metros desta rua, causando sérios transtornos aos moradores, além de colocar em
alto risco as residências de antigos moradores. Os moradores já foram diversas
vezes à Prefeitura em busca de correção para o problema e foram aconselhados a
buscarem a obra via Orçamento Participativo, o que eles já vem fazendo há seis
anos, sem conseguir a pontuação suficiente para essa demanda.
Precisa existir uma verba
para as correções desses problemas.
Ao pavimentar o Beco da
Taquara, em 1994, as águas coletadas foram conduzidas por tubos entre terrenos
de moradores por apenas 100 metros, criando um arroio nos fundos das
residências da Rua Ponche Verde, na Vila São Pedro, com risco para o Sr.
Antônio Fernandes, de 95 anos, e Sra. Castorina Soares Fernandes, antigos
moradores locais. Senhores, somente em 1998 foi resolvido o problema, após
muitas denúncias e angustias. A quem reclamar, a quem recorrer?
Orçamento Participativo de
1996.
Apesar do número de 32
vilas na Lomba do Pinheiro, todas necessitando de pavimentação asfáltica, de
forma legal, com o empenho da militância partidária, 1.715m de pavimentação
comunitária do ano de 1996 - ano eleitoral, conquistados pela Lomba do Pinheiro
- foram colocados em apenas uma vila.
Demanda: 960.715, Rua Borba
Gato; 960.717, Rua Pôr-do-Sol; 960.719, Rua Beco da Tradição; 960.722, Rua Beco
da Taquara entre o Beco da Tradição e Remião; 960.723, Rua Universal, entre
Continental e Remião. A quem reclamar, a quem recorrer, se está tudo sobre o
manto protetor de um regulamento omisso, que nada faz para coibir essas conquistas de poucos com o uso do
dinheiro do contribuinte?
Obras do ano de 1998
não-executadas na Lomba do Pinheiro: Rede de esgoto cloacal na ruas secundárias
da Vila São Pedro, DMAE 980317, R$ 240.000,00; levantamento topográfico no
loteamento Serra Verde, DEMHAB 980278, R$ 18.000,00; continuidade do processo
de regulamentação da Vila Esmeralda, DEMHAB 980283, R$ 102.354,00, início no
fim de junho; pavimentação comunitária da Rua “A” da Vila Nova São Carlos, 140
metros, R$ 103.880,00 - não foi iniciada; pavimentação comunitária da Rua B,
Vila Nova São Carlos, 200 metros, R$ 148.400,00 - não foi iniciada; construção
da nova unidade de saúde da Lomba do Pinheiro, PI 98 e 99, R$ 220.000,00 - do
ano de 98, não foi iniciada.
Cinco de junho de 1999 -
Orçamento Participativo. Na Plenária da Microrregião 4, ocorrida no Colégio São
Pedro, mais de uma vez, a articulação de gente paga com o dinheiro público
incentivaram a apresentação de demandas de seus interesses por entidades que
não tinham vida anterior ao processo e nem a participação, conseguindo, com
esta manobra, lograr vitória da vontade de 80 e três pessoas sobre mais de
setecentas pessoas de associações constituídas, jurídicas e comunitariamente,
participantes do processo. Comissão da Rua da Vila Pinhal: zero representante;
Comissão da Rua do Jardim Franciscano: zero participante; Associação Jardim
Franciscano: 01 participante; LAFUP (Liga de Futebol do Bairro): zero
participante; Grêmio Esportivo São Pedro: 02 participantes. Essas entidades
somaram sessenta pontos para o pórtico de entrada do Parque Saint Hilaire, na
Vila Santa Helena, e somaram zero ponto para a pavimentação buscada pela
maioria da microrregião.
Mais uma vez o regulamento
é omisso e permite essa esperteza. Foi buscada, pelas lideranças, orientação do
Sr. Assis, coordenador do Orçamento Participativo na Prefeitura, aconselhando
nova reunião e retiradas de demandas, o que foi feito. Mas novamente houve
articulações contrárias, desobedecendo ao coordenador, foi levado ao fórum
maior e interessado no espólio, que venceu por 64 a 58, legalizando a esperteza
anterior.
Omissões verificadas no
regulamento do Orçamento Participativo. Não existe a especificação de um quórum
mínimo numerado, o que legaliza decisões importantes para o bairro, muitas
vezes com menos de um quarto do número de delegados. Partes interessadas em
possíveis espólios ou vantagens são as mesmas que julgam. Decisões de
moradores, buscadas em reuniões de associações jurídicas e comunitárias
constituídas, são vencidas ou por conhecimento técnico dos espertos ou pela
ação direta na pontuação das demandas por oportunistas, criados por usuários da
“Lei de Gérson”. Obras consideradas urgentíssimas por seus moradores, ano após
ano, mesmo demandadas no Orçamento Participativo, não conseguem classificação e
não são feitas. Como são duas plenárias para a retirada de delegados em cada
região, está supervalorizada, presentes 35 eleitores, pois os participantes, em
sua maioria, são os mesmos. Se verificarmos a folha de presença na Prefeitura,
80% são os mesmos participantes da primeira reunião. A demanda assistência social deveria fazer parte,
em percentagem, da verba gasta pelo Município com propaganda e divulgação do
próprio Orçamento Participativo. De 246 demandas hierarquizadas no Orçamento
Participativo para o ano 2000, todas de maior importância para os moradores,
seguindo a média dos últimos três anos, apenas 16 serão realmente conquistadas
pelo bairro. As restantes 230 demandas iniciarão no ano 2001.
Senhores e Senhoras, cabe
aqui algumas reflexões. A quem beneficia a não-regulamentação desse processo? A
quem beneficia a não-regulamentação das suas normas? A quem beneficia a
participação indevida e não-comprovada? Aos vereadores honestos e preocupados
com o bem-estar do povo de Porto Alegre? A lideranças sérias e preocupadas com
o bem-estar de seus liderados? Arrisco a afirmar que a esses não beneficia,
mas, sim, a parasitas que, ano após ano, locupletam-se fazendo uso do processo
que poderia ser realmente democrático e honesto, palanque para devaneios
políticos partidários e promoções pessoais.
O Orçamento Participativo
não deve acabar, precisa ser regulamentado, corrigido e fiscalizado por esta
Casa, onde estão representados os reais anseios da população de Porto Alegre.
Somente dessa forma teremos a certeza de que os recursos públicos serão
aplicados de uma forma honesta e justa, e que, para conquistá-los, não teremos
de nos envergonhar ao olhar nos olhos dos nossos vizinhos, ou não-somente
aceitarmos sermos amigos do rei. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Senhor
Presidente e Srs. Vereadores, Presidente da Associação dos Moradores da Serra
Verde Sr. Flávio Casal, que traz para nós a opinião da comunidade acerca do
não-cumprimento de reivindicações, demandas perseguidas pelos moradores há
cerca de cinco ou seis anos e que, do ponto de vista deles, é objeto de
escamoteamento de toda a ordem através da manipulação do Orçamento
Participativo, representando isso uma frustração muito grande àquelas
lideranças comunitárias e para a comunidade geral da região, que busca
participar e se vê obstada por manobras por eles denunciadas.
Quero manifestar, em nome
da Bancada do PFL, o nosso mais entusiasta aplauso por essa postura de quem faz
movimento comunitário sem tutela, com liberdade, com independência, com altivez
e, sobretudo, com espírito comunitário. Quero que o nosso palestrante, hoje
ocupante da Tribuna Popular, Sr. Flávio Casal, leve consigo a nossa
solidariedade. Peço-lhe, inclusive, que nos faculte acesso a essas informações
que nos transferiu da tribuna a respeito dos vários desmandos que ocorreram e
que evidencia toda a necessidade que se tem de retirar esse Orçamento
Participativo da clandestinidade, regulamentando-o pela Lei e assegurando
efetivamente que a comunidade possa ter ampla participação nas suas decisões,
participação essa regulada, não tutelada e manipulada como denunciado da
tribuna.
Meus cumprimentos, e
solidariedade integral do PFL, à sua manifestação, à sua luta e à sua
comunidade, tão injustamente preterida nesses meandros e desmandos que ocorrem
na execução do tão proclamado Orçamento Participativo da Cidade. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nereu D'Ávila): O
Ver. João Dib está com a palavra.
O
SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, meu caro Presidente Flávio Casal da Associação dos
Moradores Serra Verde, na Lomba do Pinheiro.
Devo dizer, Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, da minha tristeza ainda presente com o resultado das
votações de sexta-feira, quando esta Casa foi impedida, pela maioria e até por
apoio eventual, de fazer a fiscalização, que é o dever principal do legislador.
Mais do que fazer leis, o legislador deve fiscalizar o cumprimento da lei. E,
hoje, a Associação da Serra Verde nos mostra claramente que há uma necessidade
urgente de institucionalizar o Orçamento Participativo. Ninguém é contra o
Orçamento Participativo, desde que ele possa ser fiscalizado convenientemente e
não apenas, através do programa Cidade Viva, dizer que tudo está certo e que os
Vereadores que ousam querer que o Orçamento Participativo seja institucionalizado
estão contra a Cidade. Não, nós não estamos contra a Cidade, nós queremos que a
Cidade não seja iludida com forte massa publicitária, dizendo que tudo está
certo e o Legislativo é que está errado.
O que nós ouvimos, aqui,
hoje, mostra que nem tudo aquilo que é prometido é cumprido. Mas se nós
ouvirmos o programa Cidade Viva, tudo está certo, tudo está vivo e nós não
temos condições de fiscalizar.
Então, lamentamos mais uma
vez, não termos, na sexta-feira, conseguido as condições necessárias para fiscalizar
o Executivo Municipal, como deve fazer o Vereador. Eu espero que o Ver. Isaac
Ainhorn tenha sucesso no seu Projeto, com as Emendas que foram apresentadas, e
que nós possamos fiscalizar convenientemente o Orçamento Participativo, que nós
temos convicção que, se bem utilizado, é bom para toda a Cidade. Saúde e paz.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): A
Vera. Sonia Saraí solicita licença para tratamento de assuntos particulares no
dia de hoje.
(Obs.: Foi aprovado
Requerimento da Vera. Sonia Saraí, e dada posse ao Suplente, conforme consta da
Ata.)
A Vera. Clênia Maranhão
está com a palavra.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, queria saudar todas as lideranças comunitárias
que acompanham este debate. Em nome da minha Bancada, do Ver. Luiz Fernando
Záchia e do meu, queríamos dizer ao Sr. Flávio Casal que conhecemos a
problemática da sua denúncia. A Associação que o senhor preside tem absoluta
razão nas preocupações e da cobrança que faz à Prefeitura Municipal de Porto
Alegre no sentido de que ela, efetivamente, cumpra as decisões que foram
tomadas nas plenárias do Orçamento Participativo.
Tive a possibilidade de
acompanhar, juntamente com alguns deputados e lideranças comunitárias e a imprensa,
essas regiões que o senhor apontou, que a comunidade continua aguardando,
apesar de serem obras fundamentais para a qualidade de vida da comunidade, mas
que não foram cumpridas. Temos a comprovação disso através de fotografias que
fizemos, inclusive, na sua presença quando da visita dos Parlamentares e da
imprensa às comunidades da sua região. Penso que são extremamente graves as
denúncias que recebemos de várias lideranças e moradores daquela região, que
apontavam preferências políticas e inversão das demandas para favorecer algumas
lideranças políticas do Partido que está hoje no Governo, na Prefeitura de
Porto Alegre.
É realmente uma pena que
na sexta-feira passada nós, enquanto Poder Legislativo, não tenhamos aprovado
uma série de emendas que colocamos na LDO, que seriam instrumentos fundamentais
para que esta Casa pudesse exercer, de uma forma mais efetiva, o seu papel de
fiscalização. A sua presença, na verdade, vem corroborar as preocupações que
aqui expressamos e, neste sentido, solidarizamo-nos com a mobilização e com as
denúncias que o senhor traz a este Plenário.
Muito obrigada pela sua
presença, isto apenas ajuda o trabalho do Legislativo. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Eliseu Sabino está com a palavra, pelo PTB.
O
SR. ELISEU SABINO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu gostaria de cumprimentar o Sr. Flávio Casal,
Presidente da Associação dos Moradores de Serra Verde; dizer da nossa
satisfação pela sua presença nesta Casa, que é do povo. Gostaria, também, de
dizer que a totalidade da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro tem
acompanhado de perto essa questão do Orçamento Participativo, e a sua colocação
sobre a regulamentação tem procedência. O cumprimento das decisões nas
plenárias, como prioridades, realmente, são vendidas através do programa Cidade
Viva - conforme têm falado alguns colegas, como o Ver. João Dib - mas, na
realidade, nós constatamos que não são cumpridas. Assim, temos o outro lado,
que poderíamos apresentar, que é a parte da “cidade morta”. E eu me preocupo
muito, porque a vendagem do Cidade Viva não está sendo real.
A presença de V. Sa. a
esta Casa realmente vem para fortalecer a nossa participação, porque a nossa
Bancada tem-se identificado com essa questão. Manifestamos o nosso apoio, conte
com a nossa participação, porque a regulamentação do Orçamento Participativo é
de suma importância. Conte com a Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, que
está à disposição, porque a regulamentação do Orçamento Participativo é de suma
importância. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nereu D'Ávila): O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra, pelo PDT.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu quero aproveitar o ensejo para saudar a
presença corajosa, neste momento, do Sr. Flávio Casal, Presidente de uma
entidade comunitária da Lomba do Pinheiro.
Penso, Sr. Flávio, que,
por si só, os depoimentos que têm havido aqui de lideranças comunitárias, ao
ensejo do nosso Projeto, que propõe a legalização do Orçamento Participativo, é
a única solução capaz, efetivamente, de gerar a autonomia plena do movimento
comunitário. E isso não tem feito com que outras lideranças estejam aqui, de
uma certa maneira, por uma situação de inibição frente às pressões a que são submetidas.
Elogio, mais uma vez, a presença do Sr. aqui, nesta tarde, a quem conheci neste
momento, fazendo com que a realidade de uma região da Cidade seja conhecida sob
a sua ótica, a ótica da sua comunidade. Por isso invoco a importância da
legalização do Orçamento Participativo, porque só com lei o Orçamento
Participativo será plenamente democrático. Por isso invoco a frase do célebre
líder da Revolução de 1923 no Rio Grande do Sul: “Eu quero leis comandando os
homens e não os homens comandando leis.” Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Guilherme Barbosa está com a palavra, pela Bancada do Partido dos
Trabalhadores.
O
SR. GUILHERME BARBOSA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr. Flávio Casal, a Bancada do Partido dos Trabalhadores
nunca deixa de falar, principalmente quando o assunto é tão importante quanto
esse, e fica bastante feliz quando vê que Vereadores que eram contra o
Orçamento Participativo agora declaram que não são contra o Orçamento
Participativo, mas alguns deles querem controlá-lo completamente. Sr. Flávio
Casal, se o senhor se detiver sobre o Projeto do Ver. Isaac Ainhorn vai
verificar que o processo vai ser absolutamente controlado pela Câmara de
Vereadores. Tanto é assim que o nobre Ver. Elói Guimarães, que tem outra visão,
apresentou nove emendas tentando salvar o Projeto do Ver. Isaac Ainhorn. E a
questão da Lomba eu conheço razoavelmente, e verificamos que a Lomba, antes
desse processo do Orçamento Participativo, nunca teve tanto investimento como
tem tido agora. Claro que tem que avançar, tem que se corrigir questões. O
Orçamento Participativo na Lomba do Pinheiro gerou um acréscimo no seu
regimento, que foi definido pela própria comunidade, que, ao conhecê-lo, penso
que deve haver algumas modificações. Mas isso é um direito da comunidade. Se
houver uma lei aqui, jamais, nunca mais a comunidade vai poder estabelecer o
seu próprio regimento. Eu acho que pode melhorar o regimento, mas ele foi
definido em reunião ampla pela própria comunidade de lá.
Então nós queremos dizer
que esse é um processo da nossa parte, sério, rigoroso; a obra que não pôde ser
feita neste ano, será feita no ano que vem, e assim por diante.
Portanto, nós estamos
abertos, a nossa Bancada sempre estará aberta para discutir melhor, o avanço.
Mas nós temos certeza de que se houver uma lei, principalmente como essa Lei
proposta aqui, será a morte do processo do Orçamento Participativo, porque ele
estará dominado, domesticado; trazido ele aqui para dentro desta Câmara. A
Câmara de Vereadores tem um papel importante, controlar o Executivo, e não
controlar o movimento popular que esse sim tem que ser autônomo do Executivo e
da Câmara de Vereadores.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a
palavra o Ver. Isaac Ainhorn, para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores e assistência que aqui comparece neste momento. A
tática do PT aqui nessa Casa - e nós respeitamos, porque faz parte do processo
democrático - é fazer que não vai falar, para falar por último, para ficar sem
resposta. Mas nós, nesse momento, Ver. Guilherme Barbosa, gostaríamos de dizer
a V. Exa. - com o respeito que V. Exa. nos merece e com a seriedade com que eu
acredito em suas posições - eu quero dizer que nós lhe desafiamos a fazer um
Projeto de plena autonomia do Orçamento Participativo, que eu e meus
companheiros, tenho certeza, também vamos-lhe apoiar. Tenho certeza que V. Exa.
terá o apoio das outras Bancadas com assento aqui nesta Casa, Vereador.
Nós queremos um Orçamento Participativo,
e um movimento comunitário autônomo, e hoje, infelizmente, não é, Vereador.
Infelizmente a estrutura do Orçamento Participativo ela se coloca na mesma
linha da crítica que os Senhores faziam ao Movimento Sindical na era de Vargas,
em que o Movimento Sindical, a crítica que o PT sempre fez era de que era
atrelado o Movimento Sindical ao Governo Federal, e infelizmente o que se
constata hoje, Vereador, é o atrelamento do Orçamento Participativo ao
Executivo Municipal. Repito, é uma formulação extremamente clientelista. O
representante do Movimento Comunitário disse que as obras beneficiam aqueles
que se articulam de uma forma esperta e ardilosa, e não é por aí que as coisas
serão resolvidas.
Vereador, vou-lhe dizer
pela última vez: desde a minha primeira manifestação, há anos, nesta Casa, nós
nunca fomos contra o Orçamento Participativo, até porque acreditamos no
princípio da democracia participativa, mas queremos uma democracia
participativa, Ver. Guilherme Barbosa, em harmonia com a democracia
representativa. Nós não queremos o fim da democracia representativa, através da
qual V. Exa. foi eleito. Nós estamos propugnando pela legalização do Orçamento
Participativo, queremos uma estrutura do Orçamento Participativo, um movimento
comunitário plenamente autônomo.
Eu coloquei na Câmara e o
meu colega Ver. Elói Guimarães, meu companheiro de Partido, com muita
competência soube dar uma forma jurídica embasada nos mais caros princípios do
constitucionalismo moderno para que ele não fique atrelado nem ao Executivo,
como é hoje, nem ao Legislativo. Nós não queremos atrelamento de qualquer
espécie, nós queremos uma estrutura em que o movimento comunitário dirija as
reuniões do Orçamento Participativo e não como é, onde essas reuniões são
abertas, mas dirigidas e coordenadas pelo Gabinete de Planejamento do Prefeito,
pela estrutura do Orçamento Participativo que está enquistada, Vera. Sônia
Santos, na Secretaria do Governo Municipal, dentro do Gabinete do Planejamento
e dentro do Gabinete do Prefeito, onde só eles e tão-somente eles têm a palavra
e o comando de toda a estrutura do Orçamento Participativo. Só não vê o
atrelamento do Orçamento Participativo ao Executivo quem não quer. Nós queremos
um movimento comunitário, forte, autônomo e desvinculado do Executivo Municipal
e que se perpetue na história da Cidade, porque ninguém é eterno no Governo,
nem as ditaduras. Ver. Guilherme Barbosa, por mais antigas que sejam as
ditaduras, um dia elas caem.
Por isso, Sr. Flávio
Casal, fica aqui a expressão de reconhecimento desta Casa às manifestações
sérias e responsáveis formuladas pelo senhor, aqui, nesta tarde. E o Ver.
Guilherme Barbosa não quer - sob hipótese alguma - qualquer lei sobre o
Orçamento Participativo. Nós queremos, no Orçamento Participativo, a participação
da comunidade, a estrutura dos investimentos, da mesma forma como se dá a
estrutura do Conselho Tutelar prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente,
onde as pessoas eleitas dirigem e organizam seus destinos. Movimento
comunitário que é dirigido e conduzido por qualquer estrutura governamental não
é movimento comunitário autônomo Somos pela autonomia do movimento comunitário,
pela legalização e pela democracia no Orçamento Participativo. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. JOSÉ VALDIR (Requerimento):
Sr. Presidente, o meu Requerimento é no sentido de que a Mesa me informe, com a
máxima urgência, sobre o andamento do Projeto de minha autoria - PR nº 28/99 -
que institui o Orçamento Participativo na Câmara de Vereadores. Eu vejo que o
Projeto do Ver. Isaac Ainhorn tramita celeremente e o meu não chegou ainda nas
Comissões!
O
SR. PRESIDENTE: Pois
não, Vereador, em seguida informaremos sobre a tramitação do seu Projeto.
A Vera. Clênia Maranhão
está com a palavra em Comunicação de Líder.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO:
Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Vereadores, lideranças presentes, eu uso
o tempo de Comunicação de Líder do meu Partido para fazer uma denúncia
extremamente grave de ato de violência, de covardia, de absoluto desrespeito
aos direitos humanos e à democracia, que aconteceu poucos minutos atrás, no
Centro da Cidade de Porto Alegre, na Esquina Democrática. A Esquina Democrática
é, nesta Cidade, o símbolo da participação, o espaço para as reivindicações
democráticas e legítimas do povo de Porto Alegre. Só o trabalho de cidadania
não era nominada assim. Foi um trabalho de cidadania de milhares de homens e
mulheres que acreditam na democracia, na pluralidade do pensamento, que
construíram aquele espaço.
Hoje às 13 horas, o meu
Partido, o PMDB, representado por várias de suas lideranças - Deputados e
Vereadores -, fomos até a Rua da Praia, na Esquina Democrática distribuir este
material. (A Vereadora Clênia Maranhão mostra um folheto.) Um material político
expressando a posição de nossas bancadas e do nosso Partido, que denunciava o
acordo vergonhoso que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre fez com a ATP, que
vai custar a esta Cidade mais de dez milhões e meio de reais ao bolso do
contribuinte, feito na “sexta-feira 13”, na calada da noite. Esse ato merece a
indignação e organização da sociedade porto-alegrense. Cumprindo o nosso papel,
fomos à Esquina Democrática expressar a nossa posição. O ato começou às 13
horas. Estavam conosco várias lideranças comunitárias, muitas das quais se
encontram aqui nesta momento. Estava conosco, distribuindo material - e o único
crime que se cometia era esse -, um companheiro que todos os Vereadores desta
Casa conhecem que é o companheiro Luiz Severo, ex-Presidente da FRACAB, uma das
maiores lideranças comunitárias de nossa Cidade que, recentemente, esteve aqui
neste Plenário, coordenando uma delegação de lideranças comunitárias, trazendo
um abaixo-assinado com dez mil assinaturas em defesa da moradia e da habitação
popular para esta Cidade. Todos conhecem o Severo como uma pessoa pacífica,
reivindicativa e extremamente respeitadora da democracia e do pensamento
plural. Não fazia sequer dez minutos que estávamos na Rua da Praia, na Esquina
Democrática - que hoje querem transformar em “esquina petista”, com uma banca
enorme montada no meio da rua -, quando o companheiro foi covardemente,
barbaramente espancado por um militante petista que estava dentro da banca,
envolvido com seus livros e com suas bandeiras. É inadmissível que depois de
anos de luta pela democracia, nós, que conquistamos a Esquina Democrática,
tenhamos que ser espancados por militantes de um partido que não respeita o
pensamento diferente do seu. É inadmissível que um lutador, um “cara” enorme,
agrida, no meio da rua, uma liderança comunitária, covardemente. Essa liderança
está nesse momento no Pronto Socorro. É inadmissível que nós, como Câmara de
Vereadores, deixemos acontecer um ato covarde dessa natureza, pelo simples fato
de tentarmos expressar o nosso pensamento.
Srs. e Sras. Vereadores,
espero que a Comissão de Direitos Humanos desta Casa se pronuncie e lute para
que essa covardia não continue acontecendo.
Para concluir, Sr.
Presidente, quero pedir a todos os Vereadores e Vereadoras que têm compromisso
com a democracia que voltemos à Rua da Praia, que ocupemos esse espaço que é de
todos os porto-alegrenses, que façamos um ato de repúdio contra o
totalitarismo, contra a violência e contra o desrespeito aos direitos humanos.
Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE: Ver.
Cláudio Sebenelo está com a palavra.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Quero saudar o nosso convidado de hoje, Flávio
Casal. Seu depoimento aos poucos vai tomando formato, mostrando a imensa
necessidade de regulamentação e legislação de um instituto que é importante na
vida de Porto Alegre, e que precisa deixar de ser uma agência burocrática do
Partido dos Trabalhadores para ser realmente a representação da vontade dos
porto-alegrenses em relação às suas obras, ao seu orçamento, mas principalmente
em relação a uma estratégia de desenvolvimento da Cidade que passa por uma
aspiração - ser sede do MERCOSUL -, por uma aspiração de crescer, mas
principalmente por uma aspiração de, sendo uma cidade maior, ser uma cidade melhor.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PAULO BRUM (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, só para auxiliar, V. Exa. não fechou a Tribuna Popular ainda.
O
SR. PRESIDENTE: Estou
encerrando, e em seguida vou pedir ao Plenário a inversão, porque foi requerido
por este Vereador uma homenagem ao Movimento das Bandeirantes, 80 anos de
existência no Brasil e 55 anos no Rio Grande do Sul.
O
SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr.
Presidente, V. Exa., na sua manifestação, dentro da praxe que tem sido comum
nesta Câmara, em função da homenagem dos 80 anos de existência do Brasil do
Movimento das Bandeirantes, e 55 anos no Rio Grande do Sul, como os nossos
convidado já se encontram desde as duas horas no Plenário desta Casa, requeiro
a V. Exa., reitero e apelo às demais Lideranças no sentido de que façamos imediatamente a inversão do Grande Expediente para
que possamos prestar homenagem requerida por V. Exa. Muito obrigado.
O
SR. GUILHERME BARBOSA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, de acordo com o encaminhamento do Ver.
Isaac Ainhorn, quero, também, concordar com a Vera. Clênia Maranhão sobre a
necessidade de a nossa Comissão de Direitos Humanos examinar o mais rápido
possível o acontecido na Esquina Democrática. Temos informações de que foi
pessoa de outro partido que cometeu essa insanidade. Nós somos contra agressão
física, embora tenhamos apanhado muitas vezes de um grupo que a Vera. Clênia
Maranhão conhece muito bem. Apoiamos e concordamos que a nossa Comissão aja o
mais rápido possível. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE: Damos
por encerrado o período da Tribuna Popular, agradecendo a presença do Sr.
Flávio Casal, Presidente da Associação dos Moradores Serra Verde. Continuamos
sempre à disposição para qualquer manifestação da Comunidade. A Tribuna Popular
é um avanço para que o nosso povo, através da sociedade organizada, como V. Sa.
fez, se manifeste recebendo, inclusive dos Vereadores, a palavra de apoio ou
não, mas democraticamente. Muito agradecido a V. Sa.
Srs. Vereadores, há um
Requerimento, de minha parte formulado, secundado pelo Ver. Isaac Ainhorn, no
sentido de que invertamos a ordem dos trabalhos para adentrarmos no Grande
Expediente, onde teremos uma homenagem a fazer pelos 80 anos da existência, no
Brasil, do Movimento dos Bandeirantes e 55 anos no Rio Grande do Sul. Em
votação. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, vou ser bem rápido, até pela importância do
Requerimento que faz V. Exa., Ver. Nereu D’Ávila, para que a homenagem possa
ser prestada de imediato. Então, não quero retardar a homenagem que vai ser
prestada.
Mas quero dizer que, logo
após o Grande Expediente, vai ser muito importante nós adentrarmos no período
das Comunicações, e só pediria que as Comunicações não ficassem para depois da
Ordem do Dia, que pudessem ser feitas antecedendo a Ordem do Dia, já que nós
temos realmente assuntos que dizem respeito a todos nós, porque assuntos como
este trazido aqui pela Vera. Clênia Maranhão, nesta tribuna, dizem respeito exatamente
àqueles que querem liquidar com a democracia, que querem ferir a democracia,
que querem impedir que vozes diferentes daquelas que expressam os seus
pensamentos possam se manifestar. E sendo assim, o período das Comunicações vai
ser extremamente importante para que os Senhores Vereadores possam dizer do seu
repúdio ao ato acontecido lá na Rua da Praia. Nós não podemos consentir que
lideranças comunitárias, como é o caso do nosso querido amigo Severo, sejam
agredidas de forma bárbara, de forma covarde como foi na manifestação ocorrida
lá na Rua da Praia. Esta é uma missão de todos nós, Vereadores, de todos nós
que representamos esta sociedade. Nós não podemos consentir que as idéias, que
as falas possam ser apagadas, que possam se calar através dessa covardia que
foi perpetrada lá na Rua da Praia. Este repúdio nós temos que manifestar, tanto
hoje no período das Comunicações como também neste ato que foi solicitado pela
Vera. Clênia Maranhão, para que possamos fazer o nosso protesto, lá na Rua das
Praia, contra essa forma de fazer política, de determinadas pessoas, de
determinados partidos que querem impedir que os outros partidos possam
manifestar as suas idéias. Este, na verdade, é um ato covarde, talvez um dos
mais covardes já perpetrados aqui na história política dos últimos tempos. Se
nós permitirmos que este ato fique sem resposta, o que vai acontecer é que na
campanha eleitoral que vai-se abrir - e nós estamos próximos ao ano eleitoral
-, a campanha eleitoral vai transformar as ruas desta Cidade num grande campo
de batalha. E acredito que isso pode ser ruim para todos nós, esta violência
que se instala a partir desta agressão ao líder comunitário Severo e que pode
trazer conseqüências graves para todos nós, inclusive ao partido agressor que,
de repente, pode se dar mal com essa agressão.
Por isso, o período de
Comunicações, Sr. Presidente, deve ser utilizado, exatamente, para que o
repúdio possa ser manifestado. É claro que estamos absolutamente favoráveis ao
Requerimento de V. Exa., que vai homenagear o Movimento Bandeirantes no período
de Grande Expediente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Eu
queria deixar claro que não estou requerendo o período de Comunicações, eu
requeri o Grande Expediente, Vereador. Por isso, peço aos Srs. Vereadores que
não façam esta desconsideração de pedir a palavra para encaminhar o
Requerimento e falar sobre o assunto que está na Ordem do Dia, porque não é
pertinente. Vamos respeitar as pessoas que estão aqui presentes. Eu pedi a
inversão do Grande Expediente para homenagear os 80 anos do Movimento
Bandeirantes. Já sei que V. Exas. não querem transferir o período de
Comunicações. Tudo bem, vai haver prejuízo, tem um projeto do Executivo, o Ver.
João Dib já havia requerido na sexta-feira, vamos discutir isso logo a seguir.
Em votação o Requerimento
do Ver. Isaac Ainhorn que requer a inversão do período de Comunicações para o
Grande Expediente. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
O
SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, eu havia solicitado um Requerimento e no momento estou
cancelando-o, em virtude de que a culpa foi exclusivamente minha. O Projeto que
solicitei foi para o meu gabinete para conhecimento do Parecer da Procuradoria.
O Projeto está no meu gabinete, portanto, peço desculpas e cancelo o
Requerimento.
O
SR. PRESIDENTE: Passamos
ao
Grande Expediente destinado a homenagear o Movimento das
Bandeirantes pelos 80 anos de existência no Brasil e 55 anos no Rio Grande do
Sul. Fazem parte da Mesa: Presidenta da Federação de Bandeirantes do Brasil,
Região do Rio Grande do Sul, Sra. Dalva Escobar Copetti; Coordenadora da
Federação de Bandeirantes do Brasil, Região do Rio Grande do Sul, Sra.
Dorvalina Fialho; Assessora do Colegiado Nacional da Federação de Bandeirantes
do Brasil, Região do Rio Grande do Sul, Sra. Neila Horn; Representante do
Distrito L 8, Lions Clube Internacional, Sr. José Flávio Seguézio.
O
SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro):
O Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra, como proponente desta homenagem.
O
SR. NEREU D’ÁVILA: Ver.
Juarez Pinheiro, no exercício da Presidência, autoridades, quer do Lions, quer
do Movimento das Bandeirantes que compõem a Mesa, Sras. e Srs. visitantes que
honram esta Casa nesta tarde.
Como V. Sas. puderam
detectar, esta é uma Casa multifacetária, aqui estão democraticamente
constituídas nove bancadas de partidos diferentes que, no ardor dos temas e
apesar do frio que se abate no nosso Rio Grande, estão calorosamente afetuosos
em relação às matérias divergentes. Isso faz parte da democracia que hoje
vivemos.
Dentro desta democracia,
dentro deste período histórico que o Brasil vive, uma data inscreve-se
vitoriosamente nesta inserção: os 80 anos de existência do Movimento das
Bandeirantes, sendo 55 no Brasil. É mais de meio século de existência no
Brasil, completado no dia 13 de agosto deste ano. É um movimento sadio numa
sociedade em que nós, os representantes populares e outras pessoas com
responsabilidade tanto quanto nós, proclamam, pedem, reclamam, suplicam, não a
abolição da droga, esse ser diabólico que incendeia a mente dos nossos jovens,
mas o afastamento das drogas principalmente por parte dos nossos jovens e das
nossas jovens.
Aqui na Câmara nós estamos lutando contra o uso das drogas pelos
jovens. No ano passado, o Ver. Pedro Américo Leal, num projeto muito bom,
aprovado por nós, fez inserir, em todos os documentos oficiais, a expressão:
“Diga não às drogas”. Então, esta Câmara, por meio das suas Comissões, dos seus
Vereadores, do seu conjunto, está lutando contra esse mal, e o Movimento das
Bandeirantes junto com o escoteirismo é o antídoto perfeito, maravilhoso contra
as drogas, porque os que praticam esses movimentos praticam aquilo que é sadio,
aquilo que congrega, aquilo que é saúde, aquilo que é a mente aberta para o
futuro. E o Movimento das Bandeirantes completa 80 anos de existência, 55 anos
no Brasil.
Este Movimento é um
contraponto magnífico, magistral sobre aquilo que não se quer. Não adianta
apenas a institucionalização de movimentos contra as drogas na grande mídia,
quando a sociedade não faz nada, não reage, não coloca uma contraposição, um
enfrentamento na luta contra essa maldição do final do século, nos albores do
terceiro milênio.
Quero me referir ao
histórico do Bandeirantismo. O Movimento teve sua origem em Londres,
Inglaterra, quando o Lord Baden Powell criou o escotismo para rapazes em 1907.
Logo se notou que meninas e jovens, parentes de escoteiros, também queriam
fazer parte desse movimento. Baden Powell ficou admirado com o interesse das
meninas, pois, naquela época, não era nada convencional elas fazerem coisas de
rapazes, resolveu, então, adaptar o programa do escotismo para elas. Assim
sendo, encarregou sua irmã Agnes Baden Powell de cuidar da tropa feminina. Mais
tarde, ao se casar, esta incumbência ficou com sua esposa Olave Baden Powell,
considerada a Chefe Mundial do Movimento Feminino. Olave foi responsável pela
expansão das Girls Guides - nome dado ao Movimento Bandeirante - no mundo
inteiro, e dedicou-se ao Movimento até sua morte, aos 89 anos.
No Brasil, o Movimento foi
criado em 1919, por sugestão de Lady Olave, que enviou uma carta à família
Linch, no Rio de Janeiro, pedindo que fundassem a organização feminina. Esta
tarefa foi entregue à Jerônima Mesquita, jovem de espírito altruísta, que já
lidava com entidades filantrópicas.
Assim, em 13 de agosto de
1919, foram realizadas as primeiras promessas de onze bandeirantes, data que
ficou sendo a fundação do Movimento Bandeirante no Brasil. Logo, o programa
inglês das Girls Guides foi adaptado para os nossos costumes e o nome foi
mudado para Bandeirantismo ou Movimento Bandeirante, por sugestão do Prof.
Jonathan Serrano, que foi buscar na nossa história o significado para esta
denominação.
O Movimento espalhou-se
pelo Brasil inteiro e hoje, após 80 anos, estamos presentes 22 estados
brasileiros.
O Brasil faz parte da
Associação Mundial de Bandeirantes (World Association of Girl Guides and Girl
Scouts) que está dividida em cinco grupos: Hemisfério Ocidental, do qual
fazemos parte, Europa, Países Árabes, Ásia e África, e cuja sede mundial
encontra-se em Londres. A sede nacional fica no Rio de Janeiro, na Avenida
General Câmara, 186, 5º andar.
Baden Powell dizia que
“Bandeirantismo é um alegre jogo ao ar livre, onde adultos de espírito jovial e
jovens aventuram-se, juntos, como irmãos, velhos e moços, em busca de saúde,
felicidade, destreza e desprendimento”.
O Movimento Bandeirante é
um movimento educativo, onde o jovem, a criança, aprende fazendo, dialogando,
convivendo com outros. É um movimento que contribui para o desenvolvimento da
pessoa humana em todos os sentidos, seja biológico, social ou espiritual.
Acreditamos que a educação se realiza no encontro do homem consigo mesmo, com
os outros e com o mundo. Todos, educadores e educados, são chamados a viver o
dia-a-dia baseados nos valores de liberdade, responsabilidade, solidariedade e
criatividade.
É um movimento de adesão
voluntária, onde o adulto, o jovem ou a criança se propõem a aceitar e a viver
de acordo com suas normas. É baseado na educação informal, onde se aprende
através de jogos, brincadeiras, canções, reflexões, sempre em busca daquilo que
se quer e em que se acredita. Os jovens são divididos em grupos de acordo com a
sua faixa etária, cujo programa de atividades é elaborado de modo que atenda as
suas necessidades e os seus limites.
A saudação é um sinal que
distingue os membros da grande família de Baden Powell; não é continência, e
sim prova de amizade e de respeito entre os seus membros. É feita com a mão
direita, levantando-se na altura do ombro; os três dedos médios juntos, em pé,
esticados para cima, o polegar sobre o dedo mínimo, a palma da mão para frente.
Os três dedos significam os artigos da Promessa: Deus, Pátria e o Próximo. O
dedo mínimo quer dizer que o mais forte ajuda sempre o mais fraco. Só
bandeirantes com Promessa podem fazer a saudação, que é usada em hasteamentos,
arriamentos e cerimoniais de Promessa.
O aperto de mão é feito
com a mão esquerda, entrelaçando-se os dedos. Como é o lado do coração, o
cumprimento com a mão esquerda transmite amor, amizade e confiança.
Baden Powell adotou esse
tipo de cumprimento devido a uma passagem interessante de sua vida. Certa vez,
ao cumprimentar um chefe de uma tribo africana, Baden Powell surpreendeu-se
quando o indígena lhe estendeu a mão esquerda. Ao perguntar-lhe o motivo, o
chefe índio deu-lhe a seguinte explicação: “Aqui os grandes guerreiros se
cumprimentam com a mão esquerda, largando, para isso, o seu escudo. Assim, deixam
clara a sua coragem e a confiança que depositam no outro, mesmo que seja um
adversário. Entre nós, os guerreiros são homens de honra e os homens honrados
são sempre leais”.
Originário do código
criado por Baden Powell, o código brasileiro foi adaptado devido às mudanças da
vida moderna, e diz o seguinte: ser bandeirante é merecer confiança; é ser leal
e respeitar a verdade; é servir ao próximo em todas as ocasiões; é valorizar a
estima e a amizade; é ser amável e cortês; é ver Deus na criação e preservar a
natureza; é saber obedecer; é enfrentar alegremente todas as dificuldades; é
usar os recursos com sabedoria; é agir, pensar e ser coerente com os valores
éticos. Esses são os princípios magníficos do Movimento Bandeirante. Nesses 55
anos de existência no Brasil, a saudação do povo porto-alegrense, através da
nossa representatividade, e nos 80 anos de sadia convivência pelo mundo, há
também euforia nossa, porque são princípios basilares de boa e magistral
convivência entre os homens e as mulheres, com harmonia e liberdade. Parabéns!
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila):
Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn, por cedência de tempo do Ver. Fernando
Záchia, falará em nome do PDT, PMDB, PTB, PPB e PFL.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, certamente a nossa manifestação seria dispensável,
na medida em que V. Exa. expressou, na condição de autor e de Presidente, o
sentimento desta Casa.
É importante a presença
das bandeirantes aqui, neste momento. Oitenta anos no Brasil e 55 anos no Rio
Grande do Sul. Nós nos habituamos a ver o perfil dessas jovens e senhoras no
curso dos anos na Cidade de Porto Alegre, de onde somos oriundos, um perfil de
grande dignidade e civismo, na expressão e na manifestação de sua vestimenta
característica de bandeirante - o azul-marinho, a blusa branca e o lenço azul,
e também em outras cores, correspondendo às várias etapas de desenvolvimento,
às várias faixas etárias - e nós aprendemos a respeitar a presença das
bandeirantes em nosso cotidiano. Veja o momento em que isso ocorre e a
importância da homenagem formulada por V. Exa., Ver. Nereu D’Ávila, com a
presença do representante do Lions Clube, o clube de serviços em que V. Exa.,
por tantos anos, militou. Poderíamos, também, invocar o Rotary, as
bandeirantes, os escoteiros, o Lions, que são clubes de serviços de expressão,
que se encontram enraizados e presentes em nossa terra, no seu cotidiano. São
instituições, porque não são mais entidades, pois entidades são as estruturas
que se organizam com duas ou mais pessoas e entidades galgam e conquistam a
constituição de instituições quando elas têm o reconhecimento do conjunto da
comunidade. E as bandeirantes, nas mais de cinco décadas no Estado do Rio
Grande do Sul, têm o reconhecimento de suas atividades pelo conjunto da
comunidade e das instituições. Nós vivemos num momento de grande debate, de
preocupação intensa sobre a participação da comunidade nos destinos e no
cotidiano da Cidade. No entanto, os escoteiros e as bandeirantes, há décadas,
elegeram o trabalho educacional, desvinculado e destituído de qualquer
interesse que não o aprimoramento pessoal e ético do ser humano como ação
básica e como propósito básico da sua instituição. É o cotidiano desta
instituição, instituição que, desde jovem, víamos presente nas ruas da Cidade,
sobretudo aos sábados e domingos, quando se reúne para desenvolver as suas
atividades extracurriculares. Ela se integra plenamente na moldura e na
paisagem do Rio Grande. Quantas pessoas passaram pelo Movimento das
Bandeirantes? Milhares de jovens, que tiveram, nesse Movimento, um momento de
aprimoramento das sua condição de cidadãs, de desenvolvimento social, pessoal,
ético sobre todos os aspectos.
Por isso, quando
homenageamos essa Instituição, por ocasião dos 55 anos de existência no Rio
Grande do Sul, e 80 anos de existência no Brasil, queremos ressaltar a
importância deste movimento, que investiu todo o seu potencial para criar
cidadãs responsáveis e comprometidas com o destino da pátria e da cidadania. É o
reconhecimento que fazemos às bandeirantes que hoje nos visitam, à sua ação,
preconizando o amor, a participação comunitária, sem qualquer espécie de
exigência para integrar as suas fileiras. Nunca foi registrado caso de qualquer
tipo de preconceito, seja étnico, seja religioso, para inserção nas suas
fileiras, basta somente a crença num ser superior. Nessa medida, elas têm um
perfil filosófico no desenvolvimento de uma atividade fundamental, que é o
aprimoramento educacional dos integrantes dessa Instituição.
Neste momento, saudamos V.
Exa. por ter tido a felicidade dessa iniciativa.
Encerro com as palavras
das próprias bandeirantes: “Nossa missão é ajudar crianças e jovens a
desenvolverem o seu potencial máximo como responsáveis cidadãos do mundo.” Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Senhor
Presidente e Srs. Vereadores, encantado com a presença do Movimento das
Bandeirantes, queremos dizer que não só endossamos integralmente, mas dizemos
que com o brilho do seu discurso, o Ver. Isaac Ainhorn falou também pela
Bancada do PSDB. Um grande abraço ao Movimento das Bandeirantes. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE: A
Câmara, no seu conjunto, prestou uma homenagem como instituição a esse
magnífico Movimento.
A Sra. Dorvalina Fialho está
com a palavra.
A
SRA. DORVALINA FIALHO: (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Estamos muito honrados por, em
nossa Semana Bandeirante, que comemora os nossos 80 anos no Brasil e 55 anos no
Rio Grande do Sul, estarmos nesta Casa. Isso se deve ao fato de esta Casa
representar no campo do legislativo brasileiro, um exemplo de seriedade e
lisura de trabalho e de competência junto à comunidade a que pertence. Nós
realmente estamos orgulhosos, como bandeirantes que somos, de pertencer a esta Cidade
e estarmos aqui junto com os
Senhores e com as Senhoras.
Nós temos ouvido, nos
últimos dias, seguidamente, as expressões “fim do mundo”, “fim do milênio”, “fim do século”, com as mais diferentes conotações.
Nesse 16 de agosto de
1999, nós estamos, aqui, hoje, para afirmar a nossa comunidade, representada
nesta Casa, que nós falamos em recomeçar, recomeçar sempre!
Nós pertencemos a uma
organização não-governamental, que se baseia no trabalho voluntário. E nós
estamos funcionando, de forma ininterrupta, por esses 80 anos no Brasil e por
55, aqui, no Rio Grande do Sul. E, nesse período, queremos homenagear a todas
as pessoas que nos antecederam, na figura da nossa Fundadora Dona Jerônima
Mesquita que, em 13 de agosto de 1919, organizou o primeiro grupo no Brasil. E
eu quero destacar, em especial, dentre as várias pessoas que acederam ao nosso
convite e que muito nos honram, a nossa Fundadora do grupo original fundador no
Rio Grande do Sul, a Bandeirante Wilma Schiefferdecker. (Palmas.) Nós ficamos
felizes com a sua presença.
Nós buscamos o quê? Os
dois Vereadores que nos antecederam fizeram algumas colocações a respeito da
nossa filosofia de trabalho. Nós queremos reafirmar que, realmente, o que nós
buscamos é a complementação da educação que as crianças e jovens recebem nas
suas casas e nas suas escolas.
Nós queremos o quê,
realmente? Nós queremos uma cidadania plena, uma participação plena através de
uma metodologia que enfatiza o trabalho em equipe, o trabalho com
responsabilidade; a vida ao ar livre, respeitando a natureza; a vivência da
espiritualidade, pois, conforme foi dito anteriormente, nós temos uma visão
ecumênica e não temos nenhuma restrição quanto ao aspecto religioso; o que é
importante é que a criança e o jovem tenham o princípio da espiritualidade.
Finalmente, a participação comunitária, envolvendo todos os níveis de acordo
com as faixas etárias com que trabalhamos, tais como: o ramo Fada, com lenço
amarelo, que são as pequeninas e os pequeninos, pois desde meados da década de
70, o Movimento se tornou misto e, progressivamente, continua dando uma
resposta a uma necessidade do mundo atual; depois, temos os B1 e as B1, os de
lenço azul, que é a faixa posterior; depois, temos os B2 e as B2, com lenço
verde; e, finalmente, temos o Ramo Guia com o lenço cor-de-vinho e os
coordenadores, que somos nós, com o lenço azul-marinho. Para ser coordenador é
necessário, além de gostar da educação, ter mais de dezoito anos.
Temos uma sede regional,
que funciona no Bairro Azenha e funcionamos ativamente em algumas cidades do
interior do Rio Grande do Sul, como Caxias do Sul, Garibaldi, Pelotas e Rio
Grande. Estamos em tratativas para o início do Movimento em outros municípios.
Acreditamos, basicamente,
na educação, e o nosso Movimento Bandeirante busca dar à criança e ao jovem
atividades que a integrem, cada vez mais, de forma educativa, no mundo em que
vivemos. Esta crença na educação nos faz continuar nesta organização que
pertence a uma organização maior, onde se somam mais de cem países. Nessa
diversidade de culturas, situações políticas distintas, a Associação Mundial de
Bandeirantes busca sempre promover a integração e a paz. Agora mesmo, na nossa
Semana Bandeirante, fazemos a coleta do Dia do Pensamento, que é um pretexto
para pararmos e refletirmos nessa grande comunidade a qual pertencemos e nos
conscientizarmos de que irmãos e irmãs Bandeirantes de outros países do mundo
atravessam dificuldades, seja como refugiados políticos, seja enfrentando
alguma hecatombe da natureza; essa coleta, então, vai via nossa coordenação
nacional para a nossa sede em Londres, que prioriza os atendimentos.
Srs. Vereadores, pais,
bandeirantes, amigos, obrigada pela confiança, pelo apoio que têm nos dado
durante todos esses anos. Vamos precisar sempre mais desse apoio e dessa
confiança, pois vamos continuar o nosso trabalho na busca dos nossos objetivos,
pois cremos sempre na educação como uma grande saída para o nosso País. A
cidadania responsável é a plenitude do nosso trabalho; portanto, vamos educar,
educar e educar.
Contamos com V. Exas. e
com todas as pessoas interessadas nesse tema para fazer parceria conosco.
Procurem-nos. Estamos prontos a atendê-los, pois queremos que mais
porto-alegrenses, crianças e jovens gaúchos tenham uma alternativa a mais em
suas vidas.
Vamos ser bandeirantes?
Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE: No
encerramento dessa homenagem que a Câmara Municipal presta aos 80 anos do
Movimento das Bandeirantes, no Brasil, e aos 55 anos, no Rio Grande do Sul,
endossamos a saudação à Fundadora do Movimento, que se encontra conosco - seja
bem-vinda - e aos participantes das diversas categorias. Agradecemos a presença
das lideranças. Assim, estamos mais engrandecidos hoje com mais essa
experiência. Muitos de nós não havíamos nos dado conta da importância e do
tempo que está no Brasil. Cinqüenta e cinco anos são mais de meio século de
intensos serviços prestados ao nosso Estado.
No sábado, comparecemos ao
local do Movimento de Escoteiros, vimos algumas fotografias e verificamos a
pureza, a seriedade com que são buscados esses princípios e inoculados nas
mentes sadias das nossas crianças, dos nossos jovens.
Agradecemos a presença de
todos e reiteramos que esta Casa transmite, como reflexo dos fatos latentes e
palpitantes da sociedade e de movimentos não-governamentais como esse das
Bandeirantes, Movimento tão privilegiado na nossa sociedade, o nosso carinho, a
nossa saudação e colocamo-nos à disposição de movimentos dessa natureza.
Parabéns! Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h35min.)
O
SR. PRESIDENTE (às 15h36min): Estão
reabertos os trabalhos.
O Ver. Cláudio Sebenelo
está com a palavra, em Grande Expediente.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores,
durante quase dez anos o Partido dos Trabalhadores conseguiu empurrar com a
barriga, no Judiciário Brasileiro, o produto da ideologização de um debate que
não poderia sê-lo. Colocou-se a ideologia no debate em que havia necessidade de
uma formulação, há dez anos atrás, do transporte coletivo da Cidade de Porto
Alegre.
O transporte coletivo
vinha, no Governo Collares, muito bem, crescia em qualidade - eu sou uma das
pessoas que mais tem elogiado, publicamente, apesar da ironia fina do Ver. João
Bosco Vaz, que não consegue suportar o elogio ao Governador Collares -, o seu
governo do Estado e a sua administração na Prefeitura. Quando ele entregou a
Prefeitura, o transporte em Porto Alegre tinha uma tarifa baixa e já era de uma
qualidade razoável para boa. Então, se fazia este “mise-en-scéne” de um
“marketing” inteligente, eleitoreiro, dizendo que havia necessidade de se mexer
no transporte de Porto Alegre. A mexida, como o início de todos os governos do
PT, bravateira; bravatas, ostentando forças de um poder que o Partido dos
Trabalhadores, desacostumados a usá-lo, o usou, como quem nunca comeu mel e
lambuza-se, foi com toda a sede ao pote e teve que recuar - como outro dia, no
corte do salário do funcionalismo; como há seis meses na infeliz iniciativa de
mandar embora daqui a Ford, perdendo com isso o direito de falar em desemprego.
Pois o Partido dos Trabalhadores teve a necessidade de mostrar serviço:
encaminhou-se diretamente para a Secretaria de Transportes, marcou sua presença
não pela solidez de idéia proposta, mas pelo “marketing” certeiro: queria,
porque queria moralizar a Secretaria Municipal de Transportes, sobretudo a
exploração dos transportes pelas concessionárias. O plano de amostra foi
estendido exatamente de uma forma tão intempestiva como foi feito agora, por
exemplo, com a série encadeada de acontecimentos em que a cada um deles mostra
a inexperiência administrativa, mais do que isso, a insensatez, pois a conta de
dez anos atrás será paga agora.
Como será a conta da Ford,
daqui dez anos? Quem pagará na verdade, todos sabemos. Pagaremos a conta. A
conta da destemperança, a conta da ineficácia administrativa e da infelicidade
das iniciativas tomadas. Quase todas elas, montagens feitas, como pano de fundo
para uma administração que precisa, da inexperiência administrativa que passa a
se mostrar grosseira quando se junta com o despropósito das idéias, a ausência
de um sistema ou programa num País regido por um sistema capitalista, em que se
teima implantar uma ideologia socialista. Essa rigidez ideológica fez com que
muitas vezes se atropelasse o bom senso e se chegasse onde chegamos, como vemos
com muita freqüência na Administração Municipal; como vemos, Ver. Pedro Américo
Leal, a loucura que foi feita no aterro sanitário da Extrema, hoje um lixão;
como vemos no Distrito Industrial da Restinga, que não gerou em dez anos um
emprego sequer: como vemos investimentos em tantas áreas que podem até, muitas
vezes, fazerem parte de um programa, mas não dão solução para os problemas.
Nós vemos, por exemplo,
num país em que o desemprego é uma chaga social, que o Município fecha os
olhos, os ouvidos e todos os sentidos para desconhecer esse problema e, mais do
que isso, para escamotear, para disfarçar que a solução do problema do
desemprego também passa pelos municípios brasileiros. O Município de Porto
Alegre poderia desenvolver pela sua beleza, pelo seu povo acolhedor uma
política de turismo na Cidade. Cada emprego direto de turismo resultam em cinco
empregos indiretos, poderíamos resolver o problema do desemprego. E assim se
vai, sabe por que? Porque ideologicamente turismo é coisa de burguês, odeia-se
turismo nesta Cidade.
Nesse sentido é que hoje
vivemos um dia de luto em Porto Alegre, porque hoje está finalmente lancetado
esse imenso abcesso que, empurrado com a barriga, durante dez anos, evoluiu na
nossa Cidade. Essa dívida da incompetência, essa dívida da falta de bom senso
que fez com que, no momento de bravata, de destempero, se fizesse esse tipo de
ação preconceituosa que gera, hoje, 125 mil - no mínimo, um ônibus a cada mês -
sendo pago pela população de Porto Alegre, que poderiam resultar em vinte
milhões de litros de leite para as crianças, ou aplicados em outras obras
sociais. E que não o teremos. Principalmente, ao pensarmos que essa é a tônica
de um projeto, lamentavelmente, falido na sua base, e que tem o seu “marketing” certeiro a preferência dos
porto-alegrenses, porque esse “marketing”, um dia, como foi provado hoje aqui
na Tribuna Popular... aos poucos está sendo tecida essa colcha de incompetência
e de irregularidades como o foi o Orçamento Participativo. Aos poucos vemos a
necessidade da sua regulamentação, como aos poucos vemos a imensa necessidade
de um programa, tanto na área municipal, como um programa de governo na área
estadual. Pois ele ainda não apareceu. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: A Vera.
Clênia Maranhão está com a palavra.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO:
Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Vereadores, lideranças presentes, retomo
a tribuna e vou recolocar algumas questões que coloquei no meu pronunciamento
em Comunicação de Líder e, também, quero expressar a preocupação do meu Partido
com o tema que está sendo discutido que é exatamente o acordo feito entre a
Prefeitura e a ATP, que vai custar mais de dez milhões ao bolso do contribuinte.
É importante relembrarmos
a história que vai levar esse prejuízo à Cidade de Porto Alegre, se, enquanto
Câmara Municipal de Porto Alegre, não conseguirmos barrar essa insensatez
pública. É importante lembrarmos que essa história tem 10 anos e que ela começou
quando a Prefeitura promoveu a intervenção em cinco empresas do transporte
coletivo da nossa Capital. Nós lembramos das denúncias que eram feitas, das
devassas nas empresas, das perseguições a funcionários, a suspensão de
pagamentos de INSS. Durante todos esses anos as medidas judiciais foram
protelando a decisão final. Hoje, tomamos conhecimento dessa situação, através
de um acordo onde o Poder Público coloca seis milhões de reais para pagar
quatro empresas, e mais quatro milhões e quinhentos mil reais em forma de
renúncia fiscal, de dinheiro público. Como Vereadores sequer tomamos
conhecimento dessa decisão trágica da sexta-feira 13, da sexta-feira passada.
Durante a campanha, o PT
afirmou que seria feito um encontro de contas, sem qualquer ônus para o povo da
Capital. Essa decisão é completamente contrária às promessas eleitorais. A
Câmara é completamente excluída da discussão sobre negociações, e a decisão é
tomada com extremo prejuízo para a população. Com dez milhões e quinhentos mil
reais - porque é isso que a Prefeitura vai usar para dar a quatro empresas -
seria possível melhorar muito a vida dos porto-alegrenses. Seria possível, por
exemplo, comprar vinte e um milhões de litros de leite para a população
carente. Seria possível comprar mais de quarenta mil cestas básicas para a
família porto-alegrense que está em situação de miséria.
Mas o estranho acordo do
PT com os empresários é justificado como uma tentativa de melhorar o serviço de
transporte coletivo da Capital. Aí, nova contradição: durante os últimos anos
temos escutado, sistematicamente, os representantes da Prefeitura de Porto
Alegre dizerem que Porto Alegre tem o melhor sistema de transporte do Brasil, e
vai dar prioridade para a aplicação de dez milhões e quinhentos mil reais para
melhorar o sistema de transporte. É essa a principal prioridade? Será que o
sistema de transporte está mais caótico do que o desemprego; do que a política
de assistência social; do que a saúde? Esse estranho acordo do PT com os
empresários, que é colocado com a justificativa de melhorar o serviço dos
transportes, nos causa, ainda, uma outra estranheza: ele será usado para uma
política de desemprego. Hoje, os empresários colocaram que esse recurso,
inclusive, seria usado para a bilhetagem eletrônica. Nós perguntamos, diante
dessa malversação do dinheiro público, qual o papel que nós, Vereadores,
podemos cumprir para evitar que isso aconteça? A primeira reação nossa,
enquanto parlamentares do PMDB, que já viemos anunciando isso há bastante
tempo, foi expressar a opinião da nossa Bancada, do nosso Partido à opinião
pública no ato que fizemos na Rua da Praia. Neste ato, na antiga Esquina
Democrática, porque deixou de ser democrática, foi exatamente lá que um
companheiro, líder comunitário, foi barbaramente espancado, porque cometia o
crime de, na Esquina Democrática, tentar expressar a sua posição. Ele se
encontra ainda no Pronto Socorro. Eu já fiz a solicitação, desta tribuna, para
que a Comissão de Direitos Humanos escute essa liderança comunitária, e quero
agradecer, de pronto, aos Vereadores que se somaram a minha preocupação e
querem ir na Rua da Praia em defesa da democracia e da liberdade de expressão.
Acho que apenas a manifestação pública e a resistência das lideranças
políticas, voltando à Rua da Praia, vai evitar que, em outros momentos, não
possamos sequer passar pela Rua da Praia, porque ela foi tomada por uma banca
que distribui material de um partido. Acho que a tentativa de resgatar a Rua da
Praia, a Esquina Democrática, como verdadeira Esquina Democrática, é papel
fundamental de todos os que lutam pela cidadania.
E para concluir, Sr.
Presidente, quero dizer que estou solicitando à Comissão do Consumidor e
Direitos Humanos para que examine alguns dos acordos que foram feitos entre a
Prefeitura e o transporte coletivo, para ver o quanto isso lesou o consumidor
do transporte coletivo de Porto Alegre. Esta é uma questão do consumidor.
Eu recebi a sugestão de
montar uma cesta com os principais produtos que compõem a cesta básica, e
fiquei imaginando a diferença que seria, mais de quarenta mil famílias
receberem essa cesta básica, e a diferença que a política do Executivo
Municipal, que não usa para uma questão fundamental, mas usa dez milhões e
quinhentos mil reais apenas para quatro empresas. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Cyro Martini está com a palavra, em Grande Expediente.
O
SR. CYRO MARTINI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, pretendia, ao comparecer hoje a
esta tribuna, desenvolver temática pertinente aos funcionários públicos de um
modo geral, da União, do Estado e do Município, porque vejo com preocupação,
mais, com angústia as medidas que estão sendo adotadas pelo Governo Federal,
subtraindo direitos conquistados com muito esforço pelo servidores de um modo
geral. Este assunto é, sem dúvida, extremamente preocupante. Por quê? Porque o
Governo cria, com a quebra de estabilidade, dois tipos de funcionários,
funcionário que nós poderíamos simplificar, dizendo de primeira classe, que seriam
os estatutários e os de segunda classe, que é a grande maioria.
Eu acho que devo, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, comentar e refletir acerca das críticas que têm
sido feitas à administração petista no Governo Municipal, mais exatamente à
administração do Prefeito Olívio Dutra com relação à intervenção praticada por
ele referente ao transporte coletivo de Porto Alegre.
Não quero subtrair,
retirar da oposição o dever que ela tem de fiscalizar a administração, muito
pelo contrário, devo estimular, devo dizer que ela procede bem ao cuidar da
administração municipal. Todavia, entendo que devo-me pronunciar com relação
àquilo que penso ser uma injustiça com o hoje Governador Olívio Dutra. Nós
tínhamos, em 1989, antes da intervenção do Município nos serviços do transporte
coletivo de Porto Alegre, uma situação indefinida, de incerteza, de dúvida,
porque ameaçavam paralisar os serviços de ônibus em Porto Alegre. Essa foi uma
preocupação, jamais o governo poderia ter ficado nas mãos dos empresários que
ameaçavam paralisar os serviços de ônibus. Esse é um dado, o outro, que eu
entendo pertinente e relevante, é que os serviços de ônibus não atendiam
plenamente às exigências dos porto-alegrenses e não se via, a partir da
iniciativa dos empresários, a intenção de melhorá-lo. É evidente que nós
tivemos, na Secretaria Municipal de Transportes, providências que buscaram
qualificar e encontrar soluções para o transporte público de Porto Alegre que
se identificassem com a população porto-alegrense. E assim foi com relação à exclusão,
à eliminação dos terminais, como o da Rua Tenente Alpoin, o da Av. Antônio de
Carvalho, e isso ocorreu, Sr. Presidente, para o nosso prazer, por providência
do Ver. Elói Guimarães. Foi uma providência que satisfez a comunidade, porque o
povo não admitia ser submetido a um curral, como se bois fossem, esperando pelo
matadouro. Era assim que eles tratavam as pessoas lá no Partenon. A partir de
então, tivemos uma qualificação do serviço e, depois, a intervenção foi nesse
sentido.
Estranho que hoje - esta
figura que também enaltece sobremodo esta Casa - o Ver. Antonio Hohlfeldt,
tenha-se esquecido justamente que naquela ocasião foi ele quem interveio para
garantir e melhorar o serviço. Não há dúvida de que o transporte de ônibus,
hoje, em Porto Alegre, não tem nada a ver com o transporte do passado, é um
serviço mais identificado com a vontade popular. Não é ainda plenamente
satisfatório, ainda há problemas como os assentos, que não foram substituídos
por assentos mais condizentes; os horários, às vezes, sofrem críticas, e com
razão. Há outros problemas com relação àquelas linhas alimentadoras, às vezes
há discordâncias também, mas não dá para comparar. Se pegarmos o Partenon, a
Grande São José e outros pontos de Porto Alegre, nós vamos ver que o transporte
coletivo hoje é muito mais qualificado e onde esteve o ponto inicial, que
alterou isso substancialmente, está lá, naquela intervenção. Não há por que
querermos criticá-la, temos que ver o que de bom nasceu dali, que é um
transporte melhor para a Restinga.
A Restinga tinha um
serviço prestado por uma empresa que já não tinha mais condições de atender à
demanda. A partir disso, se resolveu aquele problema.
Então vejam que, ao
criticarmos, parece-me que, de antemão, apenas estamos querendo colocar algumas
dificuldades nos bolsos ou nas mãos do Governo Municipal. Se pensarmos com
calma e tranqüilidade, vamos ver que dali nasceu algo de bom e proveitoso em
favor do transporte público de Porto Alegre.
Por isso, eu digo a V.
Exas. que tenham cuidado quando falarem acerca do assunto. A Prefeitura não vai
pagar os seis milhões de vez, não vai doá-los para os transportadores, vai
pagá-los a prestações, durante longo tempo.
Eu lamento que tenhamos
muito a dizer, mas eu digo para a oposição que tenha cuidado quando falar, os
120 mil não serão dados para os empresários, mas transferidos para a melhoria
do serviço. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Nós
temos o pesar de comunicar aos Vereadores desta Casa o falecimento de Jairo
Angeli Guatimozim, filho do nosso ex-Vereador Cleom Guatimozim. O velório será
na Capela 6, do Cemitério da Santa Casa. O enterro será amanhã, dia 17 de
agosto, às 10 horas.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, pediria que fizéssemos um minuto de
silêncio pelo passamento do filho do nosso colega, ex-Presidente da Câmara
Municipal, Cleom Guatimozim.
(É observado um minuto de
silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Antonio Hohlfeldt está com a palavra, em Liderança.
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr.
Ver. Adeli Sell, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores; Senhores e
Senhoras que nos visitam nesta tarde. A
minha primeira palavra é de carinho, de respeito ao Vereador Cleom Guatimozim,
que, recentemente, enfrentou a morte da sua esposa e que, agora, enfrenta mais
esse infortúnio: o falecimento do seu filho.
Infelizmente, nesta Casa,
precisamos continuar o nosso trabalho. Portanto, em que pese essa situação, eu
quero abordar, aqui, o tema que, desde a sexta-feira à tarde, certamente,
passou a preocupar a todos nós: o anunciado acordo que a Prefeitura Municipal
de Porto Alegre fechou com a ATP - Associação de Transportadores de Porto
Alegre, como conseqüência do episódio denominado de “intervenção no sistema de
transporte coletivo”, em 1989, quando este Vereador ocupava a Secretaria
Municipal dos Transportes no primeiro ano da primeira administração do PT, do
Prefeito Olívio Dutra.
Eu gostaria de lembrar
isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, porque, desde a minha saída daquela
função, à exceção de um debate que aqui tivemos logo quando do meu retorno à
Casa - debate propiciado pelo então Ver. Dilamar Machado, que teve acesso a uma
carta que eu havia endereçado, privadamente, ao Prefeito Municipal, carta que,
por razões que eu até hoje desconheço, terminou por vazar e chegar às mãos, uma
cópia, do Ver. Dilamar -, eu nunca mais me pronunciei a respeito do assunto.
Eu havia deixado a
Secretaria, onde fui substituído, num primeiro momento, pelo Subsecretário, na
época, o Dr. Isaac Zilberman, substituído posteriormente por Diógenes Oliveira.
Daí para a frente a vida continuou. Eu me integrei a outras Comissões e só
recentemente retornei à CUTHAB, retornando, eventualmente, às discussões sobre
transporte coletivo, muito especialmente no início deste ano, quando o hoje
Governador Olívio Dutra, de uma certa maneira repetindo o episódio da campanha
municipal de 89, também fez uma campanha eleitoral, agora ao Governo do Estado,
e depois fez os primeiros atos administrativos enfocando muito especialmente o
setor de transportes. Se em 89, toda a campanha do Partido dos Trabalhadores
foi em torno do transporte coletivo - e a promessa do então candidato foi de
que baixaria a tarifa de ônibus se fosse eleito prefeito, nós tivemos, no ano
passado toda a campanha de Olívio Dutra centrada, dentre outros pontos, na
questão do pedágio. A campanha petista foi bem clara, inclusive, na
distribuição de adesivos que tentavam opor a proposta do candidato Olívio
Dutra, a quem denominavam “caminho” e a proposta do então Governador e candidato
Antônio Britto, a quem reduziam à situação de “pedágio”. Vimos, nas duas
situações, que elas não eram tão simplórias, nem tão simplistas quanto se
tentava colocar.
Em 1989, enquanto os
companheiros do PT, na noite de 31 de dezembro de 1988 para 1º de janeiro de
1989 festejavam, com o primeiro baile na Redenção, a vitória petista e a posse
no dia seguinte, eu tratava de descansar de olhos abertos, ao longo da
madrugada, preparando-me para o enfrentamento de um “lockout” - e o Ver. Lauro
Hagemann deve lembrar disso -, eventualmente marcado para o dia primeiro de
janeiro, ou no máximo, para o dia dois de janeiro.
Felizmente, episódios que
algum dia serão colocados à opinião pública, do qual participaram vários
companheiros, de diversas bancadas desta Casa, na ocasião, inclusive o Prefeito
Alceu Collares, fizeram com que os empresários não tomassem aquela medida
radical num primeiro momento, permitindo que a Secretaria Municipal se
organizasse razoavelmente do ponto de vista jurídico e que se levantassem dados
que pudessem auxiliar o Prefeito Olívio Dutra no sentido de tomar as decisões
posteriores. Era um período de inflação imensa, nada a ver com esta que, hoje,
vivemos na Administração Fernando Henrique Cardoso, de quem se fala tão mal. Na
ocasião a inflação de 8% era semanal.
E quando chegamos no
início de fevereiro, os empresários de ônibus de Porto Alegre solicitavam
aumento de tarifa, o aumento anterior que havia ocorrido em torno do dia 28 de
dezembro, concedido pelo Prefeito Alceu Collares. Os dados que a SMT possuía
indicavam a necessidade da atualização tarifária, os dados que depois ficaram
comprovados, mentirosos, fornecidos pelos companheiros à frente da
Administração da Cia. Carris Porto-Alegrense induziram o Prefeito Olívio Dutra
ao erro. E o Prefeito decidiu não conceder o aumento. Daí ao anúncio do
“lockout”, por parte dos permissionários, no programa do Jornalista Flávio
Alcaraz Gomes na Rádio Guaíba e, posteriormente, a necessidade por questão do
cumprimento da Constituição que dizia que transporte era serviço fundamental,
que continua na Constituição, diga-se de passagem, e a decisão na intervenção
do sistema foi um passo. Um passo que acabou resultando numa operação difícil,
complicada, em que o Presidente desta Casa, na época, Ver. Valdir Fraga, teve
um acompanhamento parcial e não só por culpa dele, mas sim por falta até de
experiência nossa, minha inclusive, no sentido de buscar o apoio e a
participação desta Casa. Mas o episódio que em maio concluiu, tendo já
levantado os desvios do sistema, mas companheiros do PT, que não respondiam
pela Administração, porém influíam no conselho ao Prefeito, continuaram
teimando na permanência do processo intervencionista, já então pensando na
estatização total do sistema. O resultado nós sabemos.
Eu saí em outubro,
negando-me a não dar o aumento de tarifa necessário, que o PT negou-se a dar.
Em janeiro, o então Secretário de Governo Flávio Koutzii, não deu um aumento;
deu dois, e em fevereiro um terceiro, e o resto, nós estamos sabendo hoje. São
dez milhões e meio. A minha pergunta é: se o acordo é de dez milhões e meio,
quanto é o que não está no acordo? E, por que a ATP renuncia a ganhar mais, se
ganhou o processo?
Por tudo isso, eu quero
comunicar à Casa que, com a assinatura de todas as Lideranças partidárias da
Casa, à exceção da Liderança do PT, a quem consultei por questão de respeito,
estou apresentando um Requerimento para a convocação do Sr. Prefeito Municipal
e do Sr. Procurador-Geral do Município para que compareçam à Casa na data que a
Mesa combinar com a Prefeitura, para que expliquem os termos do acordo e a
Câmara possa, a partir de então, acompanhar o episódio, que custará ao povo de
Porto Alegre, no mínimo, dez milhões e meio de reais. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Passo o
Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt ao Presidente da Casa, Ver. Nereu
D’Ávila, que reassume a presidência dos trabalhos.
O
SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila):
Com a palavra o Ver. Renato Guimarães, por cedência de tempo do Ver. Décio Schauren.
O
SR. RENATO GUIMARÃES:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, em primeiro lugar eu
gostaria de deixar o meu registro aqui, em relação ao acordo assinado entre os
transportadores de Porto Alegre e a Prefeitura Municipal.
Eu quero reafirmar, em
primeiro lugar, que a situação do transporte público em Porto Alegre no ano de
1988 não era a maravilha, como foi registrado nesta tribuna por alguns
Vereadores.
Em pesquisa divulgada nos
jornais da época, pela Zero Hora, a principal preocupação dos porto-alegrenses,
em 1988, no ano da campanha, era o transporte coletivo. Existia uma falta de
política para financiamento do transporte coletivo neste País, e Porto Alegre
era uma das cidades que pagavam esse preço. A maioria das empresas, nas grandes
cidades, estava sucatada. Era esse o quadro em 1988, e assim a população dizia
nas pesquisas.
É interessante registar
aqui que o acordo assinado, agora, é um acordo que envolve 0,10% do orçamento
anual da Prefeitura, com pagamento em quatro anos do valor de seis milhões. Eu
digo isso, porque houve Vereadores que vieram a esta tribuna no ano passado,
que falaram em duzentos milhões, em cento e vinte milhões. E hoje a Prefeitura
de Porto Alegre assina um acordo com os transportadores, no valor de seis milhões,
para pagar em quatro anos. Dividindo seis milhões em quatro anos vai dar um
milhão e quinhentos mil por ano, que envolve 0,10% do orçamento anual. É esse o
tamanho da montanha que eles queriam parir, que virou um rato.
Diferente, Vera. Clênia
Maranhão, e eu gostaria que V. Exa explicasse aqui o que a Ford fez com
cinqüenta e dois milhões que o PMDB deu de bandeja a ela, aqui, no Estado do
Rio Grande do Sul. E todo mundo sabe como esse dinheiro foi gasto, foi gasto
com festas, com compra de roupas para os executivos com compras de roupas para
os executivos da Ford. O PMDB presenteou a Ford com cinqüenta e dois milhões do
dinheiro do povo gaúcho. Roupas para festas. Isso deve ser explicado. É
importante que ponhamos os pingos nos “is”, para chamar a atenção de alguns
partidos que aqui querem dar moral, mas não explicam o que fazem com o dinheiro
público.
Eu gostaria de, novamente,
chamar a atenção, pois este Parlamento parece que não está vivendo dentro de um
país que é “a bola da vez”. Os próprios empresários industriais brasileiros, em
pesquisa recente, avaliaram o Governo Fernando Henrique, dando nota 4 ao seu
desempenho, e os Vereadores não estão preocupados com isso. Em relação a ações
ligadas a soluções de problemas sociais foi dado nota 2,9. Em última pesquisa,
65% das pessoas entrevistadas disseram que não votarão, no ano que vem, em
candidatos que tenham qualquer ligação com o Presidente Fernando Henrique
Cardoso. É interessante que façamos esse registro, pois parece que isso está
sendo esquecido.
Em pesquisa, 83% dos
empresários brasileiros acham que o Governo Fernando Henrique Cardoso é ruim ou
péssimo. E, diga-se de passagem, eles não poderiam reclamar, não sei por que
estão reclamando. Com um acordo daquele que parece que dá com uma mão e tira
com a outra, o Sr. ACM - ficamos meio
confusos, não sabemos quem manda neste País, se é o Presidente Fernando
Henrique ou o Sr. ACM - eu não tenho dúvidas, mas no Congresso Nacional existe
a dúvida, esse mesmo senhor que mandou o Presidente da República dar dinheiro
para a Ford, na Bahia, através do BNDES, esse mesmo senhor fez um discurso
dizendo o seguinte: “Cansei de ouvir o discurso dizendo que era preciso crescer
o bolo para depois dividir.” Pelo que eu sei, ACM sempre comeu o bolo, o povo
construiu o bolo deste País, o povo trabalhou e o Sr. Antônio Carlos Magalhães,
e alguns que andam a sua roda, comeram sempre esse bolo. Agora, vem falar em
dividir esse bolo. Santa demagogia! Ainda mais, ele vai além, ele diz que não
vai mais ajudar o Presidente Fernando Henrique Cardoso em novas crises. Mas ele
pôs o Presidente numa crise há dias no momento em que montou o esquema de a
Ford ir para a Bahia. Esse mesmo senhor diz que não vai ajudar mais o
Presidente. Ele o colocou numa crise, e depois diz que não vai ajudá-lo mais.
Os partidos PSDB,
responsável por um governo que está afundando o País, junto com o PFL - uma
hora manda o Antônio Carlos Magalhães, que é do PFL, outra hora manda Fernando
Henrique Cardoso, que é do PSDB -, o PMDB - que fez o que fez no Governo do
Estado, deu o dinheiro do povo gaúcho de presente para os empresários da Ford
comprarem “terninhos” -, esses partidos vêm aqui falar de moral, de como se
deve administrar a máquina pública.
O
Sr. Isaac Ainhorn: V.
Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Gostaria de colocar que em
relação a essa parte final em relação ao Governo Fernando Henrique Cardoso
estou plenamente de acordo, agora não podemos concordar com a análise que V.
Exa. faz em relação ao ressarcimento que o Município deve fazer ao setor
privado do transporte coletivo da Cidade de Porto Alegre. Cada porto-alegrense
deverá pagar, porque o bolo todo é dos porto-alegrenses da Prefeitura, nove
reais para a ATP como ressarcimento por atos ilícitos praticados pela então
administração em função da intervenção no transporte coletivo. Cada
porto-alegrense, nove reais.
O
SR. RENATO GUIMARÃES: Nesse
acordo em que os porto-alegrenses irão participar, esses recursos, por
exigência do acordo, retornarão ao sistema de transporte, portanto, serão
aplicados na renovação da frota dos ônibus de Porto Alegre. Na realidade, esse
acordo é até mais um ganho desta Cidade. A montanha de duzentos milhões que era
denunciada, nesta tribuna, “pariu um ratinho”. Esses seis milhões, parcelados
em quatro anos, comprometem anualmente 0,10% do orçamento. Um ótimo acordo que
um governo fez, com transparência, como moral; fez para continuar mantendo o
transporte público com qualidade no Município de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
João Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, esta tribuna do povo de Porto Alegre vive, às
vezes, momentos tristes, agressões, incompetências, burrices, falta de conhecimentos
aritméticos. Trazem, Vereadores, a esta tribuna, e deitam falação contra tudo e
contra todos, mas tudo deve ser preciso e aritmético, Ver. Renato Guimarães,
por exemplo, quando se diz que “pariu um ratinho” é verdade, é um pequeno rato,
porque é tudo quanto aparece e o resto nós não sabemos. Eu nunca quis falar
muito sobre esse assunto, mas o acompanhei bem várias prorrogações, a partir da
ATP, para que a Prefeitura pagasse. Há sempre sobre a ATP uma espada pendente.
Eu até elogiaria a Prefeitura por pagar tudo por dez milhões e meio, mas devo
dizer a V. Exa. que seis milhões significa 1% do Orçamento, e não 0,1%, como
foi dito aqui. Se for o tempo de quatro anos, o percentual será de zero vinte e
cinco, mais uma lição de aritmética para V. Exa. Não são seis milhões, mas dez
milhões e meio que apareceram, o resto é o resto; e é silêncio.
Eu posso falar muito sobre
tarifas de ônibus e de transporte coletivo, porque são assuntos que conheço
perfeitamente bem, mas eu não tenho falado. Agora, não posso ouvir as
barbaridades que são ditas aqui através da incompetência e do desejo de
agredir.
Devo lembrar que quando se
fez a intervenção, esta Casa alertou que deveria ser rápida para tomar
conhecimento do problema, e não deteriorar o patrimônio das empresas como foi
feito, e não fazer o que fizeram dentro das empresas como foi feito.
E é por isso que esses dez
milhões e meio que aparecem é um “ratinho”, porque o resto é silêncio. Talvez
um dia se saiba aqui. Eu posso dizer com tranqüilidade que é muito mais do que
isso. Penso que a Administração fez
um grande negócio, entre aspas, ou uma grande chantagem, como queiram, porque a
Administração que não queria os doze centavos, de repente, colocava mais e mais
tarifa, foi ao “plus” tarifário, sem lei, porque era dona da verdade. Não sei
por que agredir, até o Fernando Henrique não tem nada a ver com a intervenção
desastrada do Sr. Olívio Dutra, mal-aconselhado, como foi colocado aqui, que,
também, mal-aconselhado que interveio nos pedágios. E agora a Justiça diz que
ele estava errado.
Não adianta bater no jovem
que lá estava colocando as suas posições. Irresponsabilidade
do PT causa prejuízo de dez milhões e meio aos porto-alegrenses. O jovem que apanhou não precisava ter
apanhado. Ele deveria elogiar a Administração por conseguir fazer um “negócio”
por dez milhões e meio. Foi bom para a Prefeitura! Todo o mundo sabe que era
muito mais! Também não acredito naqueles duzentos milhões que falavam.
Vejam V. Exas. que é a
primeira vez que falo sobre o assunto. Eu não vou querer ouvir aqui qualquer um
que chega e faz a sua aritmética ao seu gosto. Mas que foi um negócio, entre
aspas, foi um negócio, é verdade. Que houve pressão, que houve chantagem, eu
tenho toda a tranqüilidade. Ver. Luiz Braz, se quiserem fazer Comissão de
ética, façam-na, ou de ótica, também podem fazer. Estou dizendo, conhecendo,
mas falando parte apenas do que sei. Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: A Vera.
Sônia Santos está com a palavra em Grande Expediente, pelo tempo que lhe cede o
Ver. Eliseu Sabino.
A
SRA. SÔNIA SANTOS: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, diante das matérias publicadas em todos os
jornais, no dia de hoje, sobre esse acordo entre a ATP e a Prefeitura, no valor
de dez milhões e meio de reais, causa uma grande perplexidade na população.
Primeiro, porque o nosso
Prefeito Raul Pont traiu o Governador Olívio Dutra que, no último debate, na
eleição do ano passado, afirmou categoricamente que a Prefeitura não tinha
perdido na Justiça, inclusive havia ganho uma ação na Justiça com relação à
intervenção. O Governador Olívio Dutra mentiu. Mentiu e está provado em todos
os acórdãos, perdeu em todas as instâncias. Ora, para o PT, na eleição, vale
tudo! E, agora, o próprio PT desmascarou o Governador.
Segundo, a Câmara que, no
sistema democrático, é o ponto onde as discussões são feitas, não ficou sabendo
dos termos do acordo, em que circunstâncias foi feito, quais as condicionantes.
A população não participou de coisa alguma. Isso desagrada a todos nós, a toda
a população. Nós não estamos, aqui, discutindo a legalidade do acordo, mas a
legitimidade. E uma coisa nos surpreende, sobremaneira, é querer que a
população creia que esse dinheiro vai retornar na totalidade, em benefício da
população, porque ele não vai voltar. Ele não vai voltar em saneamento básico,
não vai voltar em esgoto, não vai voltar em água encanada, não vai voltar em
postos de saúde, não vai voltar em calçamento, não vai voltar em iluminação nem
em educação. Então, não adianta vir com essa conversa de que esse dinheiro vai
retornar à população porque é mentira. Esse é o preço da incompetência. Quem
vai pagar o preço? A população, o contribuinte. São feitos discursos e mais
discursos, mas, na hora, arde é no bolso do contribuinte os desmandos da
Administração Olívio Dutra. Ficou claro agora, com esse acordo, que nem o nosso
Governador Olívio Dutra e tampouco o PT lidam bem com a verdade, porque foi
dita uma coisa e hoje temos um novo fato. Durante dez anos a Prefeitura ficou
refém das empresas de transporte coletivo, sem licitação. E enquanto essa
dívida estiver sendo paga, são pelo menos mais quatro anos sem licitação.
Os nossos administradores
gostam de frisar que temos um dos melhores serviços de transporte coletivo do
País, mas não é por isso que vamos fechar os olhos diante de um acordo que
envolve dez milhões e meio de reais. Não penso que isso seja pouco. É uma
quantidade de dinheiro considerável.
O
Sr. Cláudio Sebenelo: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Esse acordo passou pelo
Orçamento Participativo?
A
SRA. SÔNIA SANTOS:
Desconheço a resposta.
Agora, na época da
intervenção o PT teve a ousadia, e isso o Ver. João Dib com certeza lembra
muito bem, de aludir que os administradores anteriores viviam em conluio com as
empresas de transporte coletivo. E o que vamos dizer agora, com essa atitude
que estamos vendo na Administração, que não se pode chamar de outra coisa senão
de uma atitude promíscua? Quais os termos que envolvem esse acordo que ninguém
sabe quais são? Muitas dúvidas ficam no ar. Esse Governo tem alguma coisa a
esconder porque está mentindo, quando mente tem coisa para esconder.
No dia 21 de abril o
Jornal Correio do Povo publicou matéria onde dizia que a Administração havia
sido condenada a pagar vinte e cinco milhões de reais às empresas de transporte
coletivo. Pergunto: o que foi dado em troca para que uma empresa de transporte
coletivo aceitasse receber menos da metade do valor que deveria receber só de
indenização por danos materiais? Pergunto ao nosso Prefeito Raul Pont: essa é a
razão da tentativa de aumentar o IPTU? Porque, desde o ano passado, estão sendo
feitas tratativas para este acordo e desde o ano passado, muito
sorrateiramente, era colocada a necessidade do aumento de IPTU. Quer dizer que
o contribuinte é quem vai, através do IPTU, pagar a dívida da incompetência, da
burrice, do erro de dez anos passados.
É muito bom que nós,
Vereadores, prestemos atenção quando formos votar esse Projeto, temos que saber
o que estamos votando. É bom que a população preste atenção em como será o voto
dos Vereadores, é bom que a população saiba quem mente, quem trai e quem fala a
verdade, porque haverá eleição no ano que vem. É bom que a população acompanhe
o comportamento do políticos hoje, aqueles que vão fazer a população pagar mais
caro por erro da Administração. As pessoas precisam prestar muita atenção para
isso, principalmente as Bancadas da Casa, para não serem usadas para tapar um
erro, um furo que o Governo fez, um desmando que onere a população. Tivemos a
manifestação do nosso colega Ver. Antonio Hohlfeldt, realmente, é urgente que o
Prefeito venha, sim, esclarecer os termos completos deste acordo para que
saibamos o que aconteceu na calada da noite, como disse a Vera. Clênia
Maranhão, na sexta-feira 13. É bom que saibamos, porque a população vai-nos
cobrar, somos representantes do povo.
Chamo a atenção de cada um
dos meus colegas, porque o que a Vera. Clênia Maranhão trouxe hoje a esta
tribuna é uma coisa que precisa ser referida. Vamos dar uma olhadinha para
trás: primeiro, houve a invasão da Assembléia Legislativa; depois, houve o
constrangimento dos Prefeitos que denunciaram o PRONAF; seguindo, houve a
agressão à RBS; hoje, espancam um militante da oposição que fazia sua
manifestação pacifica. Aonde vamos parar? Gostaria de encerrar com o texto de
um poeta paulista, Eduardo Alves da Costa, onde ele faz um apelo pela liberdade
e uma inigualável advertência às pessoas de bem sobre as práticas totalitárias.
Ele diz o seguinte: “Na primeira noite, eles se aproximam e roubam uma flor do
nosso jardim / e não dizemos nada. / Na segunda noite, já não se escondem/
pisam as flores, matam nosso cão / e não dizemos nada. / Até que um dia / o
mais frágil deles / entra sozinho em nossa casa / rouba-nos a luz / e,
conhecendo o nosso medo, / arranca-nos a voz da garganta / e já não podemos
dizer nada”. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Elói Guimarães está com a palavra em Grande Expediente.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, o debate sobre o transporte me autoconvoca. Eu
tive a oportunidade de ter uma rica experiência nessa área e gostaria de fazer
algumas colocações preliminares para que se conheça as motivações e razões que
se deram a partir de 1989.
O transporte no País, e em
Porto Alegre, viveu profunda crise nos anos de 1984 em diante e vem-se
agravando por vários fatores. O primeiro fator, e que contribuiu
significativamente para distensionar a questão do transporte, se chama
vale-transporte, que foi uma forma de diminuir o encargo ao passageiro.
Eu tive a grata
oportunidade de, durante um ano, ser Secretário dos Transportes da
Administração Alceu Collares. Eu realizei algumas coisas, trabalhei muito
naquela área. Naquele período em que o Governo Alceu Collares dirigia a
Prefeitura de Porto Alegre se dizia que a tarifa era um roubo, que o transporte
tinha que ser encampado. Eu participava de todas as reuniões; se há um
secretário de transportes na história de Porto Alegre que, chamado, comparecia
em todas as reuniões... eu participei de reuniões em bairros, na Restinga,
reunindo quantidade de pessoas debatendo sobre o transporte. Debatendo todos os
assuntos de transporte. Fazia da forma mais aberta possível. Se dizia que a
tarifa era um roubo e passou a se “ideologizar”, vejam bem, a questão do
transporte em nossa Cidade. Por quê? Porque a frota estava envelhecendo. Não
havia remuneração para o transporte coletivo. Eu vou apenas dar um dado, um
dado que o Ver. João Dib conhece muito e a maioria dos Vereadores também, que
se chama IPK. Vocês sabem com que IPK trabalhava a Secretaria no meu período?
Quando cheguei, com 3,5% e quando sai, com 3,6%. Hoje não se trabalha mais com
esse IPK. Não quero, aqui, fazer afirmação de que se manipula IPK,
absolutamente não, mas o IPK é menos que 3,0%.
A partir de um determinado
momento, se passou a remunerar o transporte. Mas, então virou assunto
“ideologizado” e serviu às campanhas políticas. Isso é público e notório. Estou
dizendo o óbvio aqui. Então foi “cavalo de batalha” em Porto Alegre a questão
do transporte coletivo. Isso foi se deteriorando. O que se dizia nas campanhas?
Nos cobravam, dizendo: tem que encampar. Se não encampa, está comprometido com
o empresário. Eram aquelas cobranças, muitas delas selvagens. Encampa o
transporte coletivo, porque isso é um roubo. A tarifa é um roubo. Conversa para
“boi dormir”. Conversa para “boi dormir” se ganhar a eleição. “Ideologizou-se”
a questão do transporte, a tarifa. Vieram as eleições e o Partido dos
Trabalhadores ganhou as eleições. Tinha um compromisso de palanque que
precisava resgatar. Precisava bater no empresário.
O
SR. PRESIDENTE: Ver.
Elói Guimarães V. Exa. tem mais três minutos. para completar os oito minutos.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Então
assume a administração o Partido dos Trabalhadores o que faz? Tinha que dizer à
população que o transporte era um roubo, fazer o quê? Diante de um pedido feito
pelas empresas, fazer o confronto, foi o que foi feito, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, em função do que, se dá a intervenção no transporte coletivo. E
lembro na oportunidade de chamar a atenção, no sentido de advertência, no
sentido de colaboração ao então Ver. Flávio Koutzii. Eu disse, “olha, Flávio,
dá uma olhada nesta questão que está mal encaminhada”. Então, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, se fez a intervenção, um ato absolutamente temerário.
Eu tive a oportunidade,
num determinado momento, de denunciar o “plus” tarifário, porque após a
intervenção o que acontece? O sistema entrou numa situação insustentável, então
o que faz o Governo Municipal? Faz o “plus” tarifário, aumenta a tarifa
ilegalmente, mas do ponto de vista de salvar o sistema é perfeito.
Indiscutível, a medida, até eu dizia, na época, quando se discutia, que tinha
que fazer alguma coisa. Então se embutiu o denominado “plus” tarifário, do
ponto de vista da lei, absolutamente ilegal, não tinha Lei, eu denunciei isso,
discuti este assunto. Mas do ponto de vista econômico, tinha que fazer, porque
senão Porto Alegre entrava no caos, no verdadeiro caos.
Então, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, esta é a razão, esta é a grande verdade e eu faço com absoluta
transparência e espontaneidade. Não estou aqui fazendo críticas, se não fazendo
um diagnóstico que a meu entender é irretocável, porque efetivamente foi isso o
que aconteceu. Agora, veio a ação, se desenvolveu, eu não sei qual é o valor
que foi apurado em sentença e execução de sentença, se é que foi. Agora, a
verdade é que a Prefeitura perdeu esta ação. Mas todo o recurso que a
Prefeitura puder diminuir, eu acho positivo, desde que esta diminuição não
corresponda a comprometimentos, porque nós sabemos o que é a figura do
permissionário perante o órgão gestor, perante a autoridade, via de regra, ela
atende aos apelos da autoridade, porque precisa da concessão. Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, fica aqui a nossa manifestação para dizer que, na realidade,
essas são ocorrências que temos que registrar. Eu sempre disse que quem paga a
conta dos atos da autoridade, dos nossos atos é o povo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Sr.
Gilberto Batista está com a palavra em Grande Expediente.
O
SR. GILBERTO BATISTA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, tenho sempre vários assuntos sobre a Cidade para
tratar aqui, sobre as coisas que acontecem em Porto Alegre. Cada vez que chego
a esta Casa, deparo-me com fatos ocorridos que me preocupam. Hoje preocupa-me o
ato inconcebível e violento praticado ao cidadão, não digo nem a um militante
de qualquer partido, mas de um cidadão que tentou, nesta tarde, expressar a sua
vontade, o seu pensamento em desconformidade com assuntos relacionados a Porto
Alegre, especificamente a esse acordo firmado entre a Prefeitura de Porto
Alegre e a ATP. Barbaramente, esse cidadão foi atacado, apanhou e nos
deparamos, senhores porto-alegrenses que nos assistem neste momento, com a
preocupação deste Vereador e de outros Vereadores, porque estamos à porta das
eleições do ano 2000 e preocupa-me, Coronel-Vereador Pedro Américo Leal, a
violência que o PT está praticando na Cidade de Porto Alegre. Foram pessoas
ligadas ao Partido dos Trabalhadores que praticaram esse ato de violência. Esta
preocupação, Sr. Presidente, é tão grande, que nos assusta fazer campanha para
o ano 2000. Dá para imaginar qualquer Vereador sendo agredido, daqui a alguns
dias, por tentar manifestar seu pensamento, tentar fazer o seu trabalho
parlamentar, o seu trabalho político? Sr. Presidente, é muito grave o que
aconteceu hoje, na Cidade de Porto Alegre. Esperamos que a Presidência dos
Direitos Humanos desta Casa, assim como a Presidenta dos Direitos Humanos da
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, Deputada Maria do
Rosário, que foi uma excelente Vereadora desta Casa, possam apurar os fatos
ocorridos nesta tarde, em Porto Alegre, quando um cidadão que estava externando
seu pensamento, foi impedido por agressões.
O
Sr. Guilherme Barbosa:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Gilberto Batista, V.
Exa. afirmou, taxativamente, que a agressão ao Luiz Severo foi realizada por
pessoa do PT. Isso não é verdade! V. Exa. não viu! E eu reafirmo a V. Exa.:
isso não é verdade!
A
Sra. Clênia Maranhão: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para explicar que as
agressões feitas ao líder comunitário Severo, que fazia uma distribuição de
material político, foram feitas por uma pessoa que estava dentro da banca que
vende material do Partido dos Trabalhadores. Inclusive, tendo em vista às
agressões praticadas por ele, os populares chamaram a Brigada, ele correu e
escondeu-se dentro da banca que vendia material do Partido dos Trabalhadores.
Filiação, não posso dizer se ele possui, mas possui uma banca, na Rua da Praia,
inclusive ilegal, porque ninguém sabe quem autorizou aquela banca. Os outros
partidos não têm direito a isso; só o PT tem direito a ter uma banca partidária
lá. E a pessoa que agrediu brutalmente o líder comunitário estava dentro da
banca, vendendo material do Partido dos Trabalhadores.
O
SR. GILBERTO BATISTA:
Muito bem, Ver. Guilherme Barbosa, é evidente que V. Exa. tem razão, porque não
sabemos se a pessoa é filiada. Mas a investigação a ser feita poderá verificar
se ele é filiado ao Partido dos Trabalhadores. O que causa estranheza é uma
banca montada na Esquina Democrática e a pessoa que está lá dentro, ou que corre
para lá, não seja filiada ao PT, ou
não seja uma pessoa ligada ao Partido dos Trabalhadores.
O
Sr. Antônio Losada: V.
Exa. permite um aparte?
O
SR. GILBERTO BATISTA: Só
um momento Vereador, porque o meu tempo é curto.
Então, Ver. Guilherme
Barbosa, concordo com V. Exa., temos que apurar os fatos. As informações que
chegaram aqui é de que tratava-se de uma banca do Partido dos Trabalhadores
localizada na Esquina Democrática. Aliás, pergunto se essa banca não é ilegal.
Quem autorizou o funcionamento dessa banca? Ninguém? A Prefeitura poderia
explicar? Algum Vereador, algum assessor poderia explicar quem autorizou o
funcionamento daquela banca para vender os “bottons”, as camisetas do Partido
dos Trabalhadores? Por que não é direito de os outros partidos também fazerem o
seu espaço político na Esquina Democrática? .
O
Sr. Luiz Braz: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero lembrar a V. Exa. uma outra
agressão que aconteceu no Centro da Cidade: quando um brigadiano foi degolado,
o assassino também se escondeu dentro da Prefeitura Municipal, mas também não
era um petista.
O
SR. GILBERTO BATISTA:
Obrigado, Ver. Luiz Braz.
Gostaria de saber dos
assessores, aqui, que são competentes, evidentemente, quem autorizou o
funcionamento daquela banca. O pior, Ver. Fernando Záchia, é que nós,
Vereadores da oposição, poderemos estar fazendo campanha política, pregando a
nossa proposta e, de repente, em qualquer área de Porto Alegre, estaremos
sujeitos a sermos agredidos, porque do jeito que anda a coisa, não teremos mais
possibilidade de nos expressar politicamente na Cidade de Porto Alegre. Temos,
hoje, atuando, uma ditadura fascista, que quer, de qualquer modo, colocar a
violência antes do diálogo, da conversa. Diálogo e conversa que aqui os
Vereadores do PT pregam e utilizam, mas que os seus militantes, na rua, não
estão de acordo com os Vereadores que aqui nesta Casa representam o Partido dos
Trabalhadores. É lamentável que V. Exa., Vereador, que tem um passado de lutas
neste sentido, possa - não digo permitir - estar acomodado na sua tribuna e não
venha aqui relatar para nós o que aconteceu, como aconteceu e porque aconteceu.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exa.
não me deixa falar, não dá aparte.
O
SR. GILBERTO BATISTA: Agora
não vou dá-lo, porque V. Exa. não havia solicitado aparte.
Então, Sr. Presidente,
continuando meu raciocínio: é de nos preocupar essa violência que o PT tenta
implantar aqui em Porto Alegre, em todos os sentidos.
Não bastasse a violência,
agora nós temos um acordo que a Prefeitura de Porto Alegre...
O
Sr. Pedro Américo Leal: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Confesso que eu não sabia
desse incidente. Informou o Ver. João Dib que foi cerca do meio-dia. Agora,
deve ser apurado, porque V. Exa. está trazendo verdades que têm de ser não só
comprovadas como apuradas. Uma banca do PT vendendo propaganda do PT! Por que
do PT e não dos outros partidos? Uma agressão! De onde partiu tudo isso? Quem
planejou? Como começou? É preciso ser apurado. A Comissão de Segurança desta
Casa está com a palavra.
O
SR. GILBERTO BATISTA: E
vamos apurar, Vereador, porque não é para nós essa informação, é para a
população de Porto Alegre, que quer ter o seu direito constitucional, claro e
tranqüilo, de poder expressar o seu pensamento. Onde é que nós estamos? Não
estamos em Cuba! Estamos na Cidade de Porto Alegre, onde temos, a favor, a
nossa Constituição, e nesta Constituição nós temos o espaço reservado para
externar o nosso pensamento político. Então, deixo aqui, ao Presidente da
Comissão de Direitos Humanos desta Casa, e também farei um ofício para a
Presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia, Deputada Maria do
Rosário, para que possamos investigar e dizer, com a maior tranqüilidade e
transparência, à população de Porto Alegre, o que está acontecendo. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr.
Presidente, as Lideranças da Casa acordam que entremos imediatamente na Ordem
do Dia e votemos o PLE nº 012/99, PLE nº 013/99, PLE nº 014/99 e PDL nº 015/99.
Solicito a V. Exa. que consulte o Plenário para verificar se podemos,
imediatamente, entrar na Ordem do Dia e cumprir o roteiro traçado pelas
Lideranças.
O
SR. PRESIDENTE: Antes de
colocar em votação o seu Requerimento, o Ver. Luiz Braz está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Nereu D’Ávila, Presidente desta Casa, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
Senhores, Senhoras, eu quero-me reportar a algumas atitudes fascistas e quero
que o Plenário possa comprovar esse fascismo.
Ver. Pedro Américo Leal,
quando a Vera. Sônia Santos, aqui, nesta tribuna, falava da agressão sofrida
pelo Severo, militante do PMDB, dizendo do seu sofrimento e do seu trabalho em
prol da comunidade, eu olhava para algumas figuras do PT que estavam sorrindo, zombando
da dor que a Vereadora transmitia em suas palavras, a dor sofrida por um
militante do PMDB e pela democracia. A democracia está sendo ferida, a
democracia está sendo atacada. E eu me lembrava de um livro que eu li, há algum
tempo, na época da ditadura, intitulado: “O Riso dos Torturadores”. Realmente,
é muito fácil para as pessoas que torturam, que agridem, que atacam, que mentem
e escondem a verdade, rir e zombar de tudo. É muito fácil um Vereador da
Bancada situacionista vir nesta tribuna e dizer que dez milhões de reais para a
população de Porto Alegre não é nada, é um “ratinho”, é uma porcaria! Por quê?
Porque o Partido a que pertence esse Vereador está acostumado a fazer
negociações com essas pessoas, envolvendo milhões, e que não são declarados por
aqui. Querem-me dizer que depois dessa sentença, que havia sido anunciada já há
alguns meses, que estaria por volta de vinte e cinco milhões de reais - isso
foi declarado, Ver. Pedro Américo Leal, todo mundo ouviu -, depois que os
empresários tinham esse ganho já acertado, simplesmente aceitaram fazer um
acordo de dez milhões de reais porque gostam muito do PT?
Esses dez milhões de reais
não é um “ratinho”, Vereador, é quase tudo o que o PT gasta na Capital para
divulgar o Orçamento Participativo. Gasta em torno de treze milhões de reais
para divulgar as mentiras do Orçamento Participativo. Dez milhões de reais é um
décimo, praticamente, do que se gasta para as obras durante um ano todo em
Porto Alegre. E vem aqui um Vereador do PT e diz que isso é um “ratinho”, que
isso é uma porcaria, não vale nada. Dez milhões de reais! Eu não sei, na
verdade, baseado em que o Vereador petista veio aqui a esta tribuna falando que
isso era um “ratinho”, porque dez milhões de reais, na minha Matemática,
significa muito dinheiro.
Eu quero, mais uma vez,
Vera. Clênia Maranhão, lamentar o fato de continuarmos aqui neste Plenário
enquanto um companheiro nosso foi agredido lá fora; quero lamentar o fato de
continuarmos aqui enquanto a democracia está sendo atacada deste modo covarde.
Este espaço que estamos usando aqui, Vera. Clênia Maranhão, é um espaço que
devemos utilizar lá na Esquina Democrática, onde nosso companheiro foi
agredido, onde a democracia foi agredida, onde covardes atacam de forma a não
permitir qualquer tipo de reação! Porque sei que quem agrediu chamou o Severo,
e, sem que ele suspeitasse, fez o ataque, na base da covardia, e nós devemos ir
lá, quem sabe para sermos agredidos também. Mas, afinal de contas, se eles já
agrediram tantas pessoas; se eles já agrediram a filha da Sônia, funcionária
desta Casa, durante a campanha eleitoral do ano passado; se eles já agrediram
tantas pessoas, por que também nós não poderemos ser agredidos lá na Rua da
Praia? Mas a mim, não metem medo. Estou nesta Cidade ou em qualquer lugar, a
mim não metem medo, podem continuar com as agressões, podem me agredir, não me
metem medo. O que me mete medo é essa gente continuar governando esta Cidade e
este Estado. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila):
O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. GUILHERME BARBOSA:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é sem dúvida uma tarde muito quente, mas nós
precisamos lembrar a história de dez anos atrás quando, em fevereiro daquele
ano, a Associação dos Transportadores de Passageiros desta Cidade encaminhou um
ofício ao Sr. Prefeito dando a data: se não houvesse reajuste na tarifa, iria
parar os ônibus.
Nós temos autoridade e
jamais iríamos aceitar um xeque-mate como esse. Sem que quiséssemos, obrigados pela aquela Associação, usando um
instrumento legal da Constituição Federal, interviemos no transporte coletivo
desta Cidade, que tinha uma frota com a idade média de quase nove anos e poucos
horários eram atendidos. Interviemos sim, com o apoio do Secretário de
Transporte da época, Ver. Antonio Hohlfeldt, que depois teve algumas
divergências, é verdade. Quando a coisa apertou, ele saiu rapidamente, é
verdade, mas teve o apoio do Secretário dos Transportes. E, ao longo do processo,
esse sistema está completamente conhecido pela Prefeitura e dominado pela
Prefeitura. Hoje é um dos melhores transportes coletivos deste País. A idade
média desses ônibus não ultrapassa quatro anos e meio; a tarifa é uma das
menores deste País, enquanto o salário dos motoristas e dos cobradores só
perdem para São Paulo, que tem uma das maiores tarifas do País. Conluio? Que
piada de conluio é essa? Temos um transporte de alta qualidade e agora já há
ônibus com ar-condicionado e uma das menores tarifas do País. Mas que conluio é
este?
Eu sinto que a oposição
“chutava números” e continua “chutando”. Veio o Ver. João Dib dizer: “Não é
esse o número”. Eu perguntei: “Qual é?” E ele não disse e nem vai dizer, porque
ele não sabe. O Juiz não calculou, o Juiz mandou calcular: vinte e um milhões.
Quem disse que era isso? De onde saiu esse número? Eles vieram de duzentos
milhões para cem milhões; agora surgiu vinte e um milhões. O número é esse,
eles ganharam algumas ações, nós ganhamos outras ações, sobraram seis milhões
de reais. E como eles não conseguem trabalhar com seis milhões, agora eles
inventaram que é dez e meio. Não! É seis milhões de reais em quatro anos, que
dá um milhão e meio por ano; cento e vinte e cinco mil reais por mês, que
novamente serão transferidos, todos, para o sistema de transporte coletivo da
Cidade, aumentando a sua qualidade de novo. Isso é que dói na oposição: o
transporte controlado, de qualidade, a tarifa das menores do País e a sua
qualidade cada vez maior.
Cento e vinte e cinco mil
no transporte, mais uma vez, melhorando a qualidade. Dói na oposição, dói
muito.
Com relação à agressão
sofrida por Luiz Severo, nós somos absolutamente contra. Não foi militante do
PT, somos contra!
É bom lembrar que alguns
dos que vieram aqui falar nisso, seus partidos apoiaram a ditadura militar, que
matou gente, exilou gente e torturou gente.
Alguns dos que vieram aqui
falar nos batiam muito com porrete e com corrente nas assembléias sindicais e
nas assembléias das associações comunitárias.
Cinismo aqui, não; não vai
passar em branco. Muitos dos que vieram aqui falar, grupos militantes que se
diziam de esquerda, nos batiam.
Nós somos contra isso! Não
foi militante do PT e, se for - volto a afirmar: não foi - vamos tomar as
nossas medidas. Não vamos aqui querer confundir a população de Porto Alegre.
Apoiadores da ditadura,
apoiadores da morte nos cárceres da ditadura, que torturou gente, matou e
exilou gente, agora são defensores do povo contra a violência. Continuam
praticando a violência da fome e da exclusão, e na questão do transporte vêm
aqui aplicar outra inverdade. Nós temos uma lei aprovada nesta Casa. Se viermos
a ter a bilhetagem eletrônica, nenhum emprego será perdido, porque ele está
aqui colocado.
Vamos parar com
inverdades: foi um grande acordo feito e, novamente, esta Cidade vai ganhar. O
nosso transporte coletivo vai, mais uma vez, melhorar de qualidade. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Sr.
Presidente, adendando o Requerimento do Ver. João Dib, eu gostaria de propor a
seguinte seqüência para a discussão dos projetos: PLE nº 012/99, PLE nº 013/99,
PLE nº 014/99, PDL nº 015/99 - conforme Requerimento do Ver. João Dib -,
seguindo-se, depois: PR nº 038/99, PR nº 039/99, PR nº 040/99, PR nº 042/99 e
PR n º 044/99.
O
SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu estou há mais tempo me manifestando
porque eu quero fazer uma Comunicação de Líder.
O
SR. PRESIDENTE: Antes,
Ver. Reginaldo Pujol, de sua manifestação, eu colocarei o Requerimento do Ver.
João Dib para que entremos no período da Ordem do Dia.
Em votação o Requerimento
do Ver. João Dib, complementado pelo do Ver. Guilherme Barbosa. (Pausa.) Os
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, mas com a ressalva, Ver. João Dib, de que o Ver.
Reginaldo Pujol havia solicitado tempo para uma Comunicação de Líder antes da
discussão dos projetos. E a Bancada do PFL não pode ser prejudicada.
O
SR. DÉCIO SCHAUREN (Requerimento): Sr.
Presidente, enquanto V. Exa. estava encaminhando a votação, eu queria adendar
que nós votássemos a Moção de Apoio à COOTRAVIPA, já que os trinta e três
Vereadores desta Casa assinaram a seu favor na sexta-feira.
Eu sugiro, inclusive, se
as Lideranças concordarem, que aprovemos essa Moção sem encaminhamento, pois o
assunto já foi bastante debatido numa Sessão anterior. Requeiro que
oficializemos o que os Srs. Vereadores já assinaram na sexta-feira.
O
SR. PRESIDENTE: Vejo que
os Líderes, presentes no Plenário, acenam com a cabeça que sim. APROVADO o Requerimento. Então, no que
entrarmos na Ordem do Dia, será votada a Moção, rapidamente, pois temos muitas
matérias importantes para vencer.
O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, nós observamos essa discussão que se instalou na
Casa em função dos incidentes ocorridos na Esquina Democrática, cujos relatos,
que nos são trazidos por colegas que assistiram aos acontecimentos, são
extremamente desagradáveis, para não dizer estarrecedores.
Toda vez que vozes se
levantam nesta Casa, denunciando situações como essa, surge um discurso de que
falta autoridade para algumas pessoas para cobrarem da tribuna o respeito aos
direitos humanos em função de que no passado tivessem apoiado o movimento
político-militar que se instalou no País, em 31 de março de 1964.
Eu quero dizer que no dia
31 de março e no dia 1º de abril, em qualquer das circunstâncias, o que releva
é que eu fui uma das pessoas que estive solidário com o movimento de 31 de
março. Não tenho por que me arrepender, e até temo, se continuar essa situação
que se instala no País com a intolerância caminhando dia-a-dia e hora-a-hora,
se daqui a alguns dias não tenha aqui, não mais o jovem da época, mas o homem amadurecido
pelo tempo tenha que clamar por situações assemelhadas diante do fato de que
está-se estabelecendo um regime especial, em que até espaços públicos - que ao
longo do tempo tansformaram-se em verdadeiros símbolos da convivência
democrática -, sejam pontos de agressão
e de atos absolutamente incompreensíveis, numa Cidade que se proclama, pelos
meios de comunicação em matérias pagas, como sendo a Capital da Cidadania. Que
capital da cidadania é essa, onde o cidadão não tem o direito de colocar livremente
as suas posições e, ao colocá-las, é violentamente espancado como foi esse
Líder comunitário, o Severo? Conforme informações que nos chegam de fonte
fidedigna, encontra-se com risco, inclusive, de ter determinadas funções
extremamente debilitadas, senão comprometidas, tamanho foi o rigor da agressão
de que foi vítima na Esquina Democrática, entre aspas.
Que Esquina Democrática é
essa, onde só se pode falar a respeito das posições dominantes na Cidade, que
agora estão sendo mantidas na base da agressão, da repressão e, sobretudo, da
covarde posição de pegar uma pessoa fisicamente enfraquecida, como, sabidamente
é o Severo, e coibir a sua ação pela violência desenfreada, com a qual não
podemos conviver?
Então, não se diga que os
saudosistas da ditadura dos anos de chumbo estejam revertendo suas posições.
Não estamos. Tivemos possibilidade, inclusive, de, naquele momento em que
predominavam neste País posições que politicamente eram por nós aceitas e
defendidas, em inúmeras ocasiões, repelirmos as agressões, as demonstrações de
força como absolutamente inaceitáveis dentro do ponto de vista pessoal e dentro
das nossas convicções.
Então, temos autoridade
moral, sim, para protestarmos com vigor nessa hora, clamando, inclusive, Ver.
Hélio Corbellini, que a Comissão que V. Exa. preside - V. Exa. que é um
socialista, que foi um homem que não comungou com o movimento de 31 de março,
com autoridade que ninguém pode negar - seja acionada para apurar devidamente
essa demonstração de intolerância que não pode ser acobertada, que não é uma
simples disputa político-partidária, que é, isso sim, aquilo que pode ser
definido como uma demonstração de intolerância, que não pode ocorrer numa
Cidade que quer ser reconhecida como a Capital da Cidadania.
Nós que queremos uma Porto
Alegre Cidadã, efetiva, protestamos contra a violência que se estabeleceu. E,
agora, lamento, sob a proteção de um dos partidos políticos de grande
respeitabilidade, o Partido dos Trabalhadores, que tem maioria nesta Casa, e
que, ao que parece, por um discurso não muito bem colocado, procura, até mesmo
justificar essa agressão covarde, vil, que desfigura, deslustra, compromete, e
mais do que tudo, torna nula qualquer tentativa de se fazer a respeito da
qualidade, da vivência democrática nesta Cidade. Esta Cidade, no dia de hoje,
voltou às trevas. A maior intolerância, a máxima das intolerâncias é a
intolerância política, que é o início de todos os males, que muitos não
entendem, mas certamente entenderão se refletirem um pouco mais, que de
intolerância em intolerância, chegaremos a situações extremas. E aí, nas
situações extremas, algum dos lados vai ser prejudicado. Não queremos o
prejuízo de ninguém, queremos a possibilidade de nesta Cidade, que quer ser a
Porto Alegre Cidadã, que os cidadãos exerçam a sua cidadania, protestem quando
entenderem que devem protestar e tenham os seus direitos respeitados. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador. )
O
SR. PRESIDENTE: Apregoamos
a Emenda nº 2 ao Projeto de Resolução 40/99.
Esta Emenda, aos Srs.
Vereadores que não assistiram à reunião das lideranças, diz respeito a um
consenso, Ver. João Dib. Um consenso no sentido da progressão do nível 1 para o
nível 2, de todos os Serviços Gerais da Casa, por força da terceirização, para
não haver prejuízo para os funcionários. Foi um consenso assinado pelas
Lideranças.
Havendo quórum, passamos à
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação Requerimento nº 176/99, de autoria do Ver. Décio Schauren. Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Comunicação): Comunico
à Mesa que um grupo de Vereadores vai participar, neste momento, de um ato na
Rua da Praia, em defesa democracia e
contra a violência.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2356/99 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 012/99, que cria e extingue cargos de provimento
efetivo na Administração Centralizada do Município e dá outras providências. Urgência.
Parecer-Conjunto:
- da CCJ,
CEFOR, CUTHAB E COSMAM. Relator-Geral Ver. Cláudio Sebenelo: pela aprovação
do Projeto.
Observação:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, III da LOM.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão PLE nº 012/99. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, estamos discutindo o Projeto que cria e extingue
cargos de provimento efetivo da Administração Centralizada do Município e dá
outras providências. “Técnico em radiologia. São criados na Administração
Centralizada do Município os seguintes cargos de provimento efetivo e que
passam a integrar a letra “A” do anexo primeiro da Lei n.º 6309, de 28.12.68.
Grupo Técnico Profissional. Técnico em radiologia nas referências A, B, C, e D,
75 cargos”.
O Sr. Prefeito Municipal
encaminha à Câmara, Ver. João Dib, uma Exposição de Motivo, em que ele busca
justificar essa criação de cargos, dizendo: “Pretende-se com o presente Projeto
de Lei inserir a classe de cargo de Técnico em Radiologia no grupo técnico
profissional, atribuindo-lhe o padrão 7, e modificando a especificação da
classe, pois para o exercício das atribuições passará a ser exigido o diploma
de curso técnico. Assim como é estabelecido para as demais classes de cargos
que integram esse grupo e que atualmente prevêem como requisito instrução
formal e habilitação legal para o exercício da profissão de técnico”.
O
Sr. João Dib: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Reginaldo Pujol, eu
creio que o Projeto está muito bem-elaborado e faz justiça ao Presidente Nereu
D’Ávila que havia proposto anteriormente a troca dos nomes para acertar a
condição dos técnicos em radiologia. Eu penso que não há muito o que discutir,
e o Parecer do nobre Ver. Cláudio Sebenelo esclarece perfeitamente.
O
SR. REGINALDO PUJOL: É
evidente que com os esclarecimentos do Ver. João Dib ficam mais claro ainda, se
lermos no Projeto, onde no seu art. 5º, diz o seguinte: “Os funcionários efetivos
ocupantes dos cargos extintos no art. 1.º dessa Lei, serão aproveitados nos
cargos de Técnico de Radiologia criados pelo art. 2.º”. É evidente, Ver. João
Dib, que V. Exa. consegue com seu aparte tranqüilizar este Vereador que
sabidamente busca sempre discutir as matérias que passam por aqui, para que, no
futuro, não possa e não deva se arrepender de qualquer voto que venha a
oferecer nessa ou naquela matéria. V. Exa. tem uma vitória pessoal da
Presidência que, ao longo do tempo, vem batalhando com projetos nesse sentido,
que foram apoiados por nós nesta Casa, que receberam a nossa aprovação, e que,
depois, alguns foram objetos de veto do Sr. Prefeito Municipal, alegando um
vício de iniciativa. Agora a iniciativa é formalmente do Sr. Prefeito Municipal,
mas, de fato, a iniciativa é de V. Exa. que madrugou nessa luta, conseguiu
sensibilizar a Casa, e agora vem a oportunidade de corrigir-se o problema
formalmente. Esclarecidos esses fatos, estamos aqui tranqüilamente prontos a
somar entre aqueles que vão propiciar que, de maneira muito formal, esse
assunto seja definitivamente enfrentado com aprovação desse Projeto de Lei que
foi encaminhado à Casa hábil e tempestivamente, que mereceu um tratamento
especial em sua tramitação e que agora se encontra em condição de ser votado.
O PFL, por óbvio, vai
votar a favor para que se corrija essa anomalia que tem sido motivo de tamanho
interesse do Presidente da Casa, Ver. Nereu D’Ávila, e por que não dizer de
toda esta Casa que, sistematicamente, por sua maioria, tem acompanhado o
Vereador-Presidente nessa jornada.
Votaremos na oportunidade,
quando assim formos chamados, de forma afirmativa, dizendo “sim” à proposição
do Sr. Prefeito, repito, decorrente de larga e justa luta desenvolvida pelo
Ver. Nereu D’Ávila, que foi o pioneiro, impugnar pelas correções que agora se
celebram e se concretizam. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação o PLE nº 012/99 (Pausa) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa) APROVADO.
Solicito ao Sr. 1º
Secretário que proceda à leitura da Emenda nº 1, aposta ao PR nº 39/99, que
será posteriormente votado, assinada pelo Ver. Cláudio Sebenelo e pelo Ver.
Guilherme Barbosa.
O
SR. 1º. SECRETÁRIO: (Lê
a Emenda nº 1 ao PR nº 039/99 - Proc. 2455/99.)
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2357/99 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 013/99, que cria cargos de provimento efetivo na
Administração Centralizada do Município e dá outras providências. Com Emenda nº 01. Urgência.
Parecer-Conjunto:
- da CCJ,
CEFOR, CUTHAB E COSMAM. Relator-Geral Ver. João Dib: pela aprovação do
Projeto e da Emenda nº 01.
Observação:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, III da LOM.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão o PLE nº 13/99. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra,
para discutir.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, este Projeto de Lei ingressou na Casa no dia 28
de julho de 1999. Por conseguinte, ele não está tramitando nem 30 dias.
O Ver. João Dib, que,
sabidamente, é um dos mais zelosos integrantes desta Casa, muito cedo
diligenciou em pedir urgência para o Projeto de Lei, e esta urgência foi votada
e aprovada por este Legislativo. E não se diga que o Ver. João Dib é um homem
afobado, não se diga que é um homem apressado, que é um homem que costuma
promover esta urgência tão grande em matérias que por aqui tramitam. Esta Casa
tem, na Ordem do Dia, situações que há seis meses estão esperando para serem
votadas e não o são. Mas esta matéria recebeu, do zeloso Ver. João Dib, esse
cuidado e esse regime excepcionalíssimo de, em menos de 30 dias, ingressar na
Casa, ser apregoada na Convocação Extraordinária, que fizemos no mês de julho,
ir para a Procuradoria, receber Parecer, retornar ao Plenário, correr Pauta e,
logo em seguida, merecer o pedido de urgência e, evidentemente, com a audiência
conjunta das Comissões. Isto ensejou que o próprio Ver. João Dib produzisse
este extenso parecer, que não é da sua tradição - o Vereador só costuma dizer
que é legal e regimental e pede a tramitação. Desta vez, fez um extenso
comentário sobre os objetivos do Projeto de Lei e, ao final, pediu a aprovação
do Projeto juntamente com a Emenda nº 1 do Relator, por serem legais,
regimentais e orgânicos. O que diz a Emenda do Ver. João Dib, que levou o
número um, como Emenda de Relator, ela estabelece que "art. 3º - As atuais
cartas-contrato firmadas para a área da saúde extinguir-se-ão ao término do
prazo de vigência, sem renovação possível, devendo novos atos de admissão de
pessoal ser justificados e enviados à Câmara Municipal na data de publicação
dos mesmo no Diário Oficial de Porto Alegre, para apreciação.
§ 1º - O Legislativo
Municipal terá o prazo máximo de 15 (quinze) dias para deliberar sobre a
matéria.
§ 2º - Desaprovados os
atos de admissão, a Câmara Municipal dará conhecimento ao Executivo Municipal,
que fará cessar os efeitos dos respectivos atos no prazo máximo de 10 (dez)
dias contados do recebimento da comunicação".
Esta é a Emenda do zeloso
Ver. João Dib, do Ver. João Dib que fez com que o Projeto andasse celeremente
nesta Casa, com condição de ser votado no dia de hoje.
Então, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, vim à tribuna para dizer o seguinte: posso votar
favoravelmente a este Projeto, mas gostaria de ouvir uma palavra que me
tranqüilizasse, que aprovado este Projeto, nós, depois, aprovaríamos também a
Emenda nº 01, porque entendo que, no mínimo, essa forma desassombrada com que o
Ver. João Dib se lançou para garantir que, num tempo recorde, essa matéria
viesse a ser aprovada, deve ser complementada com a cautela que ele introduz no
Projeto, com a redação que oferece ao artigo 3º, que determina a renumeração
dos demais.
Evidentemente, o Partido
dos Trabalhadores, que detém a maioria dos votos desta Casa, ou pelo menos é a
parte mais expressiva, deveria - e eu recomendo que assim o faça - oferecer a
nós outros, mortais, das pequenas bancadas, a segurança de que poderíamos votar
favoravelmente ao Projeto para, logo depois, em conjunto com toda a Casa,
também votar a favor da Emenda do Ver. João Dib que, no meu entendimento,
enseja a tranqüilidade e a segurança de que nós não estejamos promovendo outra
coisa senão a de dar ao Executivo Municipal condições plenas de incrementar os
seus programas e atividades com a segurança de que não o fará eternizando o
sistema que tem sido, ao longo do tempo, tão fustigado pelo autor da Emenda, o
ilustre Ver. João Antônio Dib.
Estou aberto para votar a
favor, mas gostaria de ter a segurança de que, em votando a favor, o esforço do
Ver. João Dib seria complementado adequadamente com a aprovação da sua Emenda.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação o PLE nº 13/99. (Pausa.) O Ver. João Dib está com a palavra para
encaminhar, pelo Bancada do Partido Progressista Brasileiro.
O
SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, este Projeto que não tem mais do que vinte dias
de tramitação, não tem apenas a sua história consolidada nesses vinte dias.
Talvez em vinte meses, talvez em duzentos e vinte meses, tanto é o tempo que
nós reclamamos, desta tribuna, o excessivo e abusivo uso da carta-contrato de
parte de Sua Excelência o Sr. Prefeito Municipal e o Secretário Municipal de
Saúde.
Nós, Vereadores, temos a
responsabilidade sobre as coisas da saúde. Nós não queremos que ela ande mal.
Estamos votando com a seriedade, com a responsabilidade e a honra de quem quer
solucionar um problema que deve ser solucionado. Nós colocamos, aqui, uma
emenda que repete a Lei nº 7770 de autoria de S. Exa. o Sr. Prefeito Municipal.
Se houver necessidade de cartas-contrato elas serão feitas, sim, mas a Câmara
vai dar a última palavra. Nós não podemos ser bonecos do Executivo, que usa de
forma indevida a legislação existente, no caso a Lei nº 8666 e a Lei nº 7770.
Quando usava a Lei nº 8666 e fazia contratos improrrogáveis de 180 dias, os
prorrogava por três, quatro ou cinco vezes. Prorrogava até antes de terminar um
contrato, pois o outro já estava sendo iniciado, provavelmente pagando duas
vezes. Fazia cartas-contrato para não chamar médico classificado em terceiro
lugar, porque se chamasse o terceiro, o segundo, que estava no Canadá, passaria
para o fim da fila. Então é preciso seriedade, é preciso responsabilidade e
também dignidade.
Nós vamos aprovar o Projeto, sim. A minha Bancada está ali, inteira. Não sei se o PT vai aprovar a Emenda, mas, evidentemente, nós não vendemos dignidade, honra nem seriedade, mas temos. Se não for aprovada a Emenda eu vou continuar no Ministério Público, mas, agora, com uma prova de que há, realmente, de parte do Prefeito, a vontade de “marketing”, de dizer ao povo de Porto Alegre que está criando mais oitocentos e onze cargos na Saúde para fazer, no “Cidade Viva”, a mentira de uma cidade que não é tão viva, de uma cidade que não é bem dirigida, de uma cidade que usa mal os recursos da população. Mas os recursos servem para trazer apaniguados, que repetem os seus contratos, três, quatro, cinco, seis vezes. Eu não estou dizendo nada que não tenha sido assinado pelo Sr. Prefeito, porque este é o meu feitio; quando eu acuso, eu trago o documento. Foi por isso que, quando falei da montanha que pariu o ratinho, eu não disse que o gato ficou dentro da montanha. Espero que aqui não ocorra a mesma coisa. Nós votaremos, sim, pela aprovação do Projeto e espero que tenham os demais a dignidade de aprovar a Emenda, porque esta Casa já aprovou esta Emenda na Lei nº 7770, de autoria de S. Exa. o Sr. Prefeito. Saúde e paz.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação o PLE nº 13/99. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Em votação a Emenda nº 01
aposta ao PLE nº 13/99. (Pausa). Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) REJEITADA.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2358/99 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 014/99, que cria cargos do Magistério Público
Municipal na Administração Centralizada do Município e dá outras providências. Com Emenda nº 01. Urgência.
Parecer-Conjunto:
- da CCJ,
CEFOR, CUTHAB E CECE. Relator-Geral Ver. João Dib: pela aprovação do
Projeto e da Emenda nº 01.
Observação:
-
para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, III da LOM.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão Projeto de Lei do Executivo nº 14/99. (Pausa.) Com a palavra o Ver.
João Dib para discutir.
O
SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, sempre que a montanha parir um rato, é possível
que ainda reste um gato. Esta Casa discutiu, ao longo do tempo, e, graças a
Deus já está resolvido o problema dos auxiliares de enfermagem, enfermeiros e
médicos.
Discutimos, ao longo do
tempo, com S. Exa. o Sr. Secretário, reiteradas vezes, na Comissão de Saúde, a
necessidade de criarmos os cargos e nós os criamos, certos de que não se faria
a utilização da carta-contrato, que é desonesta.
O Tribunal de Contas afirma,
desde 1989, o uso abusivo de cartas-contrato por parte do Executivo Municipal.
Eu tenho um pedido de Inspeção do Tribunal de Contas e uma Ação no Ministério
Público.
Essa negativa da Bancada
petista de apoiar a Emenda proposta para evitar as cartas-contrato vai me dar
muito mais força no Ministério Público para mostrar que não há sinceridade,
seriedade e exação na Administração petista. O dinheiro do povo de Porto Alegre
pode ser usado na medida dos interesses da Administração petista. Agora, nós
temos outro Processo que também recebeu Parecer, da minha autoria, favorável e
apresenta também a mesma Emenda contida na Lei nº 7770, de autoria do Prefeito
Municipal e aprovada por esta Casa, mas não respeitada pelo Prefeito. Esta
Casa, antes de fazer leis, deveria fiscalizar o cumprimento da lei. O
Governador, o mesmo que fez a intervenção na Empresa de Transporte desta Cidade
- desastrosa intervenção - mandou para a Assembléia Legislativa um Projeto de
Lei, pedindo autorização para contratar, em emergência, 2.300 professores. O
Dr. Raul Jorge Anglada Pont não tem nenhum respeito pela lei, muito menos a sua
Bancada, porque o encobre sempre. Os Vereadores desta Casa não estão aqui para
apenas dizer sim ou não ao Prefeito, estão para fiscalizá-lo. Nós vamos fazer isso,
sim. Eu espero que haja seriedade na Mensagem do Prefeito que diz que tem
necessidade de professores em emergência e que, então, precisa criar 75 novos
cargos. E nós os estamos criando.
Agora, volto a dizer, da
montanha, não sai seriedade, não sai honra, não sai dignidade, não sai
responsabilidade, não sai a verdade - às vezes -, sai apenas um ratinho.
Ratinho terá sido o Projeto que aprovamos para resolver o problema dos
injustiçados. O gato ficou lá dentro querendo fazer cartas-contrato. Aqui nós vamos
aprovar mais cargos para professores? Será mais um ratinho! O gato fica dentro
da montanha da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Eu gostaria de saber se o
Orçamento Participativo também concordaria com essa barbaridade que é o
desmesurado uso, o irresponsável uso, o ilegal uso da carta-contrato. Mas o PT,
o PPS têm a palavra, porque os demais, sei que acompanharão o Projeto e a
Emenda. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLE nº 14/99.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, este Projeto, como os demais que votamos nesta
Casa, cria 45 cargos e também foi apreciado, por este Legislativo, com urgência
requerida pelo Ver. João Dib e nós o acompanhamos. É o Ver. João Dib que
ressalta, entre outras, “a referência ao acentuado crescimento da taxa
populacional em alguns bairros da periferia, além da realização de alguns
reassentamentos através do Departamento Municipal de Habitação, fatores que
contribuíram para que as demandas do ensino público municipal aumentassem.
Houve ainda a declarada construção de vinte e uma novas escolas destinadas ao
ensino infantil e fundamental”.
Destaque também para a
referência do rodapé, de que, “À exemplo da municipalização da saúde pode-se
antever que há uma forte tendência à municipalização do ensino”, o que indica
haver, desde já, uma sensível preocupação com o assunto por parte do Executivo
Municipal.
Cabe referir também a
justificativa de que a carência de professores impeliu o Executivo a realizar
contratações emergenciais (numa área costumeiramente não-realizada), levando a
reconhecer, entretanto, tratar-se de uma solução provisória, não aconselhável
na área do ensino pela descontinuidade que agora gera na relação
aluno/professor. Esta circunstância levou este Relator-Geral a apresentar
Emenda quanto à vigência das cartas-contrato”.
Repete-se, por
conseguinte, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a situação anterior. Temo que
aprovado o Projeto de Lei tenhamos repetida a posição que honestamente não
entendi, de que os votos petistas e seus aliados convirjam no sentido de
votarem contra a emenda. Então, quero dizer com toda firmeza que, em que pese
eu estar absolutamente frustrado com esta posição, em se tratando de contratar
professores para o Município, e para guardar, inclusive, coerência com o
discurso que tenho proferido ao longo do tempo, de que a educação tem que
deixar de ser uma prioridade da manifestação, e devemos partir para o ato, não
tenho a dizer outra coisa a não ser que vou votar a favor. E que aguardarei,
como uma medida até salutar, que se aprove também a Emenda do Ver. João Dib,
porque a luta do Ver. João Dib, para que a gente não transforme um instrumento
legal que o Município dispõe, e para o qual eu contribuí, que é o contrato
temporário, para que esse contrato temporário não fosse desfigurado, que
pudéssemos efetivamente utilizá-lo para aquelas situações em que há necessidade
de contratação temporária, e não casos como professores que têm que ser
contratados definitivamente, porque eles vão ser inseridos de uma vez por
todas, num contexto que o próprio Executivo confessa e que tende, felizmente, a
se acentuar com a progressiva municipalização do ensino fundamental na Cidade.
Progressiva municipalização, que se dependesse desse Vereador, se acentuaria
muito mais.
Acho que o Município em
qualquer circunstância é muito mais eficiente na educação dos habitantes dos
seus munícipes, dos filhos dos seus munícipes, dos filhos dos seus
contribuintes, do que o Estado, na medida em que essa máquina enorme que é a
educação no Estado, que é quase que ingovernável pelo gigantismo com que ele se
estabeleceu. Aqui, sempre a escola pública municipal, tradicionalmente, tem-se
mostrado mais eficiente do que a escola pública estadual. Então, em todo o
momento em que se acentua a municipalização, que se aumenta o quadro do
magistério de Porto Alegre, que se aumenta o quadro do magistério municipal, em
que se aumenta o número de escola, é o momento em que todos juntos temos que
bater palmas.
Então, eu vou deixar de
bater palmas para, simplesmente, fazer com o meu voto a minha concordância ao
Projeto de Lei, dizendo que muito me gratificaria o bom senso dessa Casa, se a
aprovação do Projeto fosse acompanhada, também, da aprovação da Emenda. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação o PLE nº 14/99. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.)
O
SR. JOÃO DIB (Requerimento):
Sr. Presidente, eu até ia pedir, já que está em discussão ainda, o adiamento
por uma Sessão para analisar melhor, na forma do artigo nº 110, parágrafo 4º.
Peço o adiamento por uma Sessão, para analisar melhor essa matéria.
O meu Requerimento é de
adiamento da discussão por uma Sessão desse Projeto.
O
SR. PRESIDENTE: Ver.
João Dib, o artigo 178, do Regimento, parágrafo único diz que: (Lê.) “ Não cabe
adiamento...”
O
SR. JOÃO DIB: O artigo
nº 110, parágrafo 4°. diz que: (Lê.) “A Requerimento de Vereador, aprovado pelo
Plenário, poderá ser adiada a discussão por uma Sessão Ordinária, sendo vedado
o adiamento da votação.”
O
SR. PRESIDENTE: Eu já
tinha colocado em votação. O adiamento cabe, na discussão, aí o Ver. João Dib
tem razão. Em votação, não cabe mais. Agora, quando eu abri o som a V. Exa.,
francamente, nós já estávamos em regime de votação.
O
SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente, eu já estava sinalizando que eu queria pedir o adiamento, até com o
texto do Regimento.
O
SR. PRESIDENTE: Eu nunca
vou tomar uma decisão unipessoal. Vou colocar ao Plenário a situação. Vou
respeitar o Requerimento de V. Exa., pelo adiamento da discussão e o Plenário
decide. Se for adiado, é decisão do Plenário. Se V. Exa. fez o sinal antes de
eu entrar em votação, não vou, arbitrariamente determinar, como nunca fiz e não
faria. Ver. João Dib, procede o Requerimento de V. Exa. e nós temos que
apreciá-lo. Se os Vereadores concordarem com o adiamento, nós passamos adiante.
Está em apreciação o Requerimento do Ver. João Dib de adiamento, por uma
Sessão, da discussão do PLE nº 14/99.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr.
Presidente, apenas para dizer que a Bancada do Partido dos Trabalhadores, numa
demonstração de boa-fé, aceita a colocação de V. Exa., para apreciar o
Requerimento do Ver. João Dib, porque V. Exa. já havia entrado no período de
votação. Mas nós não vamos questionar a decisão de V. Exa., para permitir que o
Plenário possa decidir a questão.
O
SR. PRESIDENTE: É uma
decisão sensata porque, se a palavra do Vereador, que vale para mim, sempre,
diz que fez sinal antes de eu entrar em votação, ele está no direito dele de
requerer. E a Bancada do PT nem sequer vai discutir o adiamento. Ver. João Dib,
está adiada, por uma Sessão, a discussão do PLE n.º 014/99.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, apenas nós não questionamos o fato de V.
Exa. apreciar o Requerimento do Ver. João Dib, porque o mesmo não teria
cabimento, esse que V. Exa. já tinha colocado em votação. É nesse aspecto que
nós não vamos questionar, mas no aspecto do adiamento é uma questão de mérito
que vamos decidir a nossa posição.
O
SR. PRESIDENTE: Então,
entendi mal.
Em votação o Requerimento
do Ver. João Dib que requer o adiamento da discussão do PLE nº 14/99 por uma
Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
REJEITADO.
Em votação o PLE nº 14/99.
O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O
SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar quero agradecer a V. Exa. por
ter confiado na minha palavra quando eu havia pedido para fazer o Requerimento
de adiamento da discussão por uma Sessão.
Acontece, aqui,
diariamente, e hoje, inclusive, o Ver. Reginaldo Pujol ainda não tinha usado a
Comunicação de Liderança, e, entrando na Ordem do Dia, verificou-se que o
Vereador não havia falado e foi-lhe dada a palavra.
Agora, o PT, Partido dos
Trabalhadores, faz a votação, faz as coisas da melhor maneira para eles.
Eu acredito nas coisas
certas e nas coisas erradas. Se o Governador do Estado se submete ao
Legislativo Estadual, S. Exa., o nobre, o honrado, o digno Prefeito de Porto
Alegre, que também é meu Prefeito, não precisa se submeter à Câmara Municipal.
Ele pode ir à França e falar mal da Câmara Municipal. Ele pode dizer que a
democracia representativa não tem mais valor nenhum. Mas é claro, quando os
Vereadores todos de uma Bancada dizem que nós não estamos aqui para fiscalizar
o Executivo, que nós não temos o dever ou poder de fiscalizar o Executivo, ele
deve ter razão, porque aqui estão os que dizem amém e ali do outro lado estão
os que têm a responsabilidade de fiscalizar, mas nem sempre conseguem a maioria
necessária.
Na sexta-feira, nós vimos
na Lei de Diretrizes Orçamentárias as matérias colocadas tecnicamente para que
se pudesse fiscalizar o Prefeito, não tiveram o voto do Partido dos Trabalhadores.
Mas por que quem tanto fala em transparência quer-se esconder? Por que quem
tanto fala em transparência tem que agir de forma escusa? Ou será que não é
escuso assinar um documento dizendo que são 180 dias improrrogáveis e, depois,
o prorroga mais cinco vezes 180 dias? Se isso não é escuso, não é desonesto, a
Bancada do PT tem razão. Mas como é escuso, é desonesto, é ilegal, a Bancada do
PT não tem razão.
Nós vamos dar ao Executivo
os 75 professores que estão pedindo, porque nós temos consciência da nossa
responsabilidade, da nossa seriedade no trato dos problemas da Cidade. Não é o
mesmo que tem o outro lado, não é a mesma maneira de atuar. Por que continuar a
fazer carta-contrato se não for para os apaniguados? Agora, estou sendo um
pouco agressivo, porque eu disse que tenho todas as razões para dizer, recebi
muitos telefonemas, pois o segundo lugar estava no Canadá com uma bolsa de
estudos. Então não podia chamar o terceiro, porque o segundo passaria para o
fim da fila. Mas o segundo tinha parente dentro do Pronto Socorro. Como é que
nós íamos fazer senão duas cartas-contrato para o terceiro, duas
cartas-contrato para o terceiro? Mas agora não precisa fazer essa barbaridade,
essa violência, essa indecência, essa indignidade, basta que eles chamem os
concursados. Mas o que o Prefeito assina na sua Exposição de Motivos entristece
este Vereador e a sua Bancada.
Nós acreditávamos que o
Prefeito tivesse realmente a intenção de resolver os problemas, mas não.
A Prefeitura, em nove
anos, aumentou para sete mil servidores, fora os serviços terceirizados, as
cartas-contrato e os estagiários.
Esta é a Prefeitura que
tenta dizer que há transparência e dignidade. Não! Falta transparência,
dignidade e seriedade! Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. João Dib, o PLE nº 14/99. (Após chamada.) APROVADO por 22 votos SIM.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. João Dib, a Emenda nº 1 ao PLE nº 14/99. (Pausa.) (Após a
chamada.) REJEITADA por 14 votos NÃO e 6 votos SIM.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2557/99 – PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 015/99, de autoria da Comissão de Constituição e
Justiça, que autoriza o Prefeito Municipal a se afastar do País, de 22 a 28 de
agosto de 1999.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Cyro Martini: pela aprovação do Projeto.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão o PDL nº 015/99. Com a palavra o Ver. João Dib para discutir.
O
SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, todos os dias a gente aprende. Hoje, o meu
querido amigo Ver. Renato Guimarães contou para todos nós a história da
montanha que pariu um rato.
O Prefeito pede
autorização para viajar para o Canadá. Bom turista o Prefeito. Depois de ter
este pedido ele já viajou mais dois dias. A cada cinco dias úteis e inúteis, ou
seja, conta o sábado e domingo, o Prefeito viaja um.
Agora, ele está querendo
viajar ao Canadá. E eu vou usar a belíssima imagem do nobre Ver. Renato
Guimarães: ou o Prefeito acerta esse Requerimento e não se pare o ratinho e sai
o gato também, ou o gato fica dentro da montanha. Evidentemente, o Prefeito tem
péssimos tradutores; a sua assessoria não vale coisa nenhuma, a sua Bancada
vale menos, e digo por quê.
Eu disse desta tribuna que
o Prefeito manda uma mensagem pedindo diárias, quando aqui diz: “A despesa de
estada e de transporte ficam sob nossa inteira responsabilidade.” Sob nossa
inteira responsabilidade. O gato está dentro da montanha.
Bem, o Prefeito está
pedindo e assina: sete diárias. O nobre Ver. Cyro Martini diz que tem que ser
sete diárias.
O Prefeito diz que vai
sair de Porto Alegre no dia 22 às 20 h. No dia 22 o Prefeito está em Porto
Alegre, na noite do dia 22 e na manhã do dia 23 ele estará no avião. Dia 22 não
conta. Ele diz que estará em Porto Alegre no dia 28 de manhã; no dia 27 ele
estará no avião. Então, 23, 24, 25. 26: são quatro diárias e não sete. O gato
está dentro da montanha. É por isso que eu disse que a Bancada não tem atenção
com as coisas do Prefeito, e por isso que eu disse que a Bancada não vale nada,
porque eu alertei desta tribuna quando o Processo foi entregue e a Bancada do
Prefeito não fez nada. Houve muitos telefonemas, o meu mestre Ricardo, o meu
mestre Wilson, Vereadores telefonavam, mas o Prefeito parece que vai continuar
afrontando a Câmara Municipal. Não a mim. Não pode ser dessa forma. Seriedade,
responsabilidade, gato e rato dentro da montanha. Não. Isso tem que ser esclarecido.
Se o Prefeito tem aqui um
documento que diz que as despesas de estadas e de viagem são pagas, o Prefeito
não precisa dizer que precisa de sete diárias, quando vai ficar quatro dias
fora, os outros dias é no avião e em Porto Alegre.
É preciso ter seriedade e
é preciso ter responsabilidade, ou, quem sabe, querem fazer uma Comissão de
Ética contra este Vereador? Isso é uma questão de ótica.
O Ver. Luiz Braz disse que
o Prefeito iria com ônus parcial para o Chile, como aqui está dito, e que ele
poderia comprar badulaques para os seus correligionários. Eu não estou dizendo
que ele vai comprar badulaques, estou dizendo que ele leva dinheiro que não é
justo, que não é correto e não é próprio para um homem íntegro como eu sei que
ele é. A sua Bancada parece que não se preocupou, porque costuma patrolar tudo,
como fez com as emendas que eram para dar a esta Casa a possibilidade de
exercer, na plenitude, a sua responsabilidade de fiscalizar. Mas não interessa
fiscalizar, é preciso que o gato fique dentro da montanha. Saúde e paz! Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADA, com os votos contrários dos Vereadores Lauro Hagemann e
Carlos Alberto Garcia.
O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para discutir.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, como decorrência de uma decisão da Comissão de
Constituição e Justiça, estamos votando um Projeto de Decreto Legislativo que
autoriza o Prefeito Municipal de Porto Alegre, Sr. Raul Pont, a afastar-se do
País, com ônus parcial para o Município, a partir das 20h do dia 22, até o
final da manhã do dia 28 de agosto de 1999, para participar dos seguintes
eventos: “Conferência sobre o Tema da Descentralização e Participação Local”, a
convite de uma organização não-governamental ligada à Universidade de Toronto;
reunião no Ministério das Relações Internacionais de Quebec e encontro com o
Prefeito da mesma Cidade; reunião com o Prefeito da Cidade de Montreal;
reuniões com a Agência Canadense de Cooperação Internacional e com a Federação
de Municipalidade do Canadá, na Cidade de Otawa.
Bem se vê que o Prefeito
estará nos vários “Canadás”, no Canadá Inglês, no Canadá Francês, e assim por
diante. Provavelmente, Ver. João Dib, daí decorra a dificuldade de tradução,
porque não se sabe se quem traduziu o convite era alguém versado em inglês ou
em francês. O Ver. Adeli Sell, ao que me consta, é muito versado em inglês, já
esteve dando uma passada de olhos no convite “Alternatives pour un monde
différent” , isso é francês ou inglês? É a dúvida, no Canadá há duas línguas.
Estamos com um convite em francês, e temos no Canadá duas línguas. Quem
assistiu aos Jogos Pan-Americanos sabem que os anúncios eram feitos em duas
línguas. É assim no Canadá, é como se falasse, aqui, no Brasil, o “gauchês” e o
“nordestês”.
O Ver. João Dib,
zelosamente, alega que o Prefeito vai estar quatro dias fora e não sete dias
conforme são as diárias solicitadas.
Com toda a honestidade, eu
entendo que o Prefeito deve viajar quantas vezes ele achar necessário, e ser
responsável por suas viagens. Quando o Prefeito voltar, deve vir aqui prestar
contas do que fez, e espero que ele seja muito bem sucedido na viagem. Até
entendo a história de que ele vai ficar quatro dias fora do País, mas não quer
dizer que ele fique só esse tempo afastado de Porto Alegre, porque ele começa a
sair do País quando embarca em São Paulo ou Rio de Janeiro em direção ao Canadá.
Aqui no Rio Grande do Sul, vai sair antes, como vai chegar depois aqui. É uma
matemática meio arredondada. Se é 4, 6 ou é pouco relevante no meu
entendimento. Não vamos criar uma polêmica nesta Casa por uma diária a mais
para o Prefeito, porque, se vamos discutir diária do Prefeito, vamos ficar
eternamente discutindo, porque o Prefeito viaja muito. Se viaja, é
responsabilidade dele. A estatística que o Ver. João Dib nos traz de que, em
cada cinco dias úteis, um ele está fora, ou seja, 20% do seu tempo de Prefeito
ele dedica a viagens e 80% para a Cidade de Porto Alegre, é da sua
responsabilidade.
O Ver. João Dib, quando
foi Prefeito, quando viajava, era uma dificuldade; viajou duas vezes, quando
tive oportunidade de acompanhá-lo. Eu o forçava a viajar, achava que ele tinha
um enfoque equivocado nesse particular. Mas as viagens do Dr. Dib foram à
Brasília e ao Rio de Janeiro, onde estava o Banco Nacional de Habitação e o
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, e fomos buscar recursos
para o Município de Porto Alegre.
Se o Prefeito for bem
sucedido na viagem, sete diárias é pouco; se ele não for bem sucedido, uma
diária é muito! O que não quero é constranger o Prefeito Municipal a viajar
tutelado, que tenha que voltar em quatro dias ou não vale a licença. Está
pedindo a licença por sete dias, vai levar a licença por sete dias e as sete
diárias, mas volte e traga boas notícias para nós em Porto Alegre! É o que
estamos esperando do Prefeito. Falando francês, inglês, qualquer língua, traga
resultados para Porto Alegre.
Gosto que o Fortunati
assuma a Prefeitura! É bom para a Cidade de Porto Alegre! Quanto mais longe
ficar o Pont, melhor para Porto Alegre!
Com a mesma tranqüilidade
que informo que não nego a autorização para o Prefeito viajar, digo que as
últimas viagens não trouxeram nada para Porto Alegre. Das idas a Washington
para buscar recursos para a Terceira Perimetral, vão e voltam, e não sai nada,
não começam a Terceira Perimetral! Espero que dessa vez seja melhor sucedido.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Pedro Américo Leal está com a palavra, para discutir.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, todos sabem do meu pensamento, como eu encaro a
autoridade. Eu dou à autoridade a possibilidade dela retribuir. E é o caso,
porque o Prefeito vai se encontrar com o seu colega Prefeito de Quebec.
Eu não posso jamais
imaginar que o Prefeito de Porto Alegre não possa ter uma verba, ele é um homem
pobre, para retribuir um jantar, uma recepção, em conseqüência de qualquer uma
gentileza ou cortesia do Prefeito de Quebec, pagar ou ser, pelo menos,
condizente na sua forma de também ser obsequioso. Não podemos discutir
frivolidades.
Eu me lembro, de certa
feita, que eu fui com o Ver. Guilherme Barbosa para Brasília e me deram meia
diária. Eu tive um prejuízo de cem ou duzentos reais. Por quê? Porque todos
sabem que meia diária não pode, absolutamente, pagar um táxi em Brasília para
ir e voltar e tampouco um almoço, como eu paguei para os nossos colegas.
Paguei, porque quis, porque posso.
O
Sr. João Dib: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, quando V. Exa. foi
a Brasília, não foi com despesas pagar pelas autoridades de Brasília, com a
passagem paga pelas autoridades de Brasília; V. Exa., realmente, tinha que
despender a meia diária que recebia, aqui, que era um horror. Mas o Prefeito
vai com todas despesas pagas e vai usar quatro dias e quer sete diárias. Aí, é
demais!
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Bem,
até aceito que ele poderá, num gesto de honestidade profissional, fazer o
ressarcimento ao Município se as diárias não forem absolutamente consumidas.
Tenho que dar para ele uma margem de segurança, porque é o Prefeito da minha
Cidade. Não se trata de PT, de PTB, de PMDB, é o Prefeito da minha Cidade que
vai, e quero que ele faça uma boa figura, que tenha uma linha condizente, que
se aprume e tenha a grandeza de retribuir uma cortesia. Assim que vejo as
coisas e assim que voto. Tenho votado sempre desta forma, embora não tenha sido
tratado por esta Casa da mesma maneira, esta meia diária está engasgada aqui na
minha garganta, faz três ou quatro anos. É uma terrível acusação que faço a
esta Casa: pagaram meia diária para mim e para o Ver. Guilherme Barbosa e nos
mandaram para Brasília. “Vá com meia diária e cumpra a missão!” Pergunto: isto
é uma demonstração de honestidade, de recato com a coisa pública? Não. Então,
não vejo nisso nenhum mal. Votarei com o Prefeito absolutamente tranqüilo, como
sempre tenho feito aqui, que vá com as diárias. Sei perfeitamente que esta
diária está dentro do avião, mas afinal de contas, é preciso dar uma margem de
segurança para este homem, que é Prefeito de Porto Alegre, que tem que ir com
certa folga, com certa possibilidade de retribuir uma cortesia no Canadá onde,
na verdade, a moeda é mais cara. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, quero dizer a V. Exa., como Presidente dos trabalhos, que eu, como
Vereador, me senti profundamente atingido pelo pronunciamento do Ver. João Dib
quando diz que a Bancada do PT não vale nada.
Acredito, Sr. Presidente,
que o Ver. João Dib, no mínimo, arranhou o artigo nº 217 do nosso Regimento.
Logo o Ver. João Antônio Dib, que é tão ciente do decoro parlamentar, que a
todo momento está corrigindo, quando o nó da nossa gravata não está
adequadamente colocado, usa, da tribuna, essas expressões que são condenadas no
nosso Regimento.
Quero deixar esse
registro, porque me senti profundamente atingido e lamento que tenha partido de
um homem da estirpe do Ver. João Antônio Dib.
O
SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente, eu quero lamentar profundamente que o Ver. José Valdir tenha-se
magoado na sua suscetibilidade, mas quero assinar junto com ele a petição da
Comissão de Ética.
O
SR. JOSÉ VALDIR: Sr.
Presidente, tem uma expressão que foi usada pelo Rei Henrique IV, na França,
que diz: “Paris vale bem uma missa.”
Eu não vou pedir uma
Comissão de Ética para o Ver. João Antônio Dib.
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
João Carlos Nedel está com a palavra, para discutir.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, resolvida a questão do número de diárias, eu sou a
favor que o Prefeito viaje ao Canadá.
Aliás, o Prefeito está
precisando de uma viagem ao Canadá, pois ele irá a Toronto e verá uma cidade
moderna que investe no turismo, porque aqui ele não investe. Verá uma cidade
que tem inúmeros estacionamentos subterrâneos. Verá que lá não pagam as taxas
de lixo escorchantes, como as garagens de estacionamento pagam aqui em Porto
Alegre. Verá, também, que lá, os impostos municipais são agregados, somados ao
valor das notas fiscais.
Gostaria que o Sr.
Prefeito trouxesse essas medidas para Porto Alegre para que a população veja os
elevados impostos municipais que paga. É muito bom que a população fique
sabendo.
O Sr. Prefeito irá a
Otawa, e deve tomar conhecimento de que o parlamento é respeitado, e não
desrespeitado como é aqui em Porto Alegre. É muito bom que o Sr. Prefeito fique
sabendo disso. Ele que vá a Montreal e veja que o governo canadense investe no
trânsito, por exemplo, e não fica fazendo propaganda do serviço público
essencial. Lá é feito e, aqui, às vezes é feito, mas é feito com muita
propaganda disso. O povo não precisa de propaganda do serviço público essencial.
O Prefeito que vá lá e veja que tem uma mostra do resto do muro de Berlim. Que
o Prefeito veja que o mundo de Berlim já caiu, que o socialismo trotskista dele
está superado. Quem sabe ele se dê conta que isso já morreu, já caiu e não
coloque as suas práticas antiquadas aqui em Porto Alegre. Que ele vá, também, a
Quebec e veja que é capital cultural de um país que é capital da qualidade de
vida mundial. Quero que ele veja, na cultura canadense, na cultura em Quebec, o
que é realmente cultura e não o incentivo à pornografia que ele vem trazendo e
impondo aqui em Porto Alegre, desestruturando os nossos valores morais e a
família, como fez, recentemente, no seminário de erotismo no cinema. É bom que
ele veja esses detalhes.
Vá Sr. Prefeito, é
importante que o V. Exa. viaje, que o V. Exa. oxigene as suas idéias e traga
boas idéias para Porto Alegre. Já que recebeu o título de Prefeito turista,
traga, realmente, alguma coisa importante para esta nossa Porto Alegre que
tanto está necessitando. Vá, Sr. Prefeito, viaje até mais do que sete dias,
para realmente oxigenar as suas idéias e, se possível, que o Vice-Prefeito
também viaje para que o nosso Presidente da Câmara assuma a Prefeitura e, aí, a
nossa administração vai realmente melhorar e ser a que Porto Alegre merece.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Com
a palavra o Ver. Isaac Ainhorn, para discutir.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, na realidade, eu tenho que vir à tribuna para
concordar com o Ver. João Dib, que fez um levantamento rigoroso, até com o
objetivo, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, de preservar o Prefeito Raul Pont de
uma possível ação de devolução que, dentro de alguns anos, o Tribunal de Contas
poderá fazer e, até, eventualmente, co-responsabilizar os trinta e três
Vereadores, Sr. Presidente, de terem autorizado diárias superiores às
necessárias. Porque, na realidade, se as despesas são por conta da
municipalidade e o Prefeito sai no dia 22 à noite, então, ele vai passar a
noite do dia 22 para o dia 23 no avião. Conseqüentemente, não há que se falar
em diária, nobre Vera. Sônia Santos, só a partir do dia 23. Vinte e três no
Canadá, ou em Montreal ou em Quebec ou em Toronto. Vinte e quatro a 27 no
Canadá. Se as despesas não fossem pagas pela instituição que convida, o
Prefeito faz jus a cinco diárias, Ver. João Dib, e não a sete diárias, como
pede.
Pelo que consta no Ofício,
em que junta um xerox, não muito claro, porque há omissões, ele convida
igualmente além do Monsieur Le Maire, de Porto Alegre, M. Raul Pont, o Monsieur
José Henrique Paim Fernandes. Os atentos Vereadores devem ter observado que o
Monsieur Pont foi convidado para proferir e participar de uma conferência sobre
descentralização e participação local. Certamente o Prefeito terá oportunidade
de expor as suas posições sobre o Orçamento Participativo, sem lei. Sr.
Presidente, nós respeitamos o debate livre e democrático e o fato de o Prefeito
ir ao Canadá sustentar as suas posições, defendendo o Orçamento Participativo,
sem lei. É a posição deles, vamos autorizar. Agora, o que me preocupa é que o
convite diz o seguinte: “Les frais de séjour et de transport relèvent de notre
entiére responsabilité”. Vale dizer que as despesas de estada e transporte são
de inteira responsabilidade da instituição que convida, razão pela qual até me
surpreende que o Sr. Prefeito peça as diárias.
Mas muito bem. Se pedir as
diárias, estas devem ser em número de cinco e não de sete, como pretende o Sr.
Alcaide da Cidade de Porto Alegre. É o mínimo que se deve observar no rigor e
na responsabilidade que tem esta Casa. Há Vereadores aqui que, por força dos
seus votos, em momentos passados, são, hoje, réus de ações na Justiça, no
sentido de devolver recursos de projetos que votaram aqui na Casa. Se votarmos
sete diárias, seremos, de uma maneira, co-responsáveis com o Sr. Prefeito junto
a eventuais ressarcimentos. Ressarcimentos de um lado, porque me causa
estranheza, o Prefeito vai com tudo pago e quer diárias. Está aqui; “Todas as
despesas serão por conta da entidade que convida.” Daqui a pouco vamos ter que
trazer aqui, Ver. João Bosco Vaz, um tradutor juramentado, e francês, para
discutir essa questão. Vamos dizer que faça jus, vai comer com o quê? Muito
bem, 439 reais por dia, para os cinco que ele vai passar, são suficientes,
tranqüilamente, para custear, até porque ele não tem compromisso de estada e
nem de transporte. Vale dizer que cinco diárias são o estritamente necessário.
Sem isso, corre-se o risco de, amanhã, o Tribunal de Contas cobrar desta Casa e
do Sr. Prefeito o que for pago a mais a título de autorização de diárias. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO:
Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Vereadores, esta Sessão, ao seu final,
está ficando até um pouco circense. Há aqui demonstrações de poliglotas lendo
ofícios e documentos em francês. Eu, até estudei na Aliança Francesa, Ver.
Isaac Ainhorn, mas não vou correr o risco de cometer as gafes que V. Exa.
cometeu na tribuna. O Ver. João Dib também, aqui...
(Aparte anti-regimental)
Vereador, tenha educação,
fique na sua tribuna. V. Exa. está-se se agarrando até em fio desencapado para
aparecer, ultimamente. Pode voltar a sua tribuna.
O
SR. ISAAC AINHORN: Questão
de Ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE: Só se
for estribada no Regimento.
O
SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem):
É estribada na ordem e no decoro parlamentar que devem presidir os debates
nesta Casa. O Ver. Juarez Pinheiro, Sr. Presidente, está sendo desrespeitoso na
maneira como fala a um colega. Ele deve-se submeter às regras do decoro
parlamentar que ele diz que tão bem conhece. Obrigado.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr.
Presidente, há um acordo com a Mesa no sentido de que não sejam feitas Questões
de Ordem durante os pronunciamentos dos Srs. Vereadores. Há, aqui, no nosso
próprio regramento jurídico, a obrigatoriedade de que os Vereadores eleitos
nesta Cidade e neste País se expressem na tribuna em Português, até porque os
nossos eleitores não precisam passar pelo vexame de ter que ouvir essas
incorreções. E, além de tudo, não são obrigados a saber francês, que o Ver.
Isaac Ainhorn se arvora, pelo visto, em conhecer a língua, eis que leu aqui e
traduziu muito mal o que leu.
Essa matéria, Ver. Isaac
Ainhorn e Ver. João Dib, está regulada no art. 139... Ver. Isaac Ainhorn, eu
estudei na Aliança Francesa, mas não vou cometer o equívoco de V. Exa.
Srs. Vereadores, a Lei
Complementar 133 dispõe no art. 139 sobre a questão de diárias, Ver. João Dib,
que quis abordar de forma técnica a questão. Diz o art. 139: “Havendo
designação do Prefeito para se deslocar temporariamente do Município, em objeto
de serviço ou estudo de interesse da Administração, será concedido ao
funcionário o transporte e diárias, na forma do regulamento”. O regulamento
diz, Ver. João Dib, que quando há o pernoite há o direito de uma diária
integral; quando não há, é meia diária. Portanto, V. Exa., quando levantou a
questão sobre o número de diárias, tinha razão. Houve um equívoco, na verdade
são seis diárias, e nesse sentido V. Exa. agiu com zelo na fiscalização, e nós
estamos aqui fazendo autocrítica.
Agora, não estamos votando
diárias aqui. Essa questão constava da Justificativa. O Ver. Isaac Ainhorn,
tergiversando, fazendo uma tautologia de baixa qualidade, tentou passar a idéia
de que estávamos aqui votando o número de diárias. Não estamos votando o número
de diárias, Srs. Vereadores. Estamos votando a autorização para a viagem, e não
o número de diárias.
Nesse sentido, Ver. João
Dib, procede a leitura que V. Exa. faz, mas quanto às suas observações
relativamente a nossa Bancada eu as dispenso. Foi um momento de infelicidade de
V. Exa., que sendo membro de um Partido cujas bancadas em São Paulo têm os
problemas que têm, não poderia vir aqui fazer esse tipo de excesso. Mas,
reconheço, foi um excesso de V. Exa., num dia não muito bom, mas a fiscalização
de V. Exa. quanto ao número de diárias, a qual acolhemos, é superior a esse
pequeno deslize cometido.
O
Sr. João Dib: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) A minha Bancada é de Porto Alegre,
assim como a Bancada de V. Exa., até porque existem Vereadores do PT, e
Vereadoras do PT que também estão envolvidos.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: A
Bancada de V. Exa. é de Porto Alegre, do PPB, da qual V. Exa. é Líder, então
restrinja-se a sua Bancada, porque das nossas questões nós sabemos tratar.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação o PDL nº 15/99. O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O
SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, pois eu vou encaminhar favoravelmente à viagem se
S. Exa. o Sr. Prefeito, depois que o nobre, ilustrado e querido Ver. Juarez
Pinheiro trouxe os esclarecimentos à tribuna.
S. Exa., o Sr. Prefeito,
na forma do documento aqui lido, o Estatuto do Servidor Público Municipal e do
regulamento das diárias, terá quatro pernoites no Canadá. Quatro pernoites no
Canada, no dia vinte e três, no dia vinte e quatro, no dia vinte e cinco e no
dia vinte e seis; o resto é conversa, pode fazer como quiser. E eu vou votar
favoravelmente, esperando que o Prefeito não volte como voltou de Saint-Denis,
querendo vender o bonde em Porto Alegre. Bonde se vende para mineiro, aqui se
dizia no Rio Grande do Sul, mas em Porto Alegre não se compra bonde. O Prefeito
foi lá, gastou dinheiro, ganhou dinheiro lá na Venezuela para fazer palestra,
teve passagem e estada paga na Venezuela, colocou tudo aí e veio vender bonde
em Porto Alegre. Graças a Deus que ele desistiu do bonde, porque os franceses
que aqui vieram, segundo ele falou, disseram: “Olhem, em Porto Alegre não dá mesmo para botar o
bonde.”
Mas o João Dib que tinha
sido Secretário do Transporte duas vezes e Secretário de Obras, também, já
tinha dito que não dava para botar o bonde. Mas dito por João Dib não valia.
O Prefeito viaja a cada
cinco dias e vejam que nós estamos discutindo esta viagem que ele pediu há
vários dias, mas entre um pedido e este, ele viajou dois dias. Mas eu vou dizer
por que vou encaminhar favoravelmente agora à viagem do Prefeito: é porque eu
confio na dignidade dessa Casa, Sr. Presidente, em especial na Comissão de
Finanças desta Casa.
Eu tenho nas mãos um
documento que trata das contas da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, no ano
de 1991. Então, há, aqui, trezentas anotações para o Executivo e, também, para
o Poder Legislativo e não foram aprovadas. Toda a briga do Tribunal de Contas
com o Legislativo Municipal, em 1991, se referia a meia diária de um Vereador
que não está mais na Casa.
Por isso, Sr. Presidente,
eu vou deixar de lado “o rato, o gato e a montanha”, e vou votar
favoravelmente, acreditando que a Comissão de Finanças desta Casa fará um
pedido ao Tribunal de Contas para verificação deste Processo.
Mas, de qualquer forma,
Sr. Presidente, me dirijo agora especificamente a V. Exa, neste momento, para
pedir, já, uma cópia autenticada de todo esse Processo porque, se a Comissão de
Finanças não for ao Tribunal de Contas, o Ver. João Dib vai ao Tribunal de
Contas. Depois, se eu tiver que voltar a esta tribuna e me disserem que eu não
soube traduzir, eu direi: ”Olha, eu não soube traduzir, meu francês é muito
ruim.” O Ver. Cyro Martini, que deu Parecer favorável, escreveu em francês e
inglês, mas ele copiou daqui. Só não copiou a parte que dizia que as despesas
eram pagas.
Agora, eu já viajei com
despesas pagas, já viajei como Prefeito, já viajei como Vereador, já viajei
como Secretário do Município com despesas pagas. Nunca me deixaram pagar nada.
Já viajei como Engenheiro da Prefeitura e fui para a Alemanha onde fiquei dois
meses, com tudo pago! Quando eu descia do avião, havia cinco alemães,
perfilados e - eu sabia que eles estavam-me esperando - carros à disposição,
cento e cinqüenta marcos, porque eu podia não ter marcos, e eu não me incomodei
com nada!
Agora, o Prefeito Raul
Pont não tem o prestígio do Engenheiro João Dib! O que vou fazer? Mas vou votar
favoravelmente e vou levar esse Processo ao Tribunal de Contas e quero ver se
ele trata da mesma forma que tratou um vereador desta Casa no ano de 1991.
Saúde e paz.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Luiz Braz está com a palavra para encaminhar pela Bancada do PTB.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, vou encaminhar contrariamente à viagem do Sr.
Prefeito Municipal por algumas razões que eu acredito que serão entendidas pela
população desta Cidade, porque a população espera que o Prefeito Municipal
consiga recursos necessários para resolver os problemas, que são muitos nesta
Cidade, e que não fique, apenas, contando, através da televisão, no programa
“Cidade Viva”, coisas de uma Cidade que não existe, de uma cidade virtual.
O Sr. Prefeito Municipal,
Ver. João Dib, nessa viagem, porque vai receber a passagem, a estada, de acordo
com a tradução que V. Exª fez - e muito bem-feita, do texto em francês que veio
para esta Casa -, e a assistência das pessoas que vão recebê-lo e conduzi-lo
aos locais aonde ele precisa ir. É claro que ele sendo Prefeito de Porto Alegre
receberá convite para almoços e jantares, porque, acredito eu, que o Prefeito
de Porto Alegre não chegará em Toronto, no Canadá, como uma pessoa qualquer,
espero que ele, realmente, tenha sido convidado para participar de um evento e
que não esteja indo de bisbilhoteiro, porque isso deixaria Porto Alegre numa
situação muito ruim.
Como convidado, tenho
certeza de que ele irá receber toda a assistência. Então, ele vai receber, além
de todas as despesas pagas, a diária internacional de R$ 439,99 paga pela Casa.
E aí, eu já ouvi muitos aqui dizerem: “Mas isso não é nada, o Sr. Prefeito
Municipal precisa lanchar, precisa almoçar, convidar as pessoas para o almoço”.
Então, isso, na verdade, não é absolutamente nada. Quatrocentos e trinta e nove
reais a diária, durante sete dias, nós teremos aqui um total de mais de dois
mil e oitocentos reais que serão dados para o Sr. Prefeito Municipal. Para
comprar o quê? Gastar em quê? Para fazer o quê? Dois mil e oitocentos reais que
saem dos cofres públicos para que o Sr. Prefeito Municipal vá participar de
algumas reuniões lá em Toronto, Canadá, sem trazer, como em todas as viagens
aconteceu, nenhum proveito para Porto Alegre. Ou, então, eu quero que os
Senhores Vereadores me citem qual foi o proveito que Porto Alegre ganhou com as
viagens do Sr. Prefeito: para Paris, em Saint-Denis, na França, quando o
Prefeito foi assistir à abertura da Copa do Mundo, paga pelos cofres públicos
aqui em Porto Alegre; para Barcelona; para o Chile; ou para tantos outros
lugares que o Prefeito viajou sem que Porto Alegre recebesse qualquer proveito,
qualquer acréscimo por causa dessas viagens.
Agora eu vejo, mais uma
vez, que este Plenário está disposto a votar favoravelmente a mais uma viagem
do Sr. Prefeito Municipal, a pagar para o Prefeito Municipal para que ele
receba, sem ter no que gastar, mais de dois mil e oitocentos reais, quase três
mil reais, porque, de acordo com a correspondência que veio para esta Casa, ele
terá tudo pago: a estada, o transporte, tudo pago. Mas nós vamos dar para o Sr.
Prefeito Municipal mais três mil reais, e todo mundo estou vendo que acredita
que o Sr. Prefeito tem que levar, realmente, esses três mil reais dados pelo
povo de Porto Alegre para que ele vá conhecer mais uma cidade, vá visitar mais
uma cidade, vá fazer turismo em mais uma cidade, tudo isso pago com o dinheiro
do contribuinte.
Por isso é que somos
contrários e vamos votar contrariamente a mais esta viagem do Prefeito Raul
Pont. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, nós sempre tivemos uma posição, e a sustentamos
aqui nesta Casa, sobre a importância de viagens ao exterior de representação
política e administrativa da Cidade de Porto Alegre. Todas as viagens, todos os
pedidos para viagens que os Srs. Prefeitos faziam, no curso aí de todos os
mandatos em que aqui estamos, do Prefeito Olívio Dutra, do Prefeito Tarso Genro
e, agora, do Prefeito Raul Pont, nós sempre aplaudimos as viagens, até porque é
uma forma de intercâmbio, de integração altamente positiva.
Recentemente, Sr.
Presidente, V. Exa. foi representando esta Casa na Cidade do México,
participando de um debate extremamente importante, que envolve a questão da
participação popular na gestão dos negócios públicos. Neste momento, o Sr.
Prefeito vai ao Canadá defender as suas posições, seus pontos de vista em
matéria da questão da participação popular e do processo de descentralização
administrativa.
Aliás, a Tribuna Popular
de hoje é reveladora, nesse sentido, de uma determinada ótica clientelista que
está sendo dada às chamadas subprefeituras, os CADs, Centros Administrativos,
aqui na Cidade de Porto Alegre, e as reclamações, Ver. Cyro Martini, têm sido
muitas, em relação às chamadas subprefeituras aqui na Cidade de Porto Alegre e
na forma da distribuição dos recursos. Há queixas muito grandes.
Mas, dentro dessa linha,
sempre votamos favoráveis às viagens do Sr. Prefeito Municipal, porque elas
servem de elemento de intercâmbio, de conhecimento, trazendo, para Porto
Alegre, ganhos significativos.
O Prefeito representa a
Cidade de Porto Alegre, ele foi o eleito e está sendo convidado, isso é
extremamente positivo.
Devemos ter cuidados muito
grandes com o trato da coisa pública e dos recursos públicos. Então, quando o
Sr. Prefeito vai viajar, com praticamente todas as despesas pagas,
evidentemente, ele deve ser cauteloso no pedido das diárias. É só isso que nós
apontamos.
O Ver. Juarez Pinheiro,
sempre tão cioso com relação aos recursos públicos, e que, normalmente, se
comporta dentro de uma estrutura parlamentar muito educada, muito cordial e
muito respeitadora das regras básicas que presidem as relações entre os
Vereadores neste convívio diário, deve estar cansado, após uma tarde longa,
pois só isso justificaria as grosserias e os impropérios que ele proferiu da
tribuna desta Casa a este e a outros Vereadores. É brincadeira de outro
Vereador querer instaurar comissão de ética para o decano dos Vereadores desta
Casa, o Ver. João Dib. É uma grosseria que se está estabelecendo, seja em
relação ao Ver. João Dib ou a outros Vereadores desta Casa, quando o que está
em jogo são opiniões e posições políticas de cada Vereador.
Eu vou votar
favoravelmente, como sempre votei, e a nossa Bancada tem votado, a todas as
autorizações de viagem ao exterior.
Acredito, inclusive, que
essas questões deveriam sair do âmbito da Câmara Municipal; não deveria ser
necessária a autorização da Câmara Municipal para o Prefeito viajar. Bastaria o
Sr. Prefeito passar o cargo a quem de direito e comunicar, simplesmente, a sua
viagem.
Quanto às contas, a Câmara
e o Tribunal de Contas têm a competência para examinar, analisando se o
Prefeito usou bem, ou não, as verbas públicas; se usou mais diárias, ou menos
diárias do que as devidas, Ver. Giovani Gregol.
Portanto, sou favorável, a
exemplo de uma posição que, historicamente, tenho defendido, de que são
positivas as viagens do Prefeito, mesmo quando ele vai para o exterior - e isso
está acontecendo somente com esse Prefeito; com os outros não acontecia isso -
e, muitas vezes, denigre a imagem do Legislativo Municipal nas suas
entrevistas, o que não é bom para a democracia nem para a relação entre os
Poderes.
Portanto, vamos votar
favoravelmente, e, se algum erro houver, certamente, se haverá de corrigir,
como se manifestou o Ver. Juarez Pinheiro, ao falar em nome da sua Bancada
sobre o excesso de diárias que estavam lançadas no seu pedido. Certamente,
atribuo mais a um equívoco do que a outra coisa qualquer. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Regimento, no seu art. 216, inc. III, diz
que são deveres do Vereador: “comparecer às Sessões Plenárias com traje passeio
completo”. Já há duas ou três Sessões, temos um Vereador que está sempre
descumprindo essa norma do Regimento. Eu não vou pedir que esse Vereador seja
impedido de votar, mas gostaria que a Mesa tomasse as providências para que na
próxima Sessão o Vereador cumprisse o que diz o Regimento: traje passeio
completo. Não fui eu, apenas, que fiz o Regimento, mas acho que ele tem que ser
rigidamente respeitado e cumprido por todos os Vereadores, senão vou passar a
vir de blusão, o que é muito mais simpático.
O
SR. PRESIDENTE: V. Exa.
tem razão, Ver. Antonio Hohlfeldt, o Regimento é claro, peço que os Srs.
Vereadores obedeçam ao Regimento - o traje é completo - para não haver
constrangimento.
Com a palavra o Ver.
Antonio Hohlfeldt, que encaminha pelo PSDB.
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, vou encaminhar contrariamente ao pedido do Sr.
Prefeito, por dois motivos, um dos quais parcialmente abordado aqui, e o
segundo ainda não enfocado.
O motivo parcialmente
abordado, aqui, é que vários de nós temos recebido, em diferentes momentos,
pesquisadores do exterior que, eventualmente, tendo ouvido os Prefeitos de
Porto Alegre em simpósios internacionais, engodados, enganados pelo discurso
que transforma a prática do Orçamento Participativo numa espécie de mundo
cor-de-rosa na Cidade de Porto Alegre, chegam para pesquisar o Orçamento com
determinado roteiro, com determinada visão de informações. E, à medida que vão
conversando com os Vereadores, com lideranças comunitárias, vão mudando de
opinião. Só no semestre passado recebi quatro pesquisadores, dois americanos e
dois franceses, alunos quase sempre em cursos de mestrado ou doutorado de
universidades internacionais que, tendo ouvido, tendo lido a respeito do
Orçamento Participativo de Porto Alegre, vêm buscar dados concretos. E quando
vêm, aqui, descobrem que, na verdade, não é bem assim. E como eles têm a
obrigação de ter a visão crítica, de construir uma leitura crítica da Cidade,
eles aqui começam a mudar de posição.
Penso que seria ilógico
dar o meu voto a quem, embora defenda as suas idéias e a sua visão - e nesse
ponto acho que o Prefeito está de acordo consigo próprio, nada contrário - mas
é ilógico que eu, tendo uma posição diferenciada e, sobretudo, sabendo que esse
discurso não corresponde à realidade, ajude a aprovar o financiamento dessa
viagem. Se o Prefeito quiser ir que vá por conta própria, na condição de
cidadão, não vá na condição de Prefeito, porque a sua condição de Prefeito não
justifica, efetivamente, que ele defenda uma idéia da qual muitos dos seus
concidadãos e parte desta Câmara discorda. Essa é a primeira questão.
A segunda questão, Sr.
Presidente, é que, independente do discurso que o Ver. Guilherme Barbosa fez
depois que saí do Plenário da Casa para atender outro compromisso, depois, na
próxima quarta-feira, debaterei com o Vereador.
Quando comuniquei ao Ver.
Guilherme Barbosa da disponibilidade de um requerimento de convocação do Sr.
Prefeito, houve um gesto responsável do Ver. Guilherme Barbosa, da Liderança da
Bancada, de buscar o Paço Municipal, no sentido de se poderia ou não assinar o
referido documento. Não sei se digo que foi surpresa, mas digo que, para minha
tristeza, a orientação do Paço foi contrária. Ao Ver. Guilherme Barbosa
disseram que ele não podia assinar um documento que requer o comparecimento do
Prefeito a esta Casa.
Ora, se o Prefeito se nega
a vir a esta Casa, quando esta Casa tem interesse em ouvi-lo, por que um
Vereador votar a favor do Prefeito, quando assim ele o quer? Ou o Prefeito
aprende a respeitar a Casa e também os Vereadores de oposição, ou realmente não
há por que ele pedir aos Vereadores de oposição a posição de que ele
necessitaria. Se não há respeito de um lado, não há por que haver respeito do
outro.
Esses são os dois motivos
pelos quais nós encaminhamos contrários, ao menos como marcação de uma posição
em relação à necessidade de que uma vez por todas o Sr. Prefeito Municipal,
Raul Pont, respeite a Casa, respeite não só os Vereadores da sua Bancada, aos
aliados, mas respeite a todos os 33 Vereadores, inclusive os da oposição.
O Requerimento, eu fiz do
meu legítimo poder, dever, obrigação e direito de Vereador. Estou aqui, dentre
outras coisas, para fiscalizar e continuarei, agradando ou não a ele, Prefeito.
Mas, se ele não quer vir, tudo bem, eu também não quero votar; e votarei,
portanto, contrário. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Guilherme Barbosa está com a palavra para encaminhar.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, ao escutar essa discussão durante tanto tempo,
sobre o pedido de autorização do Sr. Prefeito para viajar ao Canadá, a convite,
para ir a vários locais, fazer importantes contatos com aquele país, fico
pensando, de fato, o que imaginam as pessoas que nos assistem no Canal 16. E
renovo a minha determinação de permanecer pequeno só na estatura, porque as
colocações que aqui se fizeram transforma a Câmara num espaço muito pequeno. E
ao apequenar a Câmara todos nós nos apequenamos. São tantos os problemas, são
tantas as questões, que um fato como esse teria que ser votado muito mais
rapidamente.
Eu penso que o Ver.
Antonio Hohlfeldt disse, com toda a franqueza, aquilo que alguns pensam mas não
dizem: que não votará a favor da viagem do Sr. Prefeito porque não concorda com
aquilo que ele vai dizer no Canadá. Alguns se escondem, dizem que é a diária,
que é isso e aquilo, mas nós temos, afinal, que dizer o que pensamos. Alguns
não querem que o Prefeito viaje porque não concordam com aquilo que ele vai
dizer. É isso, tem que ser assumido! Tem que assumir também que isso é uma
censura política.
O Chefe do Executivo é
convidado mais uma vez. Há pouco ele foi convidado pelo Banco Mundial para um
evento no Chile e, agora, é convidado para ir ao Canadá. Nós, que costumamos
ser oposição dura, nunca nos apequenamos a isso, nem a oposição ao Governador
Antônio Britto, nem a oposição ao Presidente Fernando Henrique Cardoso. Quero
ver onde houve manifestação dos nossos deputados criticando as viagens de
Chefes de Executivo. Onde está essa crítica? Acham que o Prefeito Raul Pont vai
ficar com o dinheiro? Ora, se o que pensam realmente é isso devem pedir o
“impeachment” do Prefeito - está na moda -, há um cidadão afortunado que,
querendo fazer luta política, publica em cada domingo aquelas notas. Devem
pedir o “impeachment” do Prefeito, o Prefeito está pedindo diárias para ficar;
é uma loucura uma coisa dessas.
Esta Câmara não vota o
número de diárias, nunca votou, nem as nossas. Na Resolução não está o número
de diária, nem as diárias dos Vereadores. É importante a viagem do Sr. Prefeito
como Chefe do Executivo. Ele foi convidado para fazer importantes palestras e
tudo tem sido proveitoso para a Cidade de Porto Alegre.
O Ver. João Dib disse uma
coisa que confirma o que eu imaginava, V. Exa. disse que o Eng. João Dib tem
mais prestígio; é uma disputa, aparentemente alguns ficam enciumados porque,
cada vez mais, os nossos prefeitos são convidados para fazerem palestras fora
do País, e isso deve ser orgulho para a nossa Cidade. Aparentemente incomoda a
alguns, mas isso é um orgulho para a nossa Cidade.
Um dia, quando eu for
oposição - vão ter que trabalhar muito para esse dia chegar, vai demorar muito
-, não pretendo me apequenar em esse nível. Se é uma diária, se é duas, se é
três ou quatro, ora, se estão achando que o Prefeito está roubando diária,
temos que fazer uma Comissão de Ética, uma Comissão Parlamentar de Inquérito,
pedir o seu “impeachment”. Pelo amor de Deus! Isto, aqui está ficando difícil.
Devem ser sinceros como o foi o Ver. Antonio Hohlfeldt: não concorda, porque
vai falar uma coisa que não concorda, não vota. Mas não vamos fazer discussões
pequenas, está tudo comprovado, o Prefeito foi convidado por um País
importante, em várias cidades daquele País terá contatos importantes, vai
palestrar, transmitir a nossa experiência. Como sempre, aprendemos isso, a
gente ensina e a gente sempre aprende. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Lauro Hagemann está com a palavra para encaminhar o PDL nº 15/99.
O
SR. LAURO HAGEMANN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, tinha o propósito de não falar, mas tenho ouvido
tantas coisas que preciso desabafar. Considero os parlamentos o foro mais
representativo da sociedade, onde ela manifesta as suas posições, as suas
opiniões, discute aspectos da vida cotidiana, do encaminhamento de soluções.
Mas parece que estamos andando para trás. Não é à-toa que o povo que nos ouve,
que nos vê pelo canal 16, começa a achar que isso aqui é um circo, é um palco,
que não tem consistência. Passamos duas horas discutindo uma viagem do
Prefeito, se vão pagar cinco, sete, três ou nenhuma diária! Se ele tem ou não
tem despesas com representação! Eu me entristeço muito com esse tipo de
discussão, e, às vezes, os companheiros Vereadores proferem palavras ásperas
uns contra os outros, que não constroem nada; pelo contrário, estamos
contribuindo para diminuir a visão externa do Parlamento como uma instituição
necessária.
Por isso, ninguém se
surpreenda se, ao passar pela rua, ouvir a expressão: “Para que Parlamento?
Podem fechar aquele circo! Preferimos o outro ali da praça”! Não é só o aspecto
exterior, é o conteúdo das discussões que se travam aqui. Por favor, há uma
diminuição da qualidade da discussão impressionante. Não estamos contribuindo
com nada para o erguimento da sociedade como um conjunto de cidadãos que estão
procurando uma saída, uma solução para problemas! Eu não vim aqui para
encaminhar contra ou a favor da ida do Prefeito. Todas as vezes em que o
Prefeito solicita autorização para sair da Cidade eu tenho dado. Não questiono
se vai com diária, se vai sem diária. É uma contribuição ao engrandecimento de
Porto Alegre o convite ao Prefeito, as visitas, as viagens que ele faz. Fica na
consciência dele se são bem aproveitadas ou não! Se possam ser retribuídas ou
não para a administração da Cidade.
Por isso, Senhores
Vereadores, até me desculpo pelo desabafo. Mas era preciso que eu assim o
fizesse. Não posso ir para casa com a impressão de que passamos duas horas
falando sobre micas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em votação
o Projeto de Decreto Legislativo nº 015/99.
O
SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito votação nominal.
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação nominal o Projeto de Decreto Legislativo nº 015/99. (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 17 votos SIM, 03 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2454/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 038/99, de autoria da Mesa Diretora, que consolida disposições
sobre estágio curricular de complementação profissional para estudantes de
estabelecimentos de ensino de segundo grau e superior na Câmara Municipal de
Porto Alegre e dá outras providências. Com
Emendas nºs 01 a 04.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, III da LOM;
- dispensado de Parecer nos termos do Art. 102, § 4º do Regimento da CMPA.
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação o PR nº 038/99. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. APROVADO.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr.
Presidente, requeiro que as Emendas sejam votadas em conjunto, para agilizar a
votação.
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação as Emendas nºs 01,02,03,04, apostas ao PR nº 038/99. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.
O
SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito verificação de votação, e que esta seja nominal.
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação o PR nº 038/99. (Pausa.) (Após a chamada.) APROVADO por 20 votos SIM e
01 voto NÃO.
Ver. João Dib, o Ver.
Juarez Pinheiro havia solicitado que as Emendas fossem votadas em bloco. V.
Exa. requer votação nominal?
O
SR. JOÃO DIB: Sim, Sr.
Presidente, requeiro votação nominal.
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação nominal as Emendas. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADAS as Emendas por 20 votos SIM e 01 voto NÃO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2455/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 039/99, de autoria da Mesa Diretora, que extingue dois cargos em
comissão de Assessor Técnico Especial, cria um cargo em comissão de Assessor
Parlamentar de Bancada e um cargo em comissão de Assessor em Assistência Social
no Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Câmara Municipal de
Porto Alegre e dá outras providências.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, III da LOM;
- dispensado de Parecer nos termos do Art. 102, § 4º
do Regimento da CMPA.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão o PR nº 039/99.(Pausa.) Em votação nominal, por requerimento do Ver.
João Dib. (Após a chamada.) APROVADO por
21 votos SIM e 01 voto NÃO.
Em votação a Emenda nº 01
aposta ao PR nº 039/99. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA, contra
o voto do Ver. João Dib.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2457/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 040/99, de autoria da Mesa Diretora, que coloca em extinção, na
Câmara Municipal de Porto Alegre, à medida em que vagarem, os cargos efetivos
da classe de Auxiliar de Serviços Gerais e o cargo em comissão de Consertador
de Máquinas; extingue as funções gratificadas de Eletricista, Marceneiro,
Desenhista, Jardineiro e Auxiliar de Serviços de Conservação, bem como duas
funções gratificadas de Chefe de Setor; cria funções gratificadas de Oficial-Assessor
e de Assessor do Gabinete de Estudos Legislativos; institui a terceirização dos
serviços de limpeza e de manutenção e dá outras providências. Com Emenda nº 01.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, III da LOM;
- dispensado de Parecer nos termos do Art. 102, § 4º
do Regimento da CMPA.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão o Projeto de Resolução nº 040/99. Com a palavra o Ver. Lauro Hagemann
para discutir.
O
SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, o adiantado da hora nos impõe algumas considerações. Eu não
tenho condições de votar este Projeto. Eu não estou fazendo proselitismo e não
pretendo. Mas a pretexto de se economizar para a Câmara Municipal de Porto
Alegre, a minha impressão e análise a que eu submeti esse Projeto no final de
semana, vai exatamente proporcionar o contrário. Em várias ocasiões da minha
vida parlamentar eu tenho sido instado pelo corpo funcional da Casa a votar
determinados Projetos que beneficiam os funcionários. Muitas vezes eu,
considerando certa a reivindicação, acompanhei os funcionários nas suas
reivindicações. Outras vezes, eu disse com toda a clareza e me recusei a votar
a favor. Tenho tido esse comportamento, desta vez a grande discussão que se
travou nesta Casa foi para não prejudicar os funcionários justamente aqueles de
nível mais modesto. Mas eu não estou preocupado com os funcionários, porque
eles têm direitos assegurados e não vão ser retirados, eu estou preocupado é
com a imagem da Casa.
O
Sr. João Dib: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. está falando por mim, eu
também não tenho condições de votar neste Projeto, como não tive nos outros
dois que o antecederam, por isso votei contrariamente; agora, vou fazer a mesma
coisa, voto contrariamente. Muito obrigado.
O
SR. LAURO HAGEMANN: Eu
gostaria de fazer uma pergunta à Mesa: qual o saldo da rubrica de serviços no
orçamento da Casa? Quero saber também as despesas previstas com essa rubrica
até dezembro deste ano. Qual a previsão da despesa com a terceirização? Isso
não existe no Projeto, existem algumas coisas no Projeto. Eu não estou
condenando a Mesa, estou dando a minha posição. Por que se reestrutura o GEL, o
Gabinete de Estudos Legislativos, se foi suprimido? Essa é uma das perguntas
que fica no ar, mas, sobretudo, a questão é com a Casa.
Qual vai ser a previsão de
despesa com a terceirização?
Os funcionários, cujos
cargos, cujas FGs vão ser extintas, vão continuar funcionando na Casa?
Essa despesa a Casa vai
ter, não vai economizar, vai acrescer uma outra despesa com a terceirização. E
qual a previsão de gasto com essa terceirização?
Essa é a pergunta que fica
no ar. Acho que estamos cometendo um atropelo ao votar este Projeto. A
sociedade vai-nos perguntar por que e, na hora em que tiver que responder, eu
vou estar aí. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Sr.
Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu tenho muita tranqüilidade para discutir este
Projeto. Eu fico até espantado ao ver alguns Vereadores, que participaram da
Reunião da Mesa, avaliarem que não há condição de fazer uma análise mais
acurada sobre o mesmo, eis que a discussão foi feita, correu Pauta. Quando
modificamos a questão de uma lei que vedava a terceirização, fui um Vereador
que, na minha Bancada, discuti contrariamente e, depois, quando essa questão
foi avaliada na Mesa, eu solicitei que não fosse revogada. solicitei que não
fosse revogada a Lei que vedava a terceirização e o Presidente atendeu ao meu
apelo, mas que apenas, pontualmente, já que havia essa necessidade na Casa,
fosse em relação a Limpeza, que depois se estendeu, também, para a Manutenção.
Então, eu tenho absoluta
tranqüilidade para debater a matéria.
A Mesa propôs esta matéria
e eu, fraternalmente, tive a tranqüilidade de vir aqui e dizer que não tinha
assinado a proposta, porque havia alguns óbices, e que ela precisaria ser
corrigida. O Presidente entendeu. Fiz as Emendas, discutimos na nossa Bancada.
Conversei com os senhores. funcionários, com várias representações. E
conseguimos, uma vez que a proposta já havia sido aprovada, liberar a
terceirização da limpeza por ampla maioria nesta Casa. Conseguimos fazer com
que esta proposta que colocava em extinção o cargo dos auxiliares de serviço de
limpeza tivesse modificações que trouxessem, no mínimo, menos prejuízo aos
senhores servidores. A leitura, a clareza de que esse Setor da Casa estava
funcionando com deficiências, existia por parte de todos e a culpa não era dos
funcionários, porque esse Setor, ao longo do tempo, ele foi sucatado, os
funcionários foram desviados das suas funções e poucos funcionários restavam
fazendo esse serviço.
Nós produzimos aqui, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, uma emenda, e os senhores funcionários têm,
agora, essa ciência, da tribuna, no sentido de que, já que a carreira passava a
ser uma carreira em extinção e, por conseqüência, extinguindo-se um cargo de
nível II, o nível I não poderia ascender na carreira, no sentido de que, desde
agora os senhores servidores que ocupam o nível I da carreira fossem
transplantados, imediatamente, para o nível II. Claro que sei que restava a
questão da insalubridade. Mas ela não poderia ser tratada nesta proposta. A insalubridade
decorre da função que é executada. Mas no que tange ao prejuízo da ascensão
dentro da carreira, o prejuízo dos senhores servidores foi evitado.
Havia também uma outra
disposição do art. nº 4 que nós, através de Emenda, suprimimos.
Portanto, fizemos a
discussão com os trabalhadores. Alguns entenderam a proposta, outros não. Mas,
enfim, o prejuízo foi o menor possível.
No que tange, Ver. Luiz
Braz, às funções gratificadas que o Projeto extingue, isso decorre da própria
Emenda constitucional nº 19, que nós, por exemplo, do Partido dos
Trabalhadores, somos absolutamente contra. Mas, agora, as funções gratificadas
têm que ser para funções de assessoria e para funções de chefia, não pode mais
existir como há aqui ainda alguns casos da FG volante.
Quero salientar que há
alguns equívocos no entendimento de alguns servidores nessa matéria, e mesmo
assim fizemos uma emenda no sentido de que os servidores atingidos pela perda
da função gratificada - vejam bem, não há prejuízo na carreira - só percam essa
função gratificada a partir do momento em que as empresas que passarão - ou a
empresa - a executar os serviços vierem a implementar a sua atividade na Casa,
dando tempo para uma reacomodação, e para que esses servidores, que são
servidores de nível baixo, não tenham prejuízo imediato no seu orçamento
pessoal, no seu orçamento familiar.
Portanto, a Mesa Diretora,
majoritariamente, nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, buscamos
coordenar, juntar essas duas questões: a melhora dos serviços de limpeza da
Casa - e o Ver. Luiz Braz, que foi Presidente, sabe das dificuldades - e
diga-se de passagem, a culpa não é dos servidores, a culpa é da própria
atividade e do próprio sucatamento que essa função, essa atividade, ao longo do
tempo recebeu.
Portanto, entendemos que
essa proposta da Mesa Diretora, com as Emendas propostas, está em absoluta
possibilidade de ser discutida e ser votada pelos Srs. Vereadores. Mas não nos
oporemos, Sr. Presidente, se os Vereadores entenderem que essa discussão merece
mais uma avaliação, de também procedê-la, e neste sentido estamos dispostos a
continuar o diálogo com os Srs. e Sras. Vereadores, e com os próprios
trabalhadores. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Ver.
João Dib.
O
SR. JOÃO DIB: Nobre
Presidente, eu queria discutir, mas a simpática Bancada do PT já está-se
retirando, então deixo para uma próxima oportunidade.
O
SR. PRESIDENTE: Ouviremos
V. Exa. na próxima quarta-feira, com muito prazer.
Ver. Guilherme Barbosa
O
Sr. GUILHERME BARBOSA: Apenas
para dizer que a nossa Bancada, do PT, está presente e se o Ver. João Dib
quiser nós poderemos ouvi-lo. Agora, da Bancada do PPB só vejo o próprio Ver.
João Dib, não tem mais ninguém.
O
SR. PRESIDENTE: Percebo
visivelmente que não há quórum para a continuidade dos trabalhos.
Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 19h55min.)
* * * * *